ERER- Educação para as Relações Étnico-Raciais na Prática Escolar
Formando Educadores para Promover a Igualdade Racial e o Respeito à Diversidade Étnico-Cultural
Formando Educadores para Promover a Igualdade Racial e o Respeito à Diversidade Étnico-Cultural
Este curso foi desenvolvido para capacitar profissionais da educação na implementação efetiva da Educação para as Relações Étnico-Raciais (ERER) em contextos escolares. Por meio de uma abordagem prática e integrada, os educadores aprenderão a valorizar a cultura afro-brasileira, promover a igualdade racial e combater o racismo dentro das instituições de ensino. O conteúdo é direcionado a professores, gestores escolares, coordenadores pedagógicos e demais profissionais da educação, oferecendo uma base sólida para transformar a prática pedagógica e criar um ambiente escolar inclusivo e respeitoso.
A educação é um dos pilares fundamentais para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. No Brasil, um país com uma rica diversidade étnico-racial, a implementação da Educação para as Relações Étnico-Raciais (ERER) é não apenas uma necessidade, mas uma responsabilidade legal e ética. A ERER visa garantir que todas as crianças e jovens tenham acesso a uma educação que reconheça, valorize e respeite as diferentes culturas e identidades que compõem o tecido social brasileiro. Mais do que isso, é uma forma de combater o racismo, o preconceito e a discriminação, problemas históricos que ainda permeiam as instituições de ensino e a sociedade em geral.
O curso "Educação para as Relações Étnico-Raciais (ERER) na Prática Escolar" foi concebido com o objetivo de capacitar educadores para que possam desempenhar um papel ativo na promoção da igualdade racial e no respeito à diversidade étnico-cultural. Reconhecemos que a escola é um espaço privilegiado para a formação de cidadãos conscientes e críticos, capazes de questionar e transformar a realidade à sua volta. Assim, o curso busca fornecer aos profissionais da educação as ferramentas teóricas e práticas necessárias para incorporar a ERER em suas práticas pedagógicas cotidianas.
A partir de uma abordagem que combina a teoria com a prática, o curso aborda desde os fundamentos históricos e conceituais da ERER até a aplicação de estratégias pedagógicas e o desenvolvimento de projetos e programas específicos. Ao longo dos módulos, os participantes serão convidados a refletir sobre o papel da escola na promoção da igualdade racial e a pensar em formas concretas de integrar a ERER ao currículo escolar. A proposta é que os educadores saiam do curso não apenas com conhecimento, mas com a capacidade de agir efetivamente na construção de um ambiente escolar que valorize todas as culturas e combata o racismo de maneira assertiva e contínua.
É importante destacar que a implementação da ERER nas escolas deve ser vista como um compromisso contínuo e coletivo, que exige a participação ativa de toda a comunidade escolar — desde professores e gestores até alunos e suas famílias. A mudança cultural necessária para erradicar o racismo e promover a igualdade racial não ocorrerá da noite para o dia, mas começa com pequenos passos que, somados, têm o potencial de transformar a realidade educacional e social. Este curso é um convite para que os educadores se tornem agentes dessa mudança, contribuindo para a formação de uma geração mais consciente, empática e comprometida com a justiça social.
Assista ao vídeo:
Contextualização Histórica e Social da ERER no Brasil
A compreensão das raízes da Educação para as Relações Étnico-Raciais (ERER) começa com uma análise das condições históricas e sociais que moldaram as relações raciais no Brasil. Desde a colonização, o Brasil tem sido um país marcado pela exploração e escravização de povos africanos, cuja contribuição para a formação da identidade nacional é inegável, mas frequentemente desvalorizada ou omitida nos relatos oficiais. A abolição da escravidão em 1888 não trouxe, de imediato, uma verdadeira igualdade racial; pelo contrário, as populações afrodescendentes continuaram a enfrentar discriminação sistemática e exclusão social.
Essa herança de desigualdade racial perpetuou-se ao longo dos séculos e ainda se reflete nas estruturas sociais e educacionais do país. O racismo, tanto em sua forma explícita quanto implícita, influencia as oportunidades educacionais e as expectativas sociais dos estudantes negros, contribuindo para a manutenção de um ciclo de marginalização. A ERER surge, nesse contexto, como uma resposta às demandas históricas por justiça e igualdade, propondo a valorização da história e da cultura afro-brasileira e africana e o combate às discriminações raciais dentro das instituições de ensino.
