As conceituações de alma e espírito são muito confusas e contraditórias. A maior prova disso é que algumas pessoas pensam que a alma e o espírito são mesma coisa e outras não. Isso acontece porque essas conceituações são apenas especulações ou derivam de diferentes visões místicas e religiosas. Em outras palavras, as conceituações de alma e espírito são muito divergentes e conflitantes porque não partem de premissas confiáveis.

Uma boa maneira de conceituar a alma e o espírito coerentemente seria encontrando fatos que pudessem corresponder a ambos. “O nada” e “o eu” parecem se enquadrar perfeitamente nessa expectativa. Para chegar a essa conclusão, é necessário que a alma seja vista como uma essência e "o eu" como uma entidade completamente autônoma.

“O nada” parece ter as qualidades necessárias para ser a alma. Ele é invisível, imaterial e está na base de todas as entidades naturais. Essa conclusão se baseia na seguinte constatação científica: qualquer coisa quando decomposta ao extremo resulta em nada. Até o astrofísicos já começam a admitir essa possibilidade. A principal evidência disso é que eles já estão chamando "o nada" de Campo de Higgs. Em suma, “o nada” é a única coisa que poderia preencher os pré-requisitos de ser a essência ou a alma de todas as coisas.

“O eu” parece ter as qualidades necessárias para ser o espírito. Eles são intrínsecos. Contudo, dizer que “o eu” é o espírito é uma tautologia. Como podemos saber se eles são a mesma coisa ou coisas distintas? Nós podemos partir da premissa que "o eu" tem a capacidade de sentir e comandar o corpo. Essa capacidade mostra que “o eu” é algo que dirige o corpo porque tem autonomia. A propósito, desconhece-se qualquer outra coisa que seja capaz de perceber e lidar com as suas capacidades, limitações e existência. Logo, “o eu” parece estar relacionado com o espírito, mas isso não significa que ambos sejam a mesma coisa.

Em suma, a alma e o espírito parecem ser a mesma coisa, pois porque há algumas evidências de que “o nada” pode ser a alma e "o eu" o espírito e de que tudo isso é intrínseco. Uma maneira de saber se essas reflexões estão corretas é respondendo a seguinte questão: Será que algo que seja feito exclusivamente “de nada” poderia ser o único agente e insumo da construção de todas as coisas do universo? Para conhecer uma resposta factível para essa questão, leia "A Protomatéria - A Origem da Matéria".