Enel é criticada por atuação frente aos apagões em São Paulo após temporal
Enel é criticada por atuação frente aos apagões em São Paulo após temporal
Intensos temporais atingiram a cidade de São Paulo a partir do dia 11 de outubro (sexta-feira), que se estenderam por todo o fim de semana e restante do mês. Ao todo, 3.1 milhões de pessoas ficaram sem energia elétrica, caracterizando a 2ª grande queda de energia em um ano.
A intensidade das chuvas ocasionou diversas quedas de árvores pela cidade, o que acarretou no colapso de inúmeras linhas de transmissão de energia, além de ter ocasionado ao menos sete óbitos, ocorridos entre a capital, Diadema e Cotia.
O contrato de concessão da energia elétrica de São Paulo pertence à Enel, empresa privada responsável pela distribuição de energia na região metropolitana até o ano de 2028. Entretanto, sua atuação tornou-se alvo de críticas da população e de forças do Estado após, no dia seguinte (sábado, 12), 1.6 milhões de habitantes ainda se encontraremsem energia. Em resposta imediata às cobranças, a Enel afirmou em nota não ter previsão para o retorno da energia.
Além disso, a Enel precisou importar equipes de outros estados, principalmente da região do Rio de Janeiro e Ceará,para acelerar o processo de retomada de energia.
A empresa foi duramente reprovada pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. "Quando a Enel disse que não tinha previsão de entrega dos serviços à população, eu disse que ela cometeu um grave erro de comunicação, um grave erro de seu compromisso contratual com a sociedade de São Paulo de não dar uma previsão objetiva. Eu disse pra ela [Enel] que ela tem os próximos três dias pra resolver os problemas de maior volume."
Além deste, a distribuidora de energia também enfrentou condenações do governo do Estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas (MDB). "Mais uma vez, a Enel deixou os consumidores de São Paulo na mão. Se o Ministério de Minas e Energia e, sobretudo, a ANEEL, tiverem respeito com o cidadão paulista, o processo de caducidade será aberto imediatamente. O que não pode seguir acontecendo é o que estamos vendo mais uma vez em nosso Estado. Não podemos ficar à mercê de tanta irresponsabilidade.", denunciouou o governador.
Guilherme Lencastre, presidente da Enel em São Paulo, afirmou que o vasto estrago ocorreu em decorrência dos ventos fortes que fizeram parte do temporal da sexta-feira(11), com rajadas de mais de 107,6 km/h, a mais potente em 30 anos.
A situação foi parcialmente normalizada uma semana depois, no dia 17 de outubro, prazo concedido pela Justiça para a Enelvisando o restabelecimento de energia elétrica na cidade. A decisão previa uma multa de R$ 100 mil a cada hora excedida do termo.
Nunes é reeleito prefeito de São Paulo com 59,56% dos votos válidos
O último domingo (27) marcou o dia de decisão do segundo turno para diversas prefeituras do Estado de São Paulo. Adisputa entre Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL) para a prefeitura da cidade de São Paulo estava no centro das discussões.
Com pesquisas acirradas, Ricardo Nunes foi reeleito prefeito de São Paulo com 59,56%, ou seja, mais de 3,2 milhões de votos, contra os 40,43%, isto é, 2,2 milhões, de Boulos, seu oponente, caracterizando a primeira eleição do MDB à Prefeitura por voto popular. O Coronel Mello Araújo será o vice-prefeito de Nunes.
Durante sua candidatura, Nunes recebeu apoio do atual governador do Estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e do ex-presidente, Jair Messias Bolsonaro (PL). O novo prefeito da capital paulista chegou à sua primeira candidatura como vice de Bruno Covas (PSDB) nas eleições de 2020 e assumiu o cargo de prefeito após a morte dele, em 2021.
Em seu discurso de vitória, Nunes prestou agradecimentos à Tarcísio de Freitas, a quem chamou de “líder maior”.
"Agradeço ao líder maior, sem o qual esta vitória não seria possível. Eu queria voltar a repetir, eu agradeço ao líder maior sem o qual nós não teríamos esta vitória, o meu amigo, que me deu a mão na hora mais difícil, governador Tarcísio de Freitas", afirmou Nunes.
O candidato não citou o nome de seu oponente, Guilherme Boulos, durante o discurso.
Além desses resultados, o segundo turno foi decisivo para outras cidades também. Em Belo Horizonte, o candidato Fuad Noman (PSD) ganhou por 53,73% dos votos contra os 46,27% do seu oponente, Bruno Engler (PL). Em Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB) foi reeleito prefeito por 61,53% dos votos contra 38,47% de Maria do Rosário (PT). E, por último, em Curitiba, Eduardo Pimentel (PSD), elegeu-se prefeito por 57,64% contra 42,36% da candidata Cristina Graeml (PMB).
