EXECUÇÃO
Para a execução da parede de diafragma são realizadas várias operações que interligam-se entre si e cada uma deve ser planejada com antecedência para que não haja imprevistos. A evolução das técnicas de execução tem buscado mitigar problemas, minimizar patologias e transpassar limites anteriormente impenetráveis pelos processos convencionais
Podemos destacar as seguintes fases bem definidas, a saber:
Mureta Guia (1): Antes da execução da parede de diafragma, constroem-se muretas para guiar a escavação com o clam shell. A mureta guia também impede o desmoronamento do terreno próximo à superfície.
Escavação com lama bentonítica (2): Antes da escavação é necessário fazer testes na lama para saber se ela está em condições de uso tendo em vista o tipo desolo a ser atingido durante a escavação. Os testes servem para controlar a densidade, a viscosidade, o pH e o “cake” (película impermeável nas paredes da escavação formada pela penetração da lama nos vazios do solo). A escavação é feita pela penetração do clam shell, que faz o corte do solo. Na medida em que o solo vai sendo retirado, é introduzida simultaneamente mais lama. A escavação é executada até a profundidade prevista em projeto. Função da lama: A lama bentonítica apresenta como característica principal a propriedade da tixotropia – um estado fluido quando agitada e mais gelatinoso quando em repouso. As principais funções da lama durante a escavação são suportar a face da escavação, formar uma película (“cake”) para impedir sua própria dispersão no solo e deixar em suspensão partículas sólidas do solo escavado – para evitar que elas se depositem no fundo da escavação. No lugar de lama bentonítica, também pode-se usar polímeros. A lama é conduzida até o ponto da escavação por tubulações metálicas com engate rápido ou mangueiras de plástico rígido. Troca da lama de escavação:Terminada a escavação, a lama que se encontra dentro da vala escavada apresenta grande quantidade de sólidos (grãos de areia) em suspensão (25% a 30%). Na concretagem, a lama deve possuir um teor máximo de areia de 3%. Por isso, ela é trocada por meio de substituição ou de circulação durante o processo.
Instalação da armadura (3): Quando se trabalha com painéis armados moldados in loco, uma armadura formada por barras longitudinais e estribos montados em forma de gaiolas é içada e mergulhada na escavação com o auxilio de um guindaste. No projeto das gaiolas das armaduras deve sempre ser levado em conta que a concretagem é submersa. Por isso, os ferros longitudinais devem ter espaçamento mínimo de 10 cm e um recobrimento mínimo de 4 cm para se garantir um perfeito envolvimento pelo concreto. No trecho central da gaiola, deve ser previsto um espaço de 30 cm a 60 cm para descida do tubo de concretagem.
Concretagem (4): O processo de concretagem usado na execução das paredes de diafragma é o submerso, o que significa que é executado de baixo para cima de uma maneira continua e uniforme. O concreto a ser lançado não deve se misturar com a lama bentonítica existente na escavação. Para isso, mergulha-se um tubo de concretagem (tremonha) até o fundo da escavação com um êmbolo que expulsa a lama pelo próprio peso da coluna de concreto. O concreto usado no processo submerso tem como principal característica a alta plasticidade. Ele é lançado por um funil colocado na extremidade superior da tremonha.
CONTROLE TECNOLÓGICO
O controle tecnológico das característica do concreto deve abranger:
a) Verificação do slump (NM 67 - Concreto - Determinação da Consistência pelo Abatimento do Tronco de Cone) de todo caminhão betoneira que chegar na obra, o slump deve atender o especificado no traço do concreto. Quando não atender o especificado o concreto é rejeitado;
b) A moldagem de 4 corpos de prova cilíndricos, conforme (NBR 5738 - Moldagem e Cura de Corpos de Prova Cilíndricos ou Prismáticos de Concreto) de todo caminhão betoneira que chegar a obra, para determinação da resistência à compressão simples, conforme (NBR 5739 - Concreto - Ensaios de Compressão de Corpos de Prova Cilíndricos), aos 7 e 28 dias de cura.O controle tecnológico da lama bentonítica deve abranger:a) Deve-se determinar as características da lama bentonítica após seu preparo e antes da escavação, antes da concretagem e no seu reaproveitamento, e sempre que houver suspeita das variações da característica do material.
b) Devem ser executadas as seguintes determinações: massa específica,viscosidade Marsh, pH e percentual de areia.
