Gagacabana: show histórico trouxe homenagem, performances marcantes e público recorde
Gagacabana: show histórico trouxe homenagem, performances marcantes e público recorde
Depois de quase 13 anos de sua primeira aparição no Brasil, Lady Gaga faz show marcante em Copacabana celebrando a diversidade e o amor aos fãs
No dia 3 de maio, Lady Gaga escreveu um novo capítulo ao reunir um número recorde de pessoas na Praia Copacabana para um espetáculo gratuito, que certamente entrou para a história. Com uma apresentação cinematográfica, roupas deslumbrantes e uma ligação singular com a audiência, a estrela pop conquistou os cariocas e reafirmou seu papel com a inclusão e diversidade.
Recorde de público e acolhimento histórico
O grande show de Gaga no Rio de Janeiro entrou para a história como o evento com o maior público feminino já registrado no país. Segundo a Riotur, Polícia Militar e produção do evento, foram aproximadamente 2,1 milhões de pessoas na praia de Copacabana.
Mais do que números, a noite se tornou um emblema de inclusão - já que há muito tempo a cantora é vista como uma das principais figuras LGBTQIAPN+ na música -, fazendo da praia um local vibrante e plural. “E quem é Lady Gaga, senão a voz de todos que já foram reprimidos? Gays, mulheres, os ‘diferentões’ de ontem e de hoje. Ela fala com quem foi excluído e esse público respondeu com amor, entrega e presença.”, destaca a Rolling Stone Brasil.
Performance Cinematográfica e Conexão com o Brasil
Ultrapassando a definição de um mero espetáculo, a apresentação foi separada em cinco partes e cada segmento mostrou uma performance diferente, oferecendo ao show uma visão artisticamente teatral. No ato inicial, Of Velvet and Vice, Gaga fez sua entrada usando um vestido de tom rubro com três camadas, que se abria como uma cortina, envolvendo o ambiente em uma atmosfera ideal para uma experiência visual memorável. Em uma sincera homenagem à nação, a cantora apareceu com as cores da bandeira do país e declarou: “Obrigado, Brasil!”, sendo recebida com muita aclamação por parte do público.
Desde o começo até o final, o Brasil demonstrou não apenas ser uma das nações mais animadas em relação à música, mas também, uma das mais habilidosas em organizar grandes eventos com excelente infraestrutura e, acima de tudo, um forte espírito de união.
Impacto Econômico e Turístico
O show teve um impacto econômico significativo para a cidade do Rio de Janeiro. De acordo com a Prefeitura do Rio, o evento injetou mais de R$ 600 milhões na economia carioca, beneficiando setores como hotelaria, gastronomia, transporte e comércio.
A busca por locais para passar a estadia cresceu após a divulgação do evento, com pesquisas no Airbnb por acomodações em Copacabana subindo 150 vezes em comparação ao mesmo intervalo em 2024. As tarifas em hotéis chegaram a aumentar quatro vezes, mostrando a elevada procura.
Segurança e Ameaças Evitadas
As autoridades brasileiras impediram uma ameaça de ataque. A Polícia Civil deteve duas pessoas suspeitas de articular ataques utilizando explosivos caseiros e coquetéis molotov, influenciados por ideologias de extrema-direita e discursos de ódio, principalmente direcionados a menores e à comunidade LGBTQIAPN+.
A operação foi mantida em segredo até a data do evento para não causar alarme entre os presentes. O show aconteceu sem problemas, e Lady Gaga só soube da ameaça depois de sua apresentação.
Um Espetáculo que Converteu Multidões
Além dos leais admiradores, conhecidos como Little Monsters, a apresentação conquistou novos aficionados. Com sua performance artística, mensagem positiva e atuação marcante, Gaga encantou até aqueles que não a seguiam anteriormente.
Um aspecto crucial desse êxito é a energia singular do público brasileiro, famoso internacionalmente por sua paixão e dedicação em shows. Os fãs do país são considerados os melhores do mundo por muitos artistas, e Gaga não poupou elogios à multidão carioca.
Habemus Papam! Robert Prevost é eleito Papa Leão XIV e promete uma Igreja mais próxima do povo
O cardeal americano foi nomeado no início do mês de maio, marcando a escolha do primeiro pontífice nascido nos Estados Unidos
No dia 8 de maio, os católicos comemoraram a eleição de seu novo líder religioso. O cardeal estadunidense Robert Francis Prevost foi selecionado como o novo Papa, adotando o nome Leão XIV. Essa decisão é histórica, pois ele é o primeiro pontífice nascido nos EUA e tem uma forte conexão com a América Latina.
