Golpistas invadem o Congresso, o STF e o Palácio do Planalto 

Ação se seguiu a uma longa e intensa campanha bolsonarista de descrédito nos sistemas eleitoral e judiciário brasileiros 

O Brasil viveu uma tentativa de golpe de Estado, em 8 de janeiro, poucos dias após a posse do presidente Luís Inácio Lula da Silva. Ação se seguiu a uma longa campanha de desmoralização do STF e de descrédito no sistema eleitoral brasileiro, movida pelo ex-presidente Bolsonaro e seus apoiadores.


No dia 8 de janeiro, um grupo formado por pelo menos 4 mil bolsonaristas radicais marchou de um acampamento em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília, em direção a Praça dos Três Poderes, pedindo intervenção militar. Sem maior resistência das forças de segurança de plantão, centenas invadiram e depredaram o Congresso Nacional, sede do poder Legislativo; o Palácio do Planalto, sede do poder Executivo, e o Supremo Tribunal Federal (STF), sede do poder judiciário. 


Os invasores foram expulsos somente três horas e meia depois, já no fim da tarde, depois que o presidente recém empossado decretou intervenção federal na força pública do Distrito Federal. Na reação ao movimento golpista, foram detidas cerca de 1,5 mil pessoas, e as investigações sobre os financiadores e autoridades potencialmente envolvidas seguem abertas.



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Ianomâmis vivem crise sanitária e humanitária

Mais de 570 crianças morreram nos últimos anos na maior reserva indígena do país, com cerca de 30 mil habitantes, em Roraima

A circulação de informações e imagens de ianomâmis raquíticos na maior reserva indígena do país, em Roraima, chocou o Brasil e o mundo nas primeiras semanas do ano. A situação levou o Ministério da Saúde a decretar estado de emergência sanitária na região, onde vivem cerca de 30 mil pessoas, e a dar início à elaboração de um plano para resolver o problema. A falta de assistência levou à morte de pelo menos 570 crianças nos últimos anos. Além da desnutrição, há também registro de mais de 11 mil casos de malária, somente em 2022. A gravidade da situação é atribuída, em boa medida, à intensificação do garimpo ilegal na reserva, facilitada pela redução da fiscalização nos últimos anos. Apesar de dramático, o caso dos ianomâmis não é o único, e têm despertado a atenção para outros povos na Amazônia. 

Guerra da Ucrânia completa um ano 

Conflito é visto como marco da consolidação de uma nova ordem mundial, multipolar

A guerra da Ucrânia completou um ano no dia 24 de fevereiro com um saldo de mais de 300 mil mortos e sem perspectiva de um fim próximo. A invasão russa que deu origem ao conflito foi a primeira de um país soberano por outro na Europa desde a Segunda Guerra Mundial, e marca a consolidação de uma nova ordem global, multipolar. De um lado, está a Ucrânia, apoiada por países do Ocidente, liderados pelos Estados Unidos e pela União Europeia. De outro, está a Rússia, que dribla as sanções econômicas internacionais impostas a ela comercializando com potências emergentes como China e Índia. Havia inicialmente a percepção de que o conflito seria vencido rapidamente pela Rússia. Mas a reação ucraniana, com apoio ocidental, surpreendeu e a guerra segue indefinida. Fiel à sua tradição diplomática, o Brasil vem tentando se manter neutro no conflito. 

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