CONTROLE AMBIENTAL
O procedimento de controle ambiental referem-se à proteção de corpos d'água, da vegetação lindeira e da segurança viária. Os cuidados e providências para proteção do meio ambiente no decorrer da execução da parede diafragma são:
a) Deve ser implantada a sinalização de alerta e segurança de acordo com as normas pertinentes aos serviços;
b) Deve ser proibido o tráfego dos equipamentos fora dos limites da obra visando evitar danos desnecessários à vegetação e interferências na drenagem natural;
c) As áreas destinadas ao estacionamento e manutenção dos veículos devem ser devidamente sinalizadas, localizadas e operadas de forma que os resíduos de lubrificantes ou combustíveis não sejam carreados para os cursos d'água. As áreas devem ser recuperadas ao final das atividades;
d) Todos os resíduos de materiais utilizados devem ser recolhidos e dada a destinação apropriada;
e) O material resultante da escavação deve ser transportado para depósito de material excedente previamente aprovado;
f) A lama bentonítica utilizada deve ser recolhida e transportada para local previamente aprovado pela fiscalização para tratamento, reaproveitamento ou para ser destinado ao depósito de material excedente;
g) É proibido o escoamento da lama bentonítica no sistema de drenagem, provisório ou definitivo e nos corpos d'água;
h) Evitar o carreamento do concreto utilizado para os cursos d'água e sistema de drenagem;
i) A área afetada pelas operações de construção e execução deve ser recuperada,mediante a limpeza dos canteiros de obra;
j) É obrigatório o uso de EPI, equipamentos de proteção individual, pelos funcionários.
CRITÉRIOS DE MEDIÇÃO E PAGAMENTO
As paredes de diafragma executadas e aceitas pelo contratante devem ser medidas em metro cúbico (m³), obtidos através do produto das espessuras, extensões e profundidades efetivamente executadas e aceitas pela fiscalização do contratante.
A parede de diafragma é paga conforme o respectivo preço unitário (un) contratual,no qual estão inclusos: as operações de escavação, concretagem, armação,execução das paredes-guias, fornecimento e colocação de lama bentonítica,transporte dos materiais escavados para bota-fora, fornecimento de concreto e do aço, mão de obra com encargos sociais, BDI (Benefícios e Despesas Indiretas), e equipamentos necessários aos serviços e outros recursos utilizados.Necessário para mensuração e pagamento da parede de diafragma que tenhamos um check list para acompanhamento do avanço físico do dispositivo que contemple:
a) Avaliação da experiência do prestador de serviços, a qualidade dos equipamentos e a especialização da equipe;
b) Ofereça informações completas à contratada quanto aos problemas que podem existir no terreno, como fundações antigas;
c) Verificação de alguma restrição ao tráfego de caminhões ao programar a chegada e saída dos equipamentos e dos caminhões de terra;
d) Prepare o canteiro para receber as máquinas e verifique se o terreno suporta os equipamentos pesados;
e) Controle do andamento da obra verificando os boletins dos painéis.
CONCLUSÃO
Sabe-se que o uso da parede de diafragma é indicada para a contenção de terrenos que não possuem grande área livre de movimentação para escavações, mas que necessitam de técnicas relevantes e assertivas que garantam a proteção e devida contenção da terra, evitando assim a movimentação da mesma.Ao pensar numa obra como um todo, a fase de contenção representa um gasto financeiro considerável, devendo então a técnica ser executada de modo certeiro e evitando assim qualquer tipo de retrabalho. Para isso o estudo prévio para a realização do projeto deve ser associado ao da fundação e ao do solo, sem saber precisamente tais informações o processo pode vir a ser questionado.
O estudo do projeto pré-obra é essencial, já que essa etapa de contenção pode vir a ser realizada junto com a de fundações, e a movimentação e ação da terra e mão de obra tem que ser bem empregada e sincronizada.A técnica das paredes de diafragma traz a segurança oferecida pela modernidade dos equipamentos de realizar cortes verticais profundos e precisos e deixando as armaduras fixadas com exatidão aos eixos.
