MANUAL DO GRUPO AMBIENTAL
APRESENTAÇÃO
Com o objetivo de incentivar o crescimento do aluno enquanto cidadão, a Afubra, através do Verde é Vida, criou em 2003, os Grupos Ambientais (GAs) de forma a promover a organização, o compromisso e responsabilidade dos alunos frente aos problemas socioambientais, preparando-os para uma vida cidadã e a sua inserção no ambiente social e na comunidade. A proposta visa, também, levar os alunos a vivenciar uma rotina de conscientização pessoal e o respeito ao meio ambiente, bem como, o contato direto com os problemas locais da sua comunidade.
A LDB, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9394 de dezembro de 1996), prevê a criação da jornada ampliada nas escolas, com atividades que busquem capacitar e ampliar a vivência dos alunos nas diferentes áreas do conhecimento, promovendo, dessa forma, o desenvolvimento de atividades extraclasses e o combate ao trabalho infantil.
A Afubra, já engajada nesta campanha, através do Verde é Vida, propõe a suas escolas parceiras a criação e o desenvolvimento dos Grupos Ambientais (GAs), que poderão auxiliar a escola nas atividades de educação socioambiental e de sensibilização da comunidade quanto a busca de soluções para os problemas da comunidade.
Com base nisso, o GA servirá como apoio e reforço ao trabalho do coordenador escolar no que diz respeito ao desenvolvimento das atividades propostas pela escola para a realização das ações desenvolvidas em parceria com o Verde é Vida.
Adalberto Sidnei Huve,
Coordenador Geral do Verde é Vida
ASPECTOS HISTÓRICOS
Em 1549 quando da implantação da educação no Brasil houve uma reprodução do modelo tradicional português, existente na época, e difundido pelos padres jesuítas, o que era contrário ao movimento reformista deflagrado na Europa, neste período. Este modelo existiu no Brasil até o início do Século XIX, tornando-se um desestímulo à pesquisa e a uma educação científica.
No Século XVII os pesquisadores que aqui aportavam, faziam observações e coletas da fauna, da flora e do solo para levar aos seus países de origem e lá publicarem suas obras científicas. Enquanto que na Europa aflorava a pesquisa e o conhecimento científico, no Brasil a educação seguia um modelo tradicional e colocava a pesquisa como uma excentricidade ou quase um luxo.
Com o início da Revolução Industrial, no Século XVIII, a Europa se destaca novamente, agora com invenções e artefatos tecnológicos que contribuíram com o desenvolvimento da indústria têxtil. Na mesma época, no Brasil, a educação dividia-se entre o clássico humanista e o positivismo, o que divergia entre ter mais disciplinas científicas ou não.
As reformas educacionais realizadas no Brasil no início do Século XX, mantendo um modelo tradicional, colocavam a figura do professor como o centro do conhecimento, onde a sua função era transmitir o seu saber enquanto que ao aluno era reservado o papel receptor da informação assimilando o conhecimento como pronto e acabado. Com o surgimento da Escola Nova mudam-se alguns paradigmas, onde o educando passa a ser o sujeito e o professor coloca-se no papel de facilitador. A partir do final da década de 50 surgem os Clubes de Ciências que apresentam uma nova proposta, favorecendo a pesquisa científica e estimulando os alunos a buscar e construir o seu conhecimento, tornando-se mais críticos e formando uma nova visão do mundo.
Os Clubes de Ciências se propagaram em todo o Brasil, e tornaram-se um local onde os alunos buscam, através de atividade extraclasse, explicações para as diferentes perguntas e indagações, que não encontram em sala de aula. Com o tempo, estes mesmos clubes evoluíram e estruturaram-se de maneiras diferentes, buscando outras propostas. Partiram, então, para atividades interdisciplinares e pedagógicas que levaram à criação de grupos, com objetivos e propostas diferenciados, levando em