Desde muito nova que comecei a lidar com linhas, tecidos,agulhas, e a costurar e bordar.

Primeiro, por indicação da minha mãe, bordando paninhos, lenços, franjas e lençois, provávelmente numa prespectiva de enxoval.

depois, como lhe tomei o gosto e muito provávelmente devido ao contexto social pesado e frio onde vivia, quis emprestar sol e luz ao cinzento do quotidiano.

Assim e um pouco mais tarde, ao tocar o doce estremecer dos tecidos que pelos corpos deslizavam e assistir ao renascer da beleza que não se assumia, sabia que algo mais faltava: um colar de pérolas de sol, uns brincos de chuva, uma pulseira de vento.

É por estas não evidentes razões que abraçei a bijuteria e que nela me enleio, tecendo sonhos e marés.

 

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irreverência