Outro fator positivo é a adaptação da técnica em três tipos, o que visa trazer assertividade ao projeto e evitar gastos desnecessários, com técnicas não fundamentais no terreno.Pode-se pensar como fator negativo a necessidade de ter uma equipe especializada para realizar a mão de obra, que exige precisão ao extremo, e que uma equipe não qualificada pode vir a prejudicar a execução, e erros no decorrer desse processo podem vir a representar um desastre financeiro para a obra.
ESPECIFICAÇÃO TÉCNICA PARA EXECUÇÃO DE PAREDE DIAFRAGMA:
1 - OBJETIVO
Procedimentos executivos necessários à implantação de parede diafragma para servir como contenção.
SEQUÊNCIA EXECUTIVA BÁSICA
2 - DEFINIÇÃO
Trata-se da execução de painéis de concreto armado moldados in loco denominadas de "LAMELAS" através do preenchimento de trincheiras escavadas pelo uso contínuo de lama bentonítica, com a função de estabilizar as paredes de escavação e contrabalançar o empuxo devido à ocorrência de lençol freático no terreno.
Detalhe de uma lamela pré-moldada.
2.1 - LAMA BENTONITA :
Trata-se de uma suspensão em água de argila especial (BENTONITA).
É uma mistura argilosa constituida prevalentemente de montmorilonita (silicato hidratado de alumínio), que absorve água até 6 a 7 vezes o próprio peso, aumentando de 15 a 20 vezes o próprio volume.
A lama de perfuração foi utilizada pela primeira vez nos Estados Unidos da América do Norte em 1883, para execução de poços.
2.1.1 - QUALIDADES BÁSICAS DA LAMA BENTONITICA :
- Viscosidade superior à da água;
- Permitir, nas faces da escavação, a colmatação dos vazios da estrutura do solo, formando uma película praticamente impermeável;
- Poder tixotrópico, ou seja, a condição de adquirir uma certa rigidez quando a suspensão se apresenta em repouso;
2.1.2 - FINALIDADE DA LAMA BENTONITICA :
Garantir a estabilidade das paredes dos painéis durante a escavação.
2.1.3 - FORMAÇÃO DE LAMA BENTONITA :
Mistura de 1 m3 de água doce e 30 a 100 kg de bentonita em função da densidade e viscosidade desejada.
A preparação deve ser feita com antecedência mínima de 8 horas para permitir o inchamento da mesma.
Densidade da Lama Bentonita : Intervalo dos valores: 1,025 a 1,10 g / cm3.
3 - MATERIAIS
A executante deve prever a utilização dos seguintes materiais:
a) concreto
- com fck ≥ 20 MPa, consumo de concreto de 400 kgf/m³;
- fator água/cimento ≤ 0,6 e slump-test de 20 ± 2 cm.
b) aço estrutural CA-25 e CA-50, conforme projeto.
c) lama bentonítica com as seguintes características:
- peso específico entre 1,025 e 1,10 gf/cm³;
- pH entre 7 e 11;
- teor de areia ≤ 3%.
4 - EQUIPAMENTOS
A executante deve prever a utilização dos seguintes equipamentos:
a) diafragamadora, clam-shell e guindaste principal;
Diafragamadora, clam-shell e guindaste principal
Tipos de Clam - Shell
b) guindaste auxiliar;
c) central de lama;
d) bombas;
e) tubos ou chapas;
f) limpador de juntas;
g) funil de concretagem e outros;
h) caminhões betoneiras;
i) veículos auxiliares.
5 - EXECUÇÃO
A executante deve efetuar a locação das paredes projetadas.
PAREDE GUIA / MURETAS- GUIAS :
As paredes guias ou muretas-guia, com a função de balizar a escavação do painel e estabilização do terreno superficial lindeiro à futura parede, devem ser executadas de acordo com detalhes e especificações constantes do projeto.
São elementos de arrimo em concreto armado, com funções de definição do alinhamento, facilitando o posicionamento das lamelas da parede diafragma e servindo como guia para posicionamento do equipamento.
