Humanismo, em sua concepção clássica literária, é o movimento que exalta o ser humano em sua forma mais valorizada e plena.
Surgiu entre a Idade Média e o Renascimento, e coincide com o início de uma nova classe social: A burguesia.
O Humanismo marca toda a transição de um Portugal caracterizado por valores
puramente medievais para uma nova realidade mercantil, em que se percebe a
ascensão dos ideais burgueses. A economia de subsistência feudal é substituída
pelas atividades comerciais; inicia-se uma retomada da cultura clássica,
esquecida durante a maior parte da Idade Média; ao lado do pensamento
teocêntrico medieval, começa a surgir uma nova visão do mundo que coloca o homem
como centro das atenções (antropocentrismo).
Teoria Humanista
A teoria Humanista veio surgir somente no início do século XIV quando o italiano
Francesco Petrarca (1304-1374) colocou o homem como centro de toda ação e como
agente principal no processo de mudanças sociais. Essa posição de alguns
pensadores causou impactos na Igreja. No entanto o humanismo em nenhum momento
renegou o catolicismo. Humanistas como Petrarca eram religiosos, porém não
aceitavam apenas uma explicação como verdade plena.
O pensamento Humanista baseou-se no antropocentrismo. Se antes Deus e a
Igreja guiavam o Homem e seus passos, agora o Homem, por si só, obedecia a
reflexão mais aprofundada para discenir seus caminhos. O pensamento Humanista
fez ressurgir na cultura européia a filosofia greco-romana. Não obstante o
grande avanço do pensamento Humanista, este restringiu-se à filosofia e à
literatura, não englobando outros setores como as artes plásticas, por exemplo.
Petrarca, como fundador do Humanismo, é figura central no processo de
revolução do pensamento europeu que culminou com o movimento conhecido como
Iluminismo. Foi ele o primeiro humanista do Renascimento.
Manifestações humanistas
Teatro
O teatro foi a manifestação literária onde ficavam mais claras as
características desse período. Gil Vicente foi o nome que mais se destacou, ele escreveu mais de 40
peças.
Sua obra pode ser dividida em 2 blocos:
Autos: peças teatrais cujo assunto principal é a religião. “Auto da alma” e “Trilogia das barcas” são alguns exemplos.
Farsas: peças cômicas curtas. Enredo baseado no cotidiano. “Farsa de Inês Pereira”, “Farsa do velho da horta”, “Quem tem farelos?”
são alguns exemplos.
Poesia
Em 1516 foi publicada a obra “Cancioneiro Geral”, uma coletânea de poemas de época.
O cancioneiro geral resume 2865 autores que tratam de diversos assuntos em poemas amorosos, satíricos, religiosos entre outros.
Prosa
Crônicas: registravam a vida dos personagens e acontecimentos históricos.
Fernão Lopes foi o mais importante cronista(historiador) da época, tendo
sido considerado o “Pai da História de Portugal”. Foi também o 1º cronista que
atribuiu ao povo um papel importante nas mudanças da história, essa importância
era, anteriormente atribuída somente à nobreza.