Legislação e Políticas Públicas Relacionadas à ERER
Para implementar a ERER de maneira eficaz, é essencial que os educadores estejam familiarizados com a legislação e as políticas públicas que a sustentam. A promulgação da Lei nº 10.639/2003, que altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), estabelecendo a obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana nas escolas, foi um marco fundamental nesse processo. Essa lei foi complementada pela Lei nº 11.645/2008, que também inclui a história e cultura indígena, ampliando o escopo da educação para as relações étnico-raciais.
Além dessas leis, as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais, instituídas em 2004, fornecem um framework para a inclusão da ERER em todos os níveis e modalidades de ensino. Essas diretrizes orientam as escolas a promoverem uma educação que valorize a diversidade étnico-racial, respeite as diferenças e combata todas as formas de discriminação. Os educadores, ao conhecerem essas legislações e diretrizes, têm o suporte legal e metodológico necessário para integrar a ERER em suas práticas pedagógicas.
Conceitos-chave: Raça, Etnia, Racismo, Discriminação Racial, Igualdade Racial, Diversidade Étnico-Cultural
Para abordar a ERER de forma eficaz, é fundamental que os educadores compreendam e saibam aplicar conceitos-chave que fundamentam essa área de estudo. A seguir, são detalhados os principais conceitos que serão explorados ao longo do curso:
Raça: Embora a raça seja frequentemente percebida como uma categoria biológica, no contexto das ciências sociais e da ERER, ela é entendida como uma construção social que tem sido utilizada para categorizar e hierarquizar grupos humanos com base em características físicas, como a cor da pele. A compreensão crítica desse conceito é vital para desafiar as narrativas racistas que permeiam a sociedade.
Etnia: Refere-se a grupos de pessoas que compartilham uma herança cultural comum, incluindo língua, religião, costumes e tradições. Diferente da raça, que se baseia em características físicas, a etnia é mais diretamente relacionada à identidade cultural e ao sentimento de pertencimento a um grupo.
Racismo: Trata-se da ideologia que sustenta a superioridade de um grupo racial sobre outro, resultando em práticas discriminatórias que prejudicam grupos racializados. O racismo pode se manifestar de maneira individual (atitudes e comportamentos preconceituosos) e institucional (práticas e políticas que perpetuam desigualdades).
Discriminação Racial: É a prática de tratar pessoas de maneira diferente e injusta com base em sua raça ou etnia. A discriminação racial pode ocorrer de forma direta, através de atitudes explícitas de preconceito, ou de forma indireta, através de políticas e práticas que, mesmo não sendo abertamente racistas, resultam em desigualdades para grupos racializados.
Igualdade Racial: Refere-se à ausência de discriminação racial e à garantia de que todas as pessoas, independentemente de sua raça ou etnia, tenham as mesmas oportunidades e direitos. A busca pela igualdade racial é um dos principais objetivos da ERER.
Diversidade Étnico-Cultural: Reconhece e valoriza a existência de múltiplos grupos étnicos e suas respectivas culturas dentro de uma sociedade. No contexto escolar, a promoção da diversidade étnico-cultural envolve o reconhecimento e a valorização das contribuições culturais de todos os grupos, especialmente aqueles que foram historicamente marginalizados.
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana
As Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana fornecem uma orientação fundamental para as escolas que buscam implementar a ERER de forma consistente e eficaz. Elas estipulam que a educação para as relações étnico-raciais deve ser integrada em todas as disciplinas e níveis de ensino, e não apenas como um conteúdo isolado em determinadas matérias. As DCNs também enfatizam a necessidade de revisar os materiais didáticos para assegurar que eles reflitam a diversidade étnico-racial do país de maneira justa e equilibrada.
Essas diretrizes também promovem a capacitação contínua de professores e a criação de espaços pedagógicos que favoreçam o diálogo intercultural. A implementação das DCNs visa transformar a escola em um ambiente inclusivo, onde todos os alunos, independentemente de sua origem étnico-racial, sintam-se representados e valorizados.