Furacão Milton chega à costa dos EUA com ventos de até 270 km/h
Dezesseis pessoas morreram em consequência do furacão que é reflexo da mudança climática
O Furacão Milton chegou à costa americana por volta de 21h40 da quarta-feira (09/10, horário de Brasília) perto da Siesta Key, Flórida, de acordo com o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC). Segundo as autoridades locais, a passagem do furacão deixou pelo menos 16 mortos.
Nos EUA, a temporada de furacões costuma ser entre os meses de julho e novembro. O Furacão Milton se formou no dia 5 de outubro no Golfo do México como uma depressão tropical com 55 km/h.
No dia 6, o furacão já tinha evoluído para um furacão de categoria 1, o suficiente para causar pequenos danos como aperda de energia, com 140 km/h.
Vinte e quatro horas depois, o furacão saiu da categoria 1 e passou para a categoria 5 com 270 km/h. Os furacões de categoria 5 têm efeitos tão devastadores que podem tornar locais completamente inabitáveis.
Apenas a aproximação de Milton à Flórida foi o suficiente para causar estragos. Os tornados relacionados à tempestade destruíram casas e derrubaram árvores.
O furacão Milton foi rebaixado para categoria 3 na tarde da quarta-feira em que ele chegou, mas a tempestade ainda gerou ventos perigosos de 200 km/h.
Desde o ano passado, a temperatura do Oceano Atlântico ao norte do Equador -- região do Caribe e do Golfo do México --teve as maiores altas já registradas. Os furacões que surgem com temperaturas elevadas, ocasionadas pelas mudanças climáticas, tornam-se muito fortes.
Mais de cinco milhões de americanos foram orientados a saírem de casa e se esconderem em abrigos seguros. O número de casas e empresas que ficaram sem energia na Flórida ultrapassou os três milhões. Os estados da Carolina do Norte e da Georgia também foram atingidos.
Seis pessoas são contagiadas com HIV após transplante de órgãos infectados
Laboratório contratado por Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro emitiu laudo negativo de doadores que na verdade tinham o vírus da aids.
Seis pessoas foram infectadas com o vírus HIV depois de receberem um transplante de órgão no Rio de Janeiro. ASecretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ) contratou o laboratório PCS Lab Saleme para realizar a sorologia dos órgãos que seriam transplantados a pacientes que estavam na fila de doação. A clínica emitiu um laudo negativo de dois doadores que na verdade tinham HIV. Nove órgãos doados por eles infectaram seis pacientes.
Os casos de infecções por HIV em transplantados vieram a público no início do mês de outubro, mas o Ministério da Saúde já tinha conhecimento do caso desde o mês de setembro. O caso chocou o país. O Brasil é referência em saúde pública, e tem um dos maiores e mais seguros sistema público de transplantes de órgãos no mundo.
O Lab Saleme tinha um contrato de 12 meses de duração, firmado pela Fundação de Saúde do RJ em dezembro de 2023, no valor total de R$ 11 milhões. A clínica possuía outros contratos com o Estado, por meio da Fundação Saúde, com a Prefeitura de Nova Iguaçu no valor de R$ 25 milhões.
A empresa armazenava os materiais coletados em geladeiras comuns, os funcionários não recebiam treinamento e os aparelhos de ar condicionado estavam com mau funcionamento e não apresentavam cuidado higiênico.
A clínica tem como sócios Matheus Sales Teixeira BandoliVieira e Walter Vieira, parentes do ex-secretário estadual de saúde e atual líder do Partido Progressistas, Doutor Luizinho.
Além de Walter Vieira (sócio e responsável técnico), Ivanilson Fernandes dos Santos (técnico de laboratório), Cleber Oliveira dos Santos (biólogo), Jaqueline Íris Bacellarde Assis (contratada como biomédica) e Adriana Vargas (coordenadora) foram presos e acusados por terem cometidoinfrações nas relações de consumo, associação criminosa, falsidade ideológica, falsificação de documento particular e infração sanitária.
O Governador do Estado Cláudio Castro disse em nota que determinou uma auditoria extraordinária para investigar todos os contratos entre a Fundação Saúde e o Laboratório PCS Saleme. A Prefeitura de Nova Iguaçu afirma que a contratação seguiu as recomendações do Ministério da Saúde.
O Ministério Público do Rio de Janeiro abriu investigação para levantar as responsabilidades no episódio envolvendo o laboratório.