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E se Robin pegar o boné?

O acordo do Guarani F. C. com a empresa ou grupo representado pelo técnico Michel Robin, de emprestar a camisa bugrina para a disputa da Copa FPF em 2007.

Em linhas gerais, foi positivo o acordo com a empresa do técnico Michel Robin, de emprestar a camisa bugrina para a disputa da Copa FPF. Houve aproveitamento de jogadores do estafe de Robin no time A e vice-versa. Com a eliminação do Bugre da disputa da série C, o papel do time Robin revelou outra conveniência importante, pois a conquista do título na Copa FPF pode assegurar vaga em nome do Guarani na série C de 2008. É claro, disputar a série C é fundamental para se sonhar com a volta para a B e, depois, para a A. Por isso, é mesmo muito bom que o elenco de Robin esteja em campo com a camisa do Bugre.

Entretanto, tenho notado por parte da mídia um "endeusamento" de Robin que vai além dos merecidos elogios pelo desempenho de seu time em campo. Diz a mídia que o Guarani deve "dar graças a Deus" por ter Robin e seus recursos e cita como exemplo a notícia segundo a qual ele teria usado seu próprio dinheiro para fazer reformas nos alojamentos e, inclusive, concentrar os jogadores em hotel de boa qualidade. Mas convenhamos.

O negócio foi interessante para o Guarani em razão da gravidade de sua crise, pois assegura, como já disse, um mínimo de material humano para manter em atividade algum futebol profissional com a marca alviverde. Objetivamente, no entanto, deve-se notar que o grupo de Robin praticamente não tem encargos para contar com essa vitrine de altíssima visibilidade e baixíssimo custo, sem os pesados ônus de infra-estrutura, publicidade e propaganda necessários para expor, valorizar e vender seus produtos. Sim.

Esse é o business do grupo de Robin: a compra e a venda de jogadores. Por isso, é bom lembrar que, terminada a Copa FPF, irão todos – jogadores e comissão técnica –, com malas e bagagens para destinos sobre os quais o Guarani poderá não ter nenhuma possibilidade de interferência. Poderá, inclusive, ser o próprio Guarani um desses destinos, mas novamente na condição de parceiro secundário, de chapéu na mão.

Se o clube deseja de fato reassumir as rédeas do seu destino deve fazer planos que vão além do simples aluguel de uma equipe de futebol profissional. Deve privilegiar a montagem de elenco próprio, ainda que modesto, que sirva ao menos de contrapartida para o caso de se ter de negociar outro acordo nos moldes deste que envolve o atual time B e, numa hipótese nada remota, para o caso de Robin simplesmente pegar o boné. (26/09/2008)

Bugrino das Antigas escreveu:

"ESSE TAL DE ROBIM PRA MIM É UM ENGANADOR... TÁ DANDO SORTE COM ESSE TIME..."

Os resultados do time B na Copa FPF foram bons nas fases iniciais da competiçãosão muito bons, mas não podemos confiar demais em um esquema que não é nosso e cujo objetivo principal está na obtenção de lucros com a compra e a venda de jogadores.

Todos os clubes podem – e devem – investir em jogadores considerando-os também como "mercadorias". Isso é da natureza do esporte profissional, embora não me agrade. Mas é dar chance para o azar apenas alugar a camisa, o prestígio, a infra-estrutura e – por que não dizer? – também a torcida para promover uma fornada de atletas cujas negociações ninguém sabe se vão render alguma coisa para o clube.

Tenho simpatia pela atual diretoria bugrina, mas foi um erro não divulgar os termos do contrato entre o Guarani e o grupo de Robin. Como já disse em outras ocasiões, o negócio foi bom para o Bugre diante das circunstâncias, mas não tem sentido perenizar esse tipo de relação e, muito menos, manter silêncio a esse respeito. (01/10/2008)

O futuro do Guarani – Álvaro Caropreso