Conclusão - Fundamentos da ERER
Com o estudo dos fundamentos da ERER, os educadores adquirem uma base teórica sólida para compreender as dinâmicas raciais no Brasil e a importância de uma educação que promova a igualdade racial e valorize a diversidade étnico-cultural. Este conhecimento é crucial para o desenvolvimento de práticas pedagógicas que desafiem o racismo e promovam uma educação inclusiva e respeitosa. A compreensão profunda dos conceitos-chave e das legislações que sustentam a ERER permitirá que os educadores atuem de forma consciente e proativa na construção de um ambiente escolar mais justo e equitativo.
Abordagem Transversal da ERER no Currículo Escolar
A Educação para as Relações Étnico-Raciais (ERER) não deve ser tratada como um tema isolado dentro da escola, mas sim integrada de forma transversal ao currículo escolar. Isso significa que a ERER deve permear todas as disciplinas, desde as ciências humanas até as exatas, e ser considerada em todas as etapas do planejamento pedagógico. A transversalidade permite que a ERER seja uma constante no processo educativo, ao invés de um tema restrito a certas ocasiões ou eventos.
A aplicação da ERER de forma transversal implica em revisar e adaptar os conteúdos curriculares para garantir que a história, a cultura e as contribuições dos povos africanos, afro-brasileiros e indígenas sejam adequadamente representadas em todas as áreas do conhecimento. Por exemplo, na disciplina de História, além de discutir a escravidão, é fundamental incluir a resistência e as conquistas dos afro-brasileiros ao longo da história. Em Língua Portuguesa, podem ser estudados autores negros e suas contribuições para a literatura. Já em Matemática, podem ser exploradas as contribuições de cientistas africanos e afrodescendentes.
Essa abordagem também requer que os educadores estejam atentos às oportunidades de discutir questões de raça e etnia em diferentes contextos e disciplinas. Isso pode ser feito através da seleção de temas e materiais que reflitam a diversidade étnico-racial e do incentivo ao debate e à reflexão crítica sobre questões raciais no cotidiano escolar.
Práticas Pedagógicas Antirracistas
As práticas pedagógicas antirracistas são ações intencionais que os educadores podem adotar para combater o racismo e promover a equidade racial na escola. Elas vão além do ensino de conteúdos específicos, englobando atitudes, métodos de ensino e a forma como as relações interpessoais são geridas no ambiente escolar. Essas práticas têm como objetivo desmantelar as estruturas de poder que perpetuam a desigualdade racial e criar um ambiente de aprendizado inclusivo e respeitoso para todos os estudantes.
Uma prática antirracista fundamental é a promoção de um ambiente onde a voz e as experiências dos estudantes negros sejam valorizadas e respeitadas. Isso pode ser feito através de atividades que estimulem a participação ativa desses alunos, dando-lhes espaço para expressarem suas perspectivas e vivências. Além disso, é essencial que os educadores se posicionem ativamente contra qualquer manifestação de racismo na escola, seja ela explícita ou velada.
Outra prática eficaz é a revisão crítica dos materiais didáticos e dos conteúdos abordados em sala de aula. Livros, vídeos, textos e outros recursos devem ser avaliados para garantir que não reforçam estereótipos raciais e que oferecem uma representação justa e equilibrada da diversidade étnico-racial. A inclusão de perspectivas diversas nos materiais de ensino é crucial para desconstruir visões racistas e promover uma educação verdadeiramente inclusiva.
Valorização da Cultura Afro-Brasileira e Africana
A valorização da cultura afro-brasileira e africana é um aspecto central da ERER e deve ser promovida de forma contínua e consistente nas escolas. Isso envolve não apenas o ensino da história desses povos, mas também a celebração de suas contribuições culturais, sociais, artísticas e científicas. A cultura afro-brasileira e africana é rica e diversa, e seu reconhecimento e valorização no ambiente escolar são fundamentais para combater o racismo e promover a autoestima dos alunos negros.
Para valorizar essa cultura, os educadores podem incorporar ao currículo conteúdos que explorem as tradições, as religiões, as artes, a culinária, a música e as danças africanas e afro-brasileiras. Eventos como o Dia da Consciência Negra (20 de novembro) podem ser utilizados como oportunidades para promover atividades que celebrem a cultura afro-brasileira e africana, como exposições, apresentações culturais, debates e rodas de conversa.
Além disso, é importante que a escola incentive a produção de conhecimento e a criatividade dos alunos em relação à cultura afro-brasileira. Isso pode ser feito através de projetos interdisciplinares que abordem temas relacionados a essa cultura, incentivando os alunos a pesquisar, criar e apresentar trabalhos que refletem suas raízes e identidade.
