Seres fotoautotróficos ou heterotróficos, eucarióticos, que vivem em ambiente aquático ou terrestre úmido e que não apresentam organização complexa do corpo, podendo ser uni ou pluricelulares, sem tecidos verdadeiros.
"Algae é o plural latino de alga, nome usado entre os romanos para designar certas plantas destituídas de raiz, caule e folhas, de coloração parda, vulgarmente chamadas sargaços, que eram lançadas na praia durante as ressacas.
O nome Algae para designar uma categoria sistemática de plantas aparece pela primeira vez em 1753, utilizado por Linnaeus. Nessa categoria, entretanto, Linnaeus reuniu tanto plantas ainda hoje denominadas algas quanto alguns líquens e briófitas.
Em 1838, Unger incluiu fungos, liquens e algas no grupo denominado Thallophyta - plantas sem diferenciação em raiz, caule e folha.
A Ficologia é a ciência que estuda as algas no seu sentido mais amplo, e os estudiosos em algas são denominados ficólogos."
"As algas constituem um 'grupo' de organismos com ampla diversidade de formas, funções e estratégias de sobrevivência e que não tem origem monofilética. Pode-se, então, conceituar algas como organismos fotossintéticos, em sua maioria, que variam de uni a pluricelulares e cujos órgãos de reprodução (gametângios ou esporângios uni ou pluricelulares) não são envolvidos por camada de células estéreis. São ubíquas e ocorrem em ampla variedade de hábitats, desde aquáticos até terrestres, praticamente em todas as latitudes, longitudes e altitudes do globo".
As algas apresentam morfologia simples, com nível de diferenciação baixo, quando comparadas a outros grupos de organismos fotossintetizantes, variando de formas unicelulares isoladas, agregados de células, colônias, filamentos simples ou ramificados. Algumas formas unicelulares e coloniais podem ser móveis pela presença de flagelos, e nesse caso, frequentemente são confundidas com protozoários.
Diversas algas são endófitas, isto é, crescem dentro de outras plantas: a cianofícea Anabaena azollae cresce dentro das folhas de Azolla (pteridófita aquática) e espécies de Anabaena e Nostoc vivem nos talos de Anthoceros (briófita), raízes de Cycadaceae (gimnosperma) e rizomas de Gunnera (angiosperma).
As algas aquáticas podem ocorrer em água doce, estuarina, marinha ou hipersalina. Algumas podem tolerar uma grande variação de salinidade e temperatura. As microalgas aquáticas podem viver suspensas na massa d'água formando o fitoplâncton.
As algas bentônicas vivem fixas aos mais diversos substratos tais como rochas, areia, lodo, outras algas ou plantas e sobre pele, carapaça e concha de animais
A reprodução das algas reúne três processos: vegetativo, assexuado e sexuado.
O vegetativo envolve somente divisões celulares do tipo mitose sem ocorrer alterações no número de cromossomos das células, como a divisão binária nas euglenofíceas e diatomáceas. Nas formas multicelulares, a reprodução vegetativa pode ocorrer por fragmentação, em especial nas formas filamentosas.
O processo assexuado envolve a formação de células especializadas, os esporos, que podem ser móveis (zoósporos) ou não (aplanósporos). Esses esporos não têm caráter de sexualidade, são formados no interior de esporângios, em geral através de divisões mitóticas, e originam diretamente novos indivíduos, como na clorofícea Ulothrix.
O processo sexuado envolve fusão de gametas com formação de zigoto e algumas vezes de um embrião.
Classificamos as algas em 6 grupos, baseados no carboidrato de reserva e nos tipos de pigmentos fotossintetizantes:
São seres unicelulares e flagelados. Podem ser fotoautotróficas, como a Euglena, ou heterotróficas, como a Paranema.
Possuem o paramilo como carboidrato de reserva. A maioria é de água doce e possuem vacúolo pulsátil para controle osmótico e estigma para percepção da luz. Além da presença de cloroplastos.
Reprodução característica deste grupo é por divisão binária.
Também conhecidos como dinoflagelados, são seres unicelulares e flagelados - possuem 2 flagelos, uma 'cinta' e outro perpendicular.
Possuem representantes fotoautotróficos e heterotróficos, sendo sua maioria marinhos. A reserva energética é na forma de amido e óleos.
Possuem estrutura rígida devida a presença de endoesqueleto que pode conter depósito de celulose.
A reprodução ocorre, principalmente, por divisão binária, mas pode ocorrer, também, por formação de zigoto. Podem ser de vida livre, possuir relação mutualística ou parasita.
O gênero Alexandrium é muto popular dentre as Dinophytas ou dinoflagelados, pois são responsáveis por um importante fenômeno ecológico, conhecido com maré-vermelha, provocado pelo desequilíbrio ecológico resultante da excessiva proliferação da população desta alga. Os fatores ambientais que favorecem a reprodução são: temperaturas superficiais altas, elevado conteúdo de nutrientes, baixa salinidade e mar calmo.
Estas algas liberam toxinas que podem causar doenças respiratórias, gastrointestinais e neurológicas em seres humanos. Adicionalmente, dizimam peixes e moluscos, e seus consumidores diretos: golfinhos, aves e outros mamíferos.
Outros importantes fenômenos ecológicos associados a este grupo são: bioluminescência e o branqueamento dos corais:
Conhecida como diatomáceas ou algas douradas, são algas unicelulares ou filamentosas. A maioria é autrotófica. Armazenam energia, principalmente, na forma de óleo.
Não possuem cílios ou flagelos, sendo seu deslocamento por meio de deslizamento.
Possuem parede celular complexa, composta de pectina e uma camada de sílica, denominada de carapaça ou frústula, com formas variadas.
Alguns gêneros podem produzir neurotoxinas: primeiro relato de um surto de uma doença neurológica provocado por diatomáceas foi registrado em 1987 no Canadá. As pessoas afetadas comeram mexilhões que tinham se alimentado de diatomáceas. As diatomáceas produzem o ácido domoico, uma toxina que estava concentrada nos mexilhões.
A reprodução pode ser assexuada ou sexuada, neste grupo.
Uma importante aplicação deste grupo é a terra de diatomáceas, utilizada em cosméticos, filtros, fertilizante e etc:
Conhecidas como algas marrons ou pardas.
São macroscópicas e multicelulares, podendo atingir 5om de comprimento.
Conhecidas como algas vermelhas, são multicelular com talo delicado e ramificado.
Vivem em maiores profundidades oceânicas, devido ao comprimento de luz que absorvem: O pigmento vermelho permite que elas absorvam a luz azul que penetra nas regiões mais profundas dos oceanos.
Possuem parede celular composta por uma camada interna rígida de celulose e e uma externa mucilaginosa, em que se tem a presença de polissacarídeos (como o ágar e a carragenina).
Algumas espécies do gênero Gracilaria são comestíveis, outras podem produzir uma toxina letal.
Conhecidas como algas verdes, possuem parede celular composta de celulose e estocam amido, semelhantemente às plantas.
A maioria é microscópica, mas podem ser uni ou pluricelulares. Adicinalmente, alguns tipos são filamentosas e formas uma espuma verde em lagos.