Museu Paulista (USP), 12 de março de 2005 - 26 de junho de 2006
A exposição mostra como a cartografia foi desenhando os contornos da América, do Brasil e de São Paulo. Trata dos mapas como representação e analisa a natureza da linguagem cartográfica. Discute os usos políticos da cartografia na definição das fronteiras territoriais. Explora as vivências no cotidiano do sertão, caminhando por trilhas e rios, descrevendo os tempos de viagem, os sabores da culinária bugre, as rezas e ladainhas de proteção dos caminhantes. Com base em imagens de satélite, a exposição simula a dinâmica da rede de caminhos, vilas e cidades que desenhou os diferentes contornos do território paulista, de 1534 a 1822. Estimula a imaginar as condições materiais e técnicas e as dificuldades do apossamento e mapeamento do sertão.
Coordenação geral: Profa. Dra. Eni de Mesquita Samara Profa. Dra. Vera Lucia Amaral Ferlini Assistentes de coordenação: Profa. Dra. Ana Paula Torres Prof. Jonas Soares de Souza Gestão administrativa e divulgação: Profa. Dra. Miyoko Makino Cláudia F. Toledo Curadoria científica: Profa. Dra. Beatriz Piccolotto Profa. Dra. Íris Kantor Curadoria museológica: Ricardo Nogueira Bogus Curadoria do acervo cartográfico do Museu Paulista: Márcia Medeiros de Carvalho Programação visual: Christine May Kauffmann Fidalgo Sonorização: Anna Maria Kieffer Leo Kupper Vídeo: João Clark de Abreu Sodré Paulo Pastorello Folder: Joceley Vieira Souza Rafael Sanches Colagem: Diana Niño Salamanca |
Salas 23 e 24 A Cosmografia dos Descobrimentos: Novos Céus, Novos Mares e Novo Mundo “Os portugueses ousaram cometer o grande mar Oceano. Entraram por ele sem nenhum receio. Descobriram novas ilhas, novas terras, novos mares, novos povos e o que mais é, novo céu e novas estrelas. (...)” Sala 14 América: A Quarta Parte A chegada dos europeus à América transformou completamente o modo de ver e representar o mundo. Até início do século 15, os mapas-mundi continham apenas a figuração de três continentes: Europa, Ásia e África. O novo continente descoberto passou a ser denominado Quarta Parte, em alusão às demais Três Partes do Mundo, já conhecidas pelos europeus desde a Antiguidade. As viagens de circunavegação e a comprovação da esfericidade da Terra modificaram as concepções cosmográficas existentes. Salas 25 e 26 Do Campo ao Gabinete: As Cartas Terrestres dos Engenheiros Militares O controle das terras descobertas demandou um novo tipo de profissional, menos afeito às questões náuticas, mais afeito às questões terrestres. Embrenhar-se nas terras do novo mundo, mapeá-las e estabelecer sistema de defesa eficiente implicava em novos procedimentos, técnicas e instrumentos. Os séculos 17 e 18 marcaram o fim da era dos cosmógrafos e o início da era dos engenheiros militares, especializados nas questões de guerra, na fundação de cidades e também no mapeamento de grandes superfícies terrestres. Mais de duas centenas de engenheiros atuaram no Brasil, entre os séculos 16 e 18. Sala 22 O Gabinete do Desenho do Engenheiro Militar Com base no tratado “O Engenheiro Português” (1728), de Manoel de Azevedo Fortes, é possível imaginar como seria o gabinete de desenho dos engenheiros do século 18: sua mesa de trabalho, suas folhas de papel, o “estojo de matemática”; como riscavam as primeiras linhas a lápis; apagavam-nas com miolo de pão;preparavam as penas; empunhavam-nas corretamente; riscavam a nanquim; preparavam as tintas; davam as aguadas (aquarelavam as cartas); colavam as diversas folhas com “cola de Inglaterra”; ornamentavam o conjunto... Sala 28 Definição dos Confins: O Uso Político dos Mapas Admirados por seu requinte artístico, os mapas eram, freqüentemente, oferecidos como presentes aos reis e embaixadores. Além de serem símbolos de prestígio e poder, tiveram papel fundamental na assinatura de tratados de limites. Esta parte da exposição explora os usos políticos da cartografia. Na maioria dos mapas da América do Sul dos séculos 16 e 17 aparecem os domínios portugueses representados como se fosse uma ilha, limitada pelas bacias do Prata e do Amazonas. A imagem da “Ilha-Brasil”, como unidade geográfica particular, foi utilizada como argumento político nas negociações diplomáticas internacionais. Sala 29 Caminhos e Caminhantes: As Vivências no Sertão Mapas, relatos, pinturas e objetos da cultura material ilustram o dia a dia das expedições que demarcaram as rotas entre o planalto paulista e os sertões longínquos. Cantos indígenas, ladainhas de proteção e cantigas de tropeiros evocam as partidas e chegadas das jornadas. Sala 31 O Território em Rede: Vilas e Cidades no Desenho das Fronteiras Território e espaço não são noções equivalentes. O território, com contornos e limites precisos, é uma construção histórica, produto da ação humana. No século 18, foi produzido o contorno do Brasil que reconhecemos hoje. Uma rede de capelas, freguesias, vilas, cidades e fortificações funcionaram como chaves desse território, resultado da ação da Coroa e dos deslocamentos da população paulista. Sala 34 Maquete da Cidade de São Paulo no Século XIX |
Laboratório de Estudos de Cartografia Histórica
Dimensões do Império Português/FAPESP
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