Promoção da Igualdade Racial e do Respeito à Diversidade
Promover a igualdade racial e o respeito à diversidade étnico-cultural é um dos principais objetivos da ERER. Para alcançar isso, os educadores precisam desenvolver e aplicar estratégias que não apenas combatam o racismo, mas também promovam uma cultura de respeito e valorização das diferenças. A escola deve ser um espaço onde todas as identidades étnico-raciais são reconhecidas e celebradas, e onde os alunos aprendem a viver e trabalhar juntos em harmonia, independentemente de suas origens.
Uma das formas de promover a igualdade racial na escola é através da criação de um ambiente inclusivo e acolhedor para todos os alunos. Isso inclui garantir que todas as vozes sejam ouvidas e respeitadas, e que os alunos tenham oportunidades iguais de participação em todas as atividades escolares. Também é importante que os educadores sejam modelos de comportamento inclusivo, demonstrando respeito e valorização pela diversidade em todas as suas interações com os alunos.
Outra estratégia é a implementação de políticas e práticas escolares que promovam a equidade racial. Isso pode incluir a formação de comitês de diversidade, a realização de oficinas e palestras sobre temas relacionados à igualdade racial, e a criação de espaços seguros onde os alunos possam discutir questões de raça e identidade.
Prevenção e Combate ao Racismo e à Discriminação Racial na Escola
A prevenção e o combate ao racismo e à discriminação racial na escola são tarefas essenciais para qualquer educador comprometido com a ERER. Isso requer uma postura proativa, que vá além da simples reação a incidentes de racismo e inclua a criação de uma cultura escolar que não tolere nenhuma forma de discriminação.
Para prevenir o racismo, os educadores devem trabalhar para sensibilizar toda a comunidade escolar sobre a importância do respeito à diversidade e sobre os impactos negativos do racismo. Isso pode ser feito através de campanhas educativas, palestras, rodas de conversa e outras atividades que incentivem a reflexão e o diálogo sobre o tema. Além disso, é importante que a escola adote uma política de tolerância zero ao racismo, com procedimentos claros para lidar com casos de discriminação racial.
O combate ao racismo também envolve a capacitação contínua dos educadores para que eles possam identificar e desconstruir práticas pedagógicas e administrativas que perpetuam a desigualdade racial. Isso inclui o desenvolvimento de habilidades para mediar conflitos raciais, promover a justiça restaurativa em casos de discriminação e apoiar os alunos que são vítimas de racismo.
Conclusão - Estratégias Pedagógicas para a ERER
O segundo capítulo forneceu aos educadores uma série de estratégias pedagógicas para integrar a ERER de maneira eficaz no cotidiano escolar. A abordagem transversal da ERER no currículo, as práticas pedagógicas antirracistas, a valorização da cultura afro-brasileira e africana, a promoção da igualdade racial e as estratégias de prevenção e combate ao racismo são ferramentas essenciais para transformar a escola em um espaço inclusivo e respeitoso. Ao aplicar essas estratégias, os educadores estarão contribuindo ativamente para a construção de uma sociedade mais justa e equitativa, onde todos os alunos possam prosperar independentemente de sua origem étnico-racial.
Projeto África Diversa: Explorando a Riqueza e a Diversidade do Continente Africano
O Projeto África Diversa tem como objetivo proporcionar aos alunos uma compreensão profunda e ampla sobre a diversidade cultural, histórica e geográfica do continente africano. Muitas vezes, o ensino sobre a África é limitado a narrativas sobre escravidão e pobreza, negligenciando a riqueza cultural, as civilizações avançadas e as contribuições significativas da África para o mundo. Este projeto visa corrigir essas lacunas, oferecendo uma visão mais completa e equilibrada do continente africano.
Os educadores podem organizar atividades interdisciplinares que englobem várias áreas do conhecimento. Em História, os alunos podem estudar as grandes civilizações africanas, como o Egito Antigo, o Império do Mali e o Reino de Axum, explorando suas contribuições em áreas como ciência, arte e arquitetura. Em Geografia, podem analisar a diversidade climática, ecológica e geopolítica do continente, aprendendo sobre suas vastas regiões e a importância estratégica de seus recursos naturais.