DIMENSÕES USUAIS :
Profundidade: de 1 a 2 metros
ESPESSURA : de 0,10 a 0,20 metros
A parede diafragma deve ser executada em obediência às seguintes fases sequenciais:
- 1ª fase: escavação das paredes definidas pelas muretas-guias com a utilização contínua de lama bentonítica;
ESCAVAÇÃO INICIAL COM RETRO-ESCAVADEIRA OU ESCAVAÇÃO MANUAL
PARA IMPLANTAÇÃO DAS PAREDES GUIAS
EM GUINDASTE
CONCRETAGEM DA PAREDE GUIA
A execução deve ser efetuada com o uso do clam-shell, na largura especificada para a parede, e em passos o tanto quanto possível horizontais, não se deixando degraus de grande porte na escavação;
- 2ª fase: Atingida a profundidade estabelecida em projeto, a executante deve proceder à limpeza da base da escavação com a retirada de detritos remanescentes, para executar a escavação e lançada a lama bentonitica que tem propriedade tixotropica para evitar o fechamento da cava equilibrando os empuxos na escavação, evitando o desmoronamento interno da cava.
Na seqüência, a armação será aplicada e a lama poderá ser reutilizada sendo bombeada para os reservatórios apropriados e passando pelo desarenador em sistema fechado até que se baixe o teor de areia para que seja efetuada a concretagem, podendo inclusive haver a substituição de parte da lama bentonita por outra mais nova.
A lama nova é batida e preparada em misturadores de alta velocidade e bombeadas para Tanques de Maturação onde descansam por cerca de 48 horas e após isso encontram-se prontas para sua utilização e serão estocadas nos tanques de lama para aplicação na lamela que esta sendo escavada.
Central para preparo da Lama Bentonita e aplicação no furo escavado
- 3ª fase: Após a desarenação no caso de reutilização ou da aplicação da lama, deve se efetuar a colocação da armadura dentro do painel escavado;
DESCIDA DA GAIOLA DE ARMAÇÃO
Içamento da gaiola metálica com 20,00 m de altura com apoio de
2 guindastes simultâneos para aplicação na lamela perfurada.
Detalhe do içamento da armação
DESCIDA DA GAIOLA DE ARMAÇÃO - LANÇAMENTO DA GAIOLA
A gaiola de aço deve ser provida de roletes espaçadores de forma a manter a posição vertical e os recobrimentos mínimos previstos no projeto;
DESCIDA DA GAIOLA E ARMAÇÃO
Recirculação de lama após a aplicação da gaiola para desarenamento da
lama bentonitica para posterior concretagem submersa
- 4ª fase: Após a colocação da armadura, deve ser efetuada a concretagem do painel;
Concretagem com utilização de funil acoplado a tubo Tremonha diâmetro 8"
Antes do início da concretagem, deve ser colocado o tubo-junta na extremidade do painel e dentro da verticalização prevista;
Colocação do Tubo Guia
Sempre na 1a concretagem é necessário a colocação do tubo guia
A concretagem deve ser processada utilizando-se, para tanto, o tubo tremonha, que deve ser mantido imerso a pelo menos 1,5 m na camada de concreto.
Concretagem submersa com o cuidado da tremonha permanecer dentro do concreto
lançado cerca de 1,50 m para manter a homogeneidade do concreto que
se inicia logo após a desarenação.
Detalhe em planta da execução de Parede Diafragma para construção de Metrô em grandes centros urbanos.
Detalhe da Concretagem Submersa
Com o preenchimento do painel pelo concreto, a lama, com menor densidade, sobe, devendo ser bombeada para fora da caixa e estocada no silo específico ou ate mesmo podendo ser descartada em local adequado.
A concretagem do painel deve ser processada com a maior brevidade possível, evitando ventuais instabilizações; por outro lado, caso a concretagem seja interrompida de um dia para outro, deve-se providenciar a nova troca da lama, antes do seu reinício.
- 5ª fase: imediatamente após o endurecimento do concreto, devem ser removidos os tubos-juntas.
TUBOS JUNTAS OU TUBOS GUIAS
Atingida a profundidade estabelecida no projeto, o painel em execução deve ser armado e concretado simultaneamente à retirada da lama. Antes da colocação da gaiola de aço, a lama suja, devido à escavação, deve ser trocada por lama acidas.
