Resumo. Esta pesquisa tomou como objeto as personagens femininas do romance da escritora nigeriana Chimamanda Adichie, Hibisco Roxo. Nele, a história é narrada e protagonizada por Kambili, uma jovem de quinze anos, cujo mundo é limitado pelos altos muros da mansão de sua família, onde reside com os pais, Beatrice e Eugene, e o irmão, Jaja. Seus dias são rigorosamente preenchidos com estudos, orações e leituras da Bíblia, segundo diretrizes ditadas por seu pai, um industrial abastado, católico fervoroso e dedicado defensor do legado europeu em contraponto às tradições culturais de seu povo. Quando a Nigéria é afligida por um governo militar, Eugene encaminha os filhos para a casa de sua irmã, localizada no campus da Universidade, em Nsukka. Nos dias transcorridos naquela casa repleta de risos e dificuldades cotidianas, ambos descobrem novos sentimentos, rompendo o silêncio imposto por seu pai. A investigação adotou como princípio fundamental a interface entre história e literatura para a análise da fonte documental, esta compreendida como meio de interpretação do passado. Três eixos foram privilegiados: o legado do colonialismo, por meio da dimensão cultural; o tempo no qual se passa a narrativa; e as relações de gênero, expressas através das personagens femininas. Assim, a narrativa de Hibisco Roxo foi pensada não só como uma história de florescimentos em dada etapa da vida da protagonista, mas também como uma história de relações de poder no espaço privado, do impacto do colonialismo na Nigéria, dos conflitos entre o legado europeu e as tradições culturais de uma etnia.
Palavras-chave: História e Literatura. História da África. Colonialismo. Relações de gênero. Representações
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