Além disso, o projeto pode incluir atividades culturais, como a realização de oficinas de música e dança africana, exposições de arte e fotografia, e a celebração de festas e tradições africanas. EsseS eventos não apenas enriquecem o conhecimento dos alunos sobre a África, mas também promovem o respeito e a valorização da cultura afrodescendente. Para tornar o projeto mais dinâmico, os educadores podem convidar especialistas e membros da comunidade afro-brasileira para compartilhar suas experiências e conhecimentos com os alunos.
Programa de Prevenção ao Racismo: Construindo uma Escola Livre de Preconceitos
O Programa de Prevenção ao Racismo é uma iniciativa que visa criar um ambiente escolar livre de preconceitos, onde todos os alunos, independentemente de sua origem étnico-racial, sintam-se seguros e valorizados. O programa tem como foco a educação e a sensibilização de toda a comunidade escolar, incluindo alunos, professores, funcionários e pais, para reconhecer, prevenir e combater o racismo em todas as suas formas.
Este programa é estruturado em três eixos principais:
Educação e Sensibilização: Este eixo envolve a realização de campanhas educativas que abordem temas como racismo, discriminação racial, igualdade e respeito à diversidade. Palestras, seminários e workshops podem ser organizados para discutir esses temas, com a participação de especialistas e ativistas. Além disso, materiais educativos, como cartilhas e vídeos, podem ser distribuídos para reforçar as mensagens e estimular a reflexão.
Capacitação de Educadores: Para garantir que os educadores estejam preparados para lidar com questões de racismo na escola, o programa inclui a oferta de cursos de formação continuada sobre educação antirracista e relações étnico-raciais. Esses cursos capacitam os professores a identificar e enfrentar o racismo no ambiente escolar, além de fornecer ferramentas pedagógicas para integrar a ERER em suas práticas de ensino.
Monitoramento e Acompanhamento: O programa também estabelece um sistema de monitoramento e acompanhamento de casos de racismo na escola. Isso inclui a criação de canais de denúncia seguros e confidenciais, a implementação de medidas corretivas e de apoio às vítimas, e a realização de avaliações periódicas para medir a eficácia das ações implementadas. A escola deve manter um registro desses casos e utilizar os dados para ajustar e melhorar as estratégias do programa.
Programa de Valorização da Cultura Afro: Celebrando a Cultura Afro-Brasileira em Suas Múltiplas Manifestações
O Programa de Valorização da Cultura Afro é uma iniciativa que busca reconhecer e celebrar as contribuições culturais dos afro-brasileiros para a sociedade. Este programa é fundamental para promover a autoestima dos alunos negros, combater estereótipos raciais e enriquecer o currículo escolar com a diversidade cultural do Brasil.
O programa inclui diversas atividades e projetos, como:
Incorporação de Conteúdos Culturais Afro-Brasileiros no Currículo: O programa também promover a revisão e a ampliação do currículo escolar para incluir mais conteúdos relacionados à história, cultura e tradições afro-brasileiras. Isso pode ser feito através da inclusão de obras literárias de autores negros, estudos sobre as religiões de matriz africana, e a exploração das influências africanas na música, na dança, na culinária e em outras manifestações culturais brasileiras.
Desenvolvimento de Projetos Interdisciplinares que Integram a ERER às Diversas Áreas do Conhecimento
O desenvolvimento de projetos interdisciplinares é uma estratégia poderosa para integrar a Educação para as Relações Étnico-Raciais (ERER) em todas as áreas do conhecimento. Esses projetos permitem que os alunos façam conexões entre diferentes disciplinas, enriquecendo seu entendimento sobre a importância da diversidade étnico-racial e a influência afro-brasileira na sociedade.
Exemplos de projetos interdisciplinares incluem:
Projeto Literatura e História Afro-Brasileira: Este projeto pode envolver disciplinas como Língua Portuguesa e História, onde os alunos estudam obras literárias de autores negros enquanto exploram os contextos históricos que influenciaram essas obras. As discussões podem abordar temas como resistência, identidade e representação na literatura.
Projeto Matemática e Contribuições Africanas: Em disciplinas como Matemática e Ciências, os alunos podem explorar as contribuições de matemáticos e cientistas africanos e afrodescendentes. O projeto pode incluir pesquisas sobre a história da matemática na África, estudos de caso sobre invenções e descobertas científicas feitas por afrodescendentes, e a análise de como esses conhecimentos foram aplicados ao longo da história.