A cerimônia do conclave, que é uma tradição da Igreja Católica para eleger um novo Papa, aconteceu entre os dias 7 e 8 de maio, na Capela Sistina, no Vaticano. Um total de 133 cardeais com menos de 80 anos de idade, de várias nações, participaram desse evento, que ocorreu a portas fechadas, sem acesso a celulares, internet ou qualquer contato com o mundo externo.
O processo é totalmente sigiloso, e as decisões são tomadas por votação secreta. Para ser eleito, o candidato precisa alcançar pelo menos dois terços dos votos dos cardeais presentes, ou seja, no mínimo 89 votos. A expectativa era de que o conclave poderia se estender por vários dias, mas surpreendeu por sua agilidade. Em quatro votações espaçadas dentro de dois dias, a Igreja Católica escolheu seu novo líder.
Quem é Leão XIV?
Robert Prevost nasceu em Chicago, EUA, mas sua vida profissional está fortemente conectada à América Latina. Ele dedicou mais de quinze anos de trabalho no Peru, onde serviu como bispo na cidade de Chiclayo. No Vaticano, ele era uma figura proeminente, reconhecido por sua formação em direito e sua abordagem pastoral amigável. Prevost é apreciado pelo seu modo discreto e assertivo de liderar, além de sua longa experiência como missionário em terras latino-americanas.
Sua escolha é percebida como uma continuidade do ideal de uma Igreja mais acessível e inclusiva, lançado por Papa Francisco, embora com uma abordagem mais diplomática e institucional.
Repercussão no mundo
A eleição de Leão XIV foi bem recebida por lideranças globais e também por católicos ao redor do mundo. O novo Papa já manifestou, em seus primeiros discursos, o desejo de promover a paz e o diálogo, além de priorizar os mais pobres e marginalizados. Ele foi descrito como um homem preparado para equilibrar o espiritual e o prático, com forte sinodalidade e justiça social.
O que esperar do novo pontificado?
As expectativas em torno do Papa Leão XIV são altas. Especialistas acreditam que ele deve dar continuidade ao legado progressista de Francisco, adotando uma postura firme em defesa dos direitos humanos, da inclusão e do combate à desigualdade. Também se espera que ele fortaleça o diálogo com outras religiões, aprofunde a escuta das periferias sociais e avance em reformas administrativas dentro do Vaticano, tornando a Igreja mais transparente e acessível.
Em sua primeira comunicação com os cardeais, Leão XIV mostrou compreensão em relação ao momento de mudança que a Igreja enfrenta, reconhecendo a dor pela perda de seu predecessor e a responsabilidade que assume perante os fiéis.
“Saúdo e agradeço a todos vocês por este encontro e pelos dias que o antecederam, dolorosos pela perda do Santo Padre Francisco, desafiadores pelas responsabilidades enfrentadas juntos e, ao mesmo tempo, segundo a promessa que o próprio Jesus nos fez, ricos de graça e de consolação no Espírito (cf. Jo 14,25-27).”, disse o novo Papa, em uma fala que emocionou os presentes.
Com um começo pautado por compreensão e harmonização, o papado de Leão XIV surge envolto em grande expectativa. Há sinais de que sua direção possa representar uma nova era de acolhimento, conversa e revitalização na Igreja, especialmente em um mundo que está sempre mudando.
Fragilidades na discussão de acordo de paz prolongam conflito em Gaza
Bloqueio da entrada de mantimentos por Israel agrava crise humanitária e dificulta avanço pelo fim do ataque a Gaza
Uma autoridade palestina comunicou nesta segunda-feira (26) que o Hamas teria aceitado a nova proposta de cessar-fogo apresentada por Steve Witkoff, enviado especial dos Estados Unidos para o conflito travado com Israel na Faixa de Gaza.
Segundo informações da agência de notícias Reuters, Israel teria considerado os termos do acordo como inaceitáveis, entretanto Witkoff e o governo israelense negaram a existência do apoio do Hamas ou da proposta com os temas divulgados.
A proposta supostamente incluía uma trégua de 70 dias, a retirada parcial do exército israelense de Gaza, a libertação de dez reféns em troca da soltura de palestinos presos em Israel e a entrada de mil caminhões de ajuda humanitária em Gaza. Segundo fontes do governo israelense, os termos eram inaceitáveis.
