Bolsonaro é declarado inelegível pelo TSE

Decisão abre caminho para o surgimento de uma nova liderança de direita que possa substituír o ex-presidente

Em julgamento histórico, no final de junho, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tornou o ex-presidente Jair Bolsonaro inelegível por oito anos. Apesar da decisão ter sido tomada neste ano, a referência para a contagem do tempo são as eleições de 2022. Assim, Bolsonaro não poderá concorrer às eleições até 2030.


A condenação foi por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação no caso da reunião com embaixadores estrangeiros, em julho de 2022, poucos meses antes das eleições. Na ocasião, Bolsonaro mentiu sobre as urnas eletrônicas e colocou em dúvida o sistema eleitoral, sem apresentar provas.


Os ministros do TSE justificaram que a decisão de tornar o presidente inelegível tem o objetivo de preservar a integridade do processo democrático e assegurar a lisura de eleições futuras. 


Bolsonaro afirmou que considera “uma missão” voltar à presidência, que irá recorrer da decisão e lutar na justiça para reverter a inelegibilidade. No entanto, com a confirmação da sentença pelo TSE, abre-se o caminho para o surgimento de uma nova liderança de direita no cenário político brasileiro.


O PL (Partido Liberal), partido de Bolsonaro, já começou a discutir as opções para as próximas eleições. Uma das possibilidades em análise é a priorização de candidaturas ao Senado Federal em 2026. O objetivo da estratégia é consolidar a presença política do partido no Congresso Nacional e permitir que figuras-chave da legenda possam atuar em outras esferas do poder.


Alguns dos nomes apontados como possíveis sucessores de Bolsonaro são os governadores de São Paulo, Tarcisio de Freitas, e de Minas Gerais, Romeu Zema, além da ex-primeira dama Michelle Bolsonaro. Resta saber ao redor de quem não apenas o PL, mas a direita brasileira irá se organizar.



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Hemisfério Norte vive onda de calor extremo

Com o aquecimento global, temperaturas batem recordes e grandes incêndios atingem países como Canadá, Grécia e Itália

O Hemisfério Norte vem enfrentando uma forte onda de calor, com temperaturas atingindo recordes históricos. Nos Estados Unidos, temperaturas extremas levaram autoridades a colocar mais de 50 milhões de pessoas em alerta. Em países do Mediterrâneo, na Europa e no Norte da África, foram registradas mais de 40 mortes devido a desastres naturais provocados pelo calor. No México, mais de 100. No Canadá, na Itália e na Grécia, grandes incêndios estão destruindo florestas e agravando doenças relacionadas ao calor. Na Ásia, China, Paquistão e Coreia enfrentam enchentes e tufões. 


A situação, causada pelo aquecimento global, é vista como alarmante, mas a perspectiva é de quebra de novos recordes de calor em breve. O mês de junho foi o mais quente da história, segundo a Organização Meteorológica Mundial, e o mesmo deve acontecer em julho. Caso o mundo não seja capaz de conter o avanço do efeito estufa, as ondas de calor se tornarão cada vez mais comuns, com efeitos mais severos, afirmam cientistas.  


Os desastres naturais causados pelo calor extremo têm colocado populações inteiras em situações de vulnerabilidade. Além de cheias e incêndios, as temperaturas elevadas provocam a perda de colheitas, escassez de água, podem afetar a infraestrutura e a produção industrial, e têm impactos na saúde pública.


Olhando para o futuro, os reflexos dessa onda de calor podem alcançar o Hemisfério Sul, incluindo o Brasil, que se prepara para o verão que está por vir. Especialistas afirmam que o país também pode enfrentar um verão extremo.


A situação no Hemisfério Norte é um alerta sobre a urgência em enfrentar as mudanças climáticas e adotar medidas para mitigar os impactos do aquecimento global. Governos e sociedade precisam agir em conjunto para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e adotar práticas sustentáveis para preservar o meio ambiente e garantir um futuro mais seguro para todos.

Barbie reacende debate sobre a emancipação feminina

Filme transforma boneca tradicionalmente conhecida por reforçar estereótipos sobre as mulheres em ícone feminista

Amplamente divulgado e ansiosamente esperado, o filme Barbie estreou em julho com grande sucesso de bilheteria ao redor do mundo e reacendeu o debate a respeito da emancipação feminina. No filme, a boneca vive em um mundo perfeito, a Barbielândia, de onde é expulsa após uma crise existencial em que se mostra imperfeita. A partir daí, ela inicia uma aventura no mundo real, onde aprende mais sobre a complexidade da vida.


Parte significativa do sucesso tem sido atribuída à revisão da história da icônica boneca da Mattel. Conhecida por reforçar padrões estéticos e comportamentais pouco realistas para as mulheres, Barbie se transforma, ao longo do filme, em ícone feminista, o que motivou críticas de diferente espectros políticos.


Se por um lado os fãs vem enaltecendo a nova imagem da personagem e o empoderamento das meninas, os críticos ressaltam o interesse comercial da fabricante da boneca que, no passado, lucrou com a exploração de estereótipos tóxicos. Ou, ainda, acusam o filme de ser raso ou “anti-homem”.


Apesar das controvérsias, a discussão em torno da emancipação feminina, levantada pelo longa-metragem, reforça a importância das discussões sobre a representação das mulheres na cultura pop e da luta feminista por uma sociedade mais igualitária. E da responsabilidade das empresas com seus legados culturais.

IA traz de volta Elis Regina em comercial da Volkswagen

Campanha intensifica discussão sobre os limites éticos do uso da imagem de pessoas mortas com novas tecnologias

A Volkswagen anunciou no início de julho o lançamento da nova Kombi elétrica. Mas o que ganhou mais repercussão na ocasião não foi o veículo, e sim sua propaganda, que usou inteligência artificial (IA) para “trazer de volta” a icônica cantora Elis Regina, já falecida, e fazê-la contracenar com a filha, Maria Rita.


O uso da IA e a reprodução póstuma da artista reacenderam o debate ético sobre os limites da tecnologia e a preservação do direito à imagem e voz de pessoas falecidas. Além de todo o burburinho nas redes sociais e fora delas, o Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (CONAR) abriu um processo para avaliar o comercial, buscando compreender os possíveis impactos e implicações legais e éticas dessa utilização de IA. 


O assunto é quente e tem outras repercussões práticas. A plataforma de streaming Deezer, por exemplo, anunciou que está trabalhando em uma tecnologia capaz de identificar e apagar faixas que usem IA para clonar as vozes de artistas, estejam eles vivos ou mortos. Já a Universal Music derrubou Heart On My Sleeve das plataformas de streaming. A música simulava as vozes de Drake e The Weeknd, artistas da gravadora. 



O caso envolvendo Elis Regina suscita reflexões sobre o futuro da inteligência artificial e seus usos na preservação da memória cultural, ao mesmo tempo em que levanta questões éticas sobre a utilização da imagem de pessoas falecidas em campanhas publicitárias. A discussão aberta pelo comercial evidencia o dilema entre o avanço tecnológico e a proteção da dignidade e privacidade dos indivíduos, exigindo um olhar crítico e aprofundado sobre os rumos dessa inovação.

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