Projeto Artes Visuais e Cultura Afro-Brasileira: Em Artes Visuais, os alunos podem estudar e recriar estilos artísticos influenciados pela cultura afro-brasileira, como a arte popular, as técnicas de cerâmica, e as tradições de pintura e escultura. O projeto pode culminar em uma exposição das obras dos alunos, celebrando a riqueza da arte afro-brasileira.
Conclusão - Projetos e Programas para a ERER
O terceiro capítulo oferece uma visão prática e aplicável de como implementar a ERER por meio de projetos e programas específicos dentro da escola. Cada iniciativa descrita – desde o Projeto África Diversa até os Projetos Interdisciplinares – fornece um modelo para a promoção da igualdade racial e a valorização da diversidade cultural no ambiente escolar. A aplicação desses programas não apenas enriquece o currículo, mas também transforma a escola em um espaço que verdadeiramente reflete e celebra a diversidade étnico-racial do Brasil. Ao final deste capítulo, os educadores estarão equipados com estratégias práticas para integrar a ERER de maneira significativa e sustentável em suas escolas, contribuindo para a formação de uma sociedade mais justa e inclusiva.
Assista ao curta-metragem premiado Meu nome é Maalum!
Descrição do Vídeo: Maalum é uma menina negra brasileira que nasce e cresce em um lar rodeado de amor e de referências afrocentradas. Logo que Maalum sai do seio de sua casa, ela se depara com os desafios impostos pelos discursos e práticas de uma sociedade racista. Assim que ela chega na escola, todos riem do seu nome. Ela não entende o porquê e, com ajuda da sua família, Maalum vai descobrir o significado e a tristeza se transforma em orgulho através da sua ancestralidade.
Questões Norteadoras para reflexão:
Como o curta-metragem retrata a construção da identidade de Maalum em um contexto de racismo? Que desafios ela enfrenta e como lida com eles?
Qual a importância do nome para Maalum e como ele se relaciona com sua ancestralidade e autoestima? Como a sociedade pode influenciar a percepção de um nome?
De que forma o curta-metragem contribui para a representatividade e o empoderamento de crianças e jovens negros? Que mensagens ele transmite sobre a importância de se orgulhar de suas raízes?
Como a escola pode ser um espaço de combate ao racismo e de valorização da diversidade? Que ações podem ser tomadas para evitar situações como a vivida por Maalum?
Proposta de projeto
Objetivo: Promover a reflexão sobre a importância do nome, da ancestralidade e da identidade, incentivando os alunos a se orgulharem de suas raízes e a combater o racismo.
Etapas:
Exibição do Curta-Metragem: Apresentar o curta-metragem "Meu nome é Maalum!" para a turma.
Discussão em Grupo: Dividir a turma em grupos e propor as questões norteadoras para discussão.
Pesquisa sobre os Nomes: Cada aluno pesquisa a origem e o significado do seu nome, buscando informações sobre sua história familiar e ancestralidade.
Criação de um Livro de Nomes: Cada aluno cria uma página para o livro, incluindo o significado do seu nome, sua história familiar, e uma ilustração ou representação visual que expresse sua identidade.
Apresentação do Livro: Realizar uma exposição do livro "Minha História, Meu Nome" na escola, convidando outras turmas e a comunidade para conhecer o projeto.
Debate e Reflexão: Promover um debate sobre o racismo e a importância da valorização da diversidade, incentivando os alunos a proporem ações para combater o preconceito na escola e na sociedade.
Recursos:
Curta-metragem "Meu nome é Maalum!"
Materiais para pesquisa (livros, internet, entrevistas com familiares)
Materiais para criação do livro (papel, canetas, lápis de cor, tintas, etc.)
Avaliação:
Participação ativa nas discussões e atividades propostas.
Qualidade da pesquisa e da apresentação do significado do nome.
Criatividade e empenho na criação da página para o livro.
Engajamento na proposta de ações para combater o racismo.
Este projeto busca criar um ambiente de diálogo e reflexão sobre temas importantes como identidade, racismo e ancestralidade, incentivando os alunos a se reconhecerem como sujeitos históricos e a valorizarem a diversidade cultural. Ao compartilhar suas histórias e seus nomes, os alunos fortalecem sua autoestima e se empoderam para combater o preconceito e construir uma sociedade mais justa e igualitária.