PAREDE DIAFRAGMA - SEQUÊNCIA EM PAINÉIS ALTERNADOS
PAREDE DIAFRAGMA - SEQUÊNCIA EM PAINÉIS SUCESSIVOS
Os painéis projetados não devem ter extensões superiores a 5 m, salvo casos excepcionais previstos no projeto.
A parede projetada pode ser do tipo auto-portante, ou complementada por estruturas adicionais, com elementos de escoramento específico.
6 - CONTROLE
O controle das características do concreto deve abranger:
a) verificar o slump, conforme NM 67(3), de todo caminhão betoneira que chegar a obra, o slump deve atender o especificado no traço de concreto. Quando não atender o especificado o concreto é rejeitado;
b) moldagem de 4 corpos de prova cilíndricos, conforme NBR 5738(1) de todo caminhão betoneira que chegar a obra, para determinação da resistência à compressão simples, conforme NBR 5739(2), aos 7 e 28 dias de cura.
6.1.1 Lama Bentonitica
Deve-se determinar as características da lama betonítica após seu preparo e antes da escavação, antes da concretagem e no seu reaproveitamento, e sempre que houver suspeita das variações da característica do material. Devem ser executadas as seguintes determinações:
a) massa específica;
b) viscosidade Marsh;
c) pH;
d) percentual de areia.
6.2 Execução
A contratada deve manter registro completo da cravação de cada painel, em duas vias, uma destinada à fiscalização. Devem constar neste registro os seguintes elementos
- obra e local;
- data de início de escavação e corretagem;
- número do painel;
- dimensões;
- cotas da parede-guia, do fundo e arrasamento;
- produtividade de escavação e concretagem, por painel, com comparação em cada trecho do consumo real em relação ao teórico;
- resultados dos ensaios de lama antes e após da desarenação;
- slump-test do concreto e outros.
As paredes que não tenham sido adequadamente controladas não são recebidas e aceitas pela fiscalização.
A concretagem de cada painel deve ser acompanhada para verificação dos volumes efetivos do concreto, em comparação com os volumes previstos. Desta forma, torna-se possível estimar as espessuras efetivas da parede, bem como avaliar a presença de locas ou erosão, devido aos desbarrancamentos ocorridos.
Toda a lama a ser utilizada deve ser previamente estocada para verificação de sua densidade e teor de areia.
A executante deve elaborar o boletim de controle de subida do concreto e do ensaio de lama.
As paredes que não tenham sido adequadamente controladas não são recebidas e aceitas pela
fiscalização.
A concretagem de cada painel deve ser acompanhada para verificação dos volumes efetivos do concreto, em comparação com os volumes previstos. Desta forma, torna-se possível estimar as espessuras efetivas da parede, bem como avaliar a presença de locas ou erosão, devido aos desbarrancamentos ocorridos.
A executante deve elaborar o boletim de controle de subida do concreto e do ensaio de lama.
7 - ACEITAÇÃO
Os serviços são aceitos e passíveis de medição desde que atendam as exigências estabelecidas nesta especificação.
7.1 Materiais
7.1.1 Concreto
O concreto é aceito desde que o resistência característica aos 28 dias de cura, determinada conforme NBR 12655(3) deve ser maior ou igual a 20,0 MPa ou especificado em projeto. Os lotes não devem possuir volume de concreto superior a 100 m³.
7.1.2 Lama Betonítica
A lama bentonítica é aceita desde que:
a) o peso específico esteja compreendido entre 1,025 g/cm³ e 1,10 g/cm²;
b) a viscosidade Marsh esteja entre compreendido no intervalo de 30 s e 90 s;
c) o pH esteja compreendido entre 7 e 11;
d) o percentual de areia seja ≥ 3%.
Quando os parâmetros acima não forem obedecidos deve-se efetuar sua imediata substituição.
7.2 Execução
As paredes-guias devem apresentar distância máxima entre elas igual à espessura do painel acrescido de 5 cm.
O alinhamento e o prumo das paredes-guias devem ser verificados, aceitando-se valores situados entre ± 2 cm;
A verticalidade da escavação deve ser garantida através de verificação por fio de prumo e estar situada dentro de limites da parede-guia.
