Provavelmente você já ouviu falar sobre o jogo Pokémon Go, jogo da Nintendo que permite você descobrir Pokémons onde você estiver usando o seu smartphone. O que talvez você não saiba é que esse jogo faz uso de uma tecnologia chamada realidade aumentada [1].
Diferentemente da realidade virtual, que transporta o usuário para um ambiente virtual, a realidade aumentada mantém o usuário no seu ambiente físico e transporta o ambiente virtual para o espaço do usuário, permitindo a interação com o mundo virtual, de maneira mais natural e sem necessidade de treinamento ou adaptação [2]. Uma das vantagens da realidade aumentada é que ela é uma tecnologia mais acessível, pois não requer um óculo apropriado necessário para implementar realidade virtual. Basta um smartphone com câmera para trazer o coisas do mundo virtual para mundo físico.
Diante dessa facilidade e motivadas em tornar o celular útil dentro da sala de aula, as alunas Luana Rodrigues e Zandara Pereira do curso Técnico em Informática integrado ao Ensino Médio do campus Arraial do Cabo do IFRJ tiveram a ideia de criar um aplicativo didático usando realidade aumentada para ajudar no processo de ensino e aprendizagem de química. Tal aplicativo, denominado ARTOM, foi o resultado do projeto interdisciplinar delas [3].
O ARTOM foi desenvolvido para ajudar alunos a visualizar como ocorrem as ligações químicas covalentes. Para isso, ele gera na tela do celular uma representação gráfica dos átomos e, caso esses átomos podem ser combinados, o ARTOM gera um representação gráfica da molécula formada pela combinação dos átomos envolvidos.
No mundo físico, cada átomo é representado usando uma carta com um QR-Code (Figura 1). Quando a câmera do celular é apontada para uma dessas cartas, uma animação é gerada na tela do célular representando o átomo dessa carta com os seus respectivos prótons e elétrons como mostrado na Figura 2. Embora não haja limites de átomos que o ARTOM pode representar, o número de átomos representados na tela do celular dependerá da capacidade da câmera de focar cartas.
O vídeo ao lado apresenta uma demonstração do funcionamento do ARTOM. Nele é possível ver alguns dos átomos que ele reconhece e algumas das moléculas que podem ser criadas a partir dos átomos reconhecidos pela câmera. Note que além da animação que simboliza a formação de uma molécula, o ARTOM exibe também a representação geométrica da molécula gerada.
Para mais detalhes sobre o ARTOM, acesse a parte escrita do Projeto Final do Curso Técnico em Informática que pode ser obtido em [3]. Caso tenha interesse, o código fonte encontra-se em anexo no final do texto e também no github no link.
O ARTOM foi desenvolvido como um aplicativo para Android. Portanto, para testá-lo basta fazer o download do arquivo artom.apk e efetuar a instalação no celular. Dentro do aplicativo há um link onde as cartas podem ser obtidas para que sejam impressas antes de iniciar a execução do ARTOM.
Referências:
[1] EXAME, O que é realidade aumentada, chave do sucesso de Pokémon Go, https://exame.com/tecnologia/o-que-e-realidade-aumentada-chave-do-sucesso-de-pokemon-go/, acessado em 13/04/2021.
[2] KIRNER, Cláudio; TORI, Romero. Fundamentos de realidade aumentada. Fundamentos e Tecnologia de Realidade Virtual e Aumentada, v. 1, p. 22-38, 2006.
[3] Luana Rodrigues Santana da Silva e Zandara Pereira Henley de Mattos; ARTOM - APLICATIVO PARA O ENSINO DE QUÍMICA EM REALIDADE AUMENTADA; Orientadores: Eros Izidoro Amaral e Rafael de Oliveira Costa