Dica: Compartilhe os resultados do Projeto no ATPCG!
Vamos colocar os seus conhecimentos em prática
Nesta lição, colocaremos a teoria em prática por meio de atividades práticas. Clique nos itens abaixo para conferir cada exercício e desenvolver habilidades práticas que o ajudarão a ter sucesso na disciplina.
1: Elabore um resumo sobre a importância da ERER na escola, destacando os conceitos-chave discutidos. Em seguida, faça uma reflexão sobre como esses conceitos se manifestam na realidade da sua escola.
2: Desenvolva um plano de aula que integre a ERER de forma transversal, utilizando uma prática pedagógica antirracista discutida no módulo. Compartilhe como você pretende implementar essa prática em sua turma.
3: Crie um esboço de um projeto ou programa voltado para a ERER, inspirado nos exemplos discutidos. Detalhe os objetivos, atividades e resultados esperados, e como ele será integrado ao currículo escolar.
Vamos rever o que acabamos de ver até agora
Este curso foi desenvolvido para capacitar educadores na implementação efetiva da Educação para as Relações Étnico-Raciais (ERER) nas escolas, promovendo a igualdade racial e o respeito à diversidade étnico-cultural. O curso é direcionado a professores, gestores escolares, coordenadores pedagógicos e demais profissionais da educação que buscam integrar a ERER em suas práticas pedagógicas e administrativas.
O primeiro capítulo fornece uma base teórica sólida sobre a ERER, abordando a contextualização histórica e social da questão racial no Brasil. São explorados conceitos essenciais, como raça, etnia, racismo e discriminação racial, além das diretrizes curriculares nacionais e das políticas públicas que sustentam a ERER. Os participantes também estudam a legislação pertinente, o que os capacita a compreender o papel da escola na promoção da igualdade racial.
No segundo capítulo, o foco é a aplicação prática da ERER no ambiente escolar. Os educadores aprendem como abordar a ERER de forma transversal no currículo, desenvolvendo práticas pedagógicas antirracistas e valorizando a cultura afro-brasileira e africana. Também são discutidas estratégias para a prevenção e combate ao racismo na escola, com ênfase na promoção do respeito à diversidade.
O terceiro capítulo apresenta projetos e programas específicos que podem ser implementados para integrar a ERER na escola. Entre eles, destacam-se o Projeto África Diversa, que explora a riqueza cultural do continente africano; o Programa de Prevenção ao Racismo, que visa criar um ambiente escolar livre de preconceitos; e o Programa de Valorização da Cultura Afro, que celebra a contribuição afro-brasileira para a sociedade. Além disso, o módulo incentiva o desenvolvimento de projetos interdisciplinares que relacionem a ERER a diversas áreas do conhecimento.
Ao final do curso, os participantes estarão equipados com conhecimentos teóricos e práticos para implementar a ERER em suas escolas, contribuindo para a construção de um ambiente escolar inclusivo e antirracista. O curso oferece ferramentas para que os educadores possam não apenas cumprir com as diretrizes legais, mas também atuar como agentes transformadores, promovendo uma educação que respeite e valorize a diversidade étnico-racial.
Este curso é uma oportunidade para os profissionais da educação fortalecerem suas práticas pedagógicas, tornando-as mais inclusivas e alinhadas com os princípios de justiça social. Ao aplicar os conhecimentos adquiridos, os educadores poderão contribuir significativamente para a formação de uma sociedade mais justa e igualitária.
SABER EM FOCO
Você já conhece a Cartilha São Paulo contra o Racismo - Aspectos Legais e Ações Afirmativas do Governo do Estado de São Paulo?
Esta cartilha é um documento oficial elaborado pelo Governo do Estado de São Paulo que aborda os aspectos legais relacionados ao combate ao racismo e promove ações afirmativas no estado. Ela oferece uma visão abrangente sobre as políticas públicas implementadas para garantir a igualdade racial, destacando legislações, diretrizes e iniciativas que visam a proteção e promoção dos direitos das pessoas negras e de outras etnias. A cartilha também serve como um guia para a população em geral, fornecendo informações essenciais sobre como identificar, denunciar e combater práticas racistas em diferentes contextos sociais.
Clique aqui para acessar o Documento!
Verifique o seu conhecimento respondendo a algumas perguntas