O desentendimento evidencia as fragilidades da negociação de paz que está sendo lentamente construída. Em 19 de janeiro de 2025, Israel e Hamas chegaram a estabelecer um cessar-fogo que, ao todo, durou dois meses e mostrou-se particularmente instável até Israel romper com o tratado e bombardear Gaza na madrugada do dia 18 de março.
A comunidade internacional tem acompanhado com apreensão o desenrolar das negociações, especialmente após o colapso do cessar-fogo anterior. Organizações como a ONU e a Cruz Vermelha têm alertado para a grave crise humanitária em Gaza, agravada pela escassez de recursos médicos, água potável e alimentos ocasionada pelo corte de abastecimento realizado por Israel.
Contra o apelo internacional, Israel bloqueou a entrada de mantimentos em Gaza por 11 semanas e, no dia 21 de maio, liberou a entrada de 100 caminhões de ajuda humanitária que transportavam farinha, comida para bebês e equipamentos médicos na faixa de Gaza, segundo o exército israelense. Entretanto, a ONU alertou que problemas de distribuição e segurança não permitiram que a ajuda chegasse à população mais necessitada.
Enquanto a população aguardava pelos suprimentos, novos ataques aéreos e disparos de tanque foram realizados na quarta-feira (21) e mataram pelo menos 50 pessoas em Gaza, segundo instituições de saúde palestina. De acordo com o exército israelense, os ataques atingiram 115 alvos, a maioria de infraestrutura militar não identificada.
Em negociações de paz, ataques entre Ucrânia e Rússia continuam
Conflito ultrapassa três anos com avanço nas tratativas de cessar-fogo, mas novo bombardeio evidencia fragilidade das negociações
Após 3 anos e 3 meses do início do conflito entre a Ucrânia e a Rússia, a capital ucraniana, Kiev, e outras regiões do país foram alvo de um forte ataque russo no domingo (25), que teria causado pelo menos 12 mortos, segundo autoridades. Foram lançados cerca de 367 drones e mísseis — o maior ataque aéreo da guerra, de acordo com Yuri Ihnat, porta-voz da Força Aérea da Ucrânia.
O conflito, iniciado em 24 de fevereiro de 2022, já provocou a morte de aproximadamente 250 a 300 mil pessoas, incluindo civis e militares de ambos os lados.
O estopim da guerra em larga escala foi o reconhecimento, por parte da Rússia, das regiões separatistas de Donetsk e Luhansk como repúblicas independentes, seguido pela invasão militar da Ucrânia no mesmo mês.
Desde então, a Ucrânia perdeu o controle de cerca de 11% de seu território, segundo dados do Institute for the Study of War, um observatório de conflitos sediado nos Estados Unidos. Além disso, há uma vasta destruição territorial em decorrência dos ataques, que, desde o início do conflito, têm agravado a situação para ambos os lados.
De acordo com estatísticas da ONU, até o final de 2024, cerca de 6,9 milhões de refugiados ucranianos se mudaram para a Europa — sendo 1,2 milhão para a Alemanha, quase 1 milhão para a Polônia e 390 mil para a República Tcheca.
Com o início da guerra, os Estados Unidos tornaram-se os principais financiadores da Ucrânia, tendo destinado cerca de US$ 95 bilhões em ajuda militar, humanitária e financeira. Entretanto, ainda no início da campanha eleitoral de Donald Trump, a iniciativa foi criticada pelo então candidato, o que se concretizou após sua vitória nas eleições, com um distanciamento em relação à Ucrânia e uma aproximação com Vladimir Putin, presidente da Rússia.
Desde 2022, diversas tentativas de paz foram realizadas entre Rússia e Ucrânia. Em 2024, a Suíça sediou uma cúpula internacional com apoio do Ocidente, mas sem a presença da Rússia. Em fevereiro de 2025, houve uma reunião entre Estados Unidos e Rússia na Arábia Saudita, mas as exigências russas — como a neutralidade da Ucrânia — foram rejeitadas por Kiev e seus aliados europeus. Atualmente, há uma proposta de trégua sendo desenvolvida entre Putin e Trump e, segundo o chanceler russo, Sergey Lavrov, o documento de cessar-fogo está em estágio avançado.
Apesar disso, o ataque russo realizado no fim de semana ocorreu poucas horas antes de uma troca de centenas de prisioneiros de guerra entre os dois países, acordada em uma negociação realizada em Istambul no início do mês. O acordo previa a troca de 1.000 prisioneiros de guerra e civis por parte de Kiev e Moscou. O ataque, entretanto, pode indicar que ainda há um árduo caminho a ser percorrido em busca da paz.