8 - CONTROLE AMBIENTAL
Os procedimentos de controle ambiental referem-se à proteção de corpos d’água, da vegetação lindeira e da segurança viária. A seguir são apresentados os cuidados e providências para proteção do meio ambiente, a serem observados no decorrer da execução da parede diafragma.
a) deve ser implantada a sinalização de alerta e de segurança de acordo com as normas pertinentes aos serviços;
b) deve ser proibido o tráfego dos equipamentos fora do corpo da estrada para evitar danos desnecessários à vegetação e interferências na drenagem natural;
c) caso haja necessidade de estradas de serviço fora da faixa de domínio, deve-se proceder o cadastro de acordo com a legislação vigente;
d) as áreas destinadas ao estacionamento e manutenção dos veículos devem ser devidamente sinalizadas, localizadas e operadas de forma que os resíduos de lubrificantes ou combustíveis não sejam carreados para os cursos d’água. As áreas devem ser recuperadas ao final das atividades;
e) todos os resíduos de materiais utilizados devem ser recolhidos e dada a destinação apropriada;
f) o material resultante da escavação deve ser transportado para depósito de material excedente previamente aprovado;
g) a lama bentonitica utilizada deve ser recolhida e transportada para local previamente aprovado pela fiscalização para tratamento, para reaproveitamento ou para ser destinada ao depósito de material excedente;
h) é proibido o escoamento da lama bentonítica no sistema drenagem, provisório ou definitivo, e nos corpos d’água;
i) evitar o carreamento do concreto utilizado para os cursos d’água e sistema de drenagem;
j) a área afetada pelas operações de construção e execução deve ser recuperada, mediante a limpeza do canteiro de obras, efetuando ainda a recomposição ambiental;
k) é obrigatório o uso de EPI, equipamentos de proteção individual, pelos funcionários.
9 - CRITÉRIOS DE MEDIÇÃO E PAGAMENTO
As paredes diafragma executadas e aceitas pela fiscalização devem ser medidas em metro cúbico (m³), obtidos através do produto das espessuras, extensões e profundidades efetivamente executadas e aceitas pela fiscalização.
A parede diafragma é paga conforme o respectivo preço unitário contratual, no qual estão inclusos: as operações de escavação, concretagem, armação, execução das paredes-guias, fornecimento e colocação da lama bentonítica, transporte dos materiais escavados para botafora, fornecimento do concreto e do aço , mão de obra com encargos sociais, BDI, e equipamentos necessários aos serviços e outros recursos utilizados.
UNIDADES MAIS USUAIS PARA MEDIÇÃO DOS SERVIÇOS
01 Parede diafragma moldada “in loco” m³
02 Taxa de instalação de equipamento para parede diafragma un
10 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
10.1 - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5738. Concreto - Procedimento para moldagem e cura de corpos-de-prova. Rio de Janeiro, 2003.
10.2 - NBR 5739. Concreto – Ensaio de compressão de corpos-de-prova cilíndricos. Rio de Janeiro 1994.
10.3 - NBR 12655. Concreto de cimento Portland – Preparo, controle e recebimento – Procedimento. Rio de Janeiro, 2006
ANEXO A - BOLETIM DE PAREDE DIAFRAGMA
Relatório de Acompanhamento de Execução de Parede Diafragma
Obra: Nº Data:
Cliente: Estaca nº:
Cota da parede-guia: Cota do fundo:
Cota de arrasamento: Escavado:
Concretado: Não-concretado:
Data Dimensões
Início Término Barrete:______x______(mm)
Cronometragem dos Trabalhos
Serviços Datas Quantidades de Horas
Paralisações Datas Equipamentos (horas)
Escavação Defeito mecânico
Trepanagem Falta de paredeguia
Colocação de juntas Falta de água
Colocação de camisa Falta de armação
Colocação de armação Falta de caminhão
basculante
Colocação de tubo trem. Falta de concreto
Concretagem Falta de definição
do projeto
Tempo de cura Falta de energia
Retirada de juntas Por chuva
Produção Escavação Concretagem
Quantidade executada
Quantidade acumulada no mês
Quantidade acumulada na obra
Observações:
____________________________
Nome do Executor
____________________________
Assinatura do Executor
|
 |
 |  |
| A escavação de parede diafragma foi uma evolução natural das cortinas com estacas justapostas tipo strauss ou escavadas mecanicamente. Para tanto, foram desenvolvidas as ferramentas “clam-shell” que podem ser mecânicas ou hidráulicas, de seção retangular sendo sua espessura variável entre 0,30 m até 1,20 m e com larguras variando entre 1,50 m até 3,00 m. Tendo como finalidade a execução de um muro contínuo no subsolo que possibilita a absorção de cargas axiais, empuxos e momentos fletores |
|
Em função das características geológicas do terreno, os painéis ou lamelas podem ser escavados em seqüência ou alternadamente sendo que, a aderência entre as sucessivas lamelas é obtida com a utilização de tubos junta no caso das paredes moldadas “In loco”.
Para paredes diafragma “pré-moldadas” o encaixe entre painéis consecutivos é do tipo “macho-fêmea”, podendo ter diferentes formas geométricas.
As estacas barrete seguem o mesmo processo executivo, sendo perfuradas lamelas individuais ou com seção mista do tipo H, +, --, etc... e são indicadas para absorção de cargas elevadas nas fundações.
|
|
METODOLOGIA EXECUTIVA |
1- Execução da mureta guia em concreto armado ou chapa metálica, que serve como guia do clam-shell e contenção da camada de terreno superficial.
2- Escavação das lamelas com utilização do clam-shell e contenção da camada de terreno superficial.
3- Colocação do tubo-junta para moldagem “in loco”.
4- Aplicação da armada pré-montada com alças, clips, distanciadores, etc.
Caso sejam utilizadas placas pré-moldadas, as mesmas já dispõem da amadura pré-moldada de engate na sua extremidade inferior, bem como de juntas tipo “macho-fêmea” eliminando-se com isso a fase 3 acima.
5- Concretagem submersa, utilizando-se o tubo “tremie” com o intuito de evitar a lavagem e desagregação do concreto, obtendo-se elevadas velocidades de lançamento de grandes volumes de concreto. O mesmo deve ter “slump” adequado.
Inicialmente, emprega-se um obturador no tubo “tremiê” para evitar a mistura da lama bentonítica com o concreto, que pode acarretar perda na qualidade do mesmo.
Em seguida procede-se a concretagem contínua da lamela tomando-se a precaução de manter o tubo sempre imerso no concreto e, concomitantemente procede-se a retirada da lama bentonítica excedente para reciclagem e reproveitamento.
No caso das placas pré-modadas, são deixados furos ao longo das mesmas e, que permitem a introdução do tubo “tremiê” até o fundo da escavação para a concretagem e interação das mesmas com o solo.
Como vantagens desse sistema, ressalvamos:
Alta produtividade em função da mobilidade do equipamento, da rapidez de manobra, da agilidade na troca da ferramenta e descarga do material escavado.
Atingir grandes profundidades abaixo do lençol freático, possibilitando por exemplo a ampliação do número de subsolos e garagens.
Contenção lateral para grandes escavações poços, casas de máquina, silos subterrâneos, etc.
Elementos estruturais
Impermeabilização de barragens, diques, escavações, canalizações de córregos ou rios, podendo-se executar diafragmas plásticos preenchidos com mistura de cimento e argila ou bentonita.
Execução da parede a edificação vizinha sem causar danos a esta, por não provocar vibrações ou alívio significativo das pressões laterais, não retirar água do solo alterando enfim as condições do solo sob as estruturas adjacentes.
|
Características da lama bentonítica e do concreto
A) Lama Bentonítica
Densidade: < 1.10 g/ml - (balança densidade)
Viscosidade: 20 - 90 seg - (balança de Marsh)
Resistência do gel (10 min): 1.4 - n/m² - (Shearometer)
PH:
8 - 12 - (papel de tornasol)
B) Concreto
“Slump” 20 ± 1 cm
A/C = 0,6
Agregado: dimensões max 20m (pedra 1)
Cimento: 400 kg/m³
Areia: 35% - 45% em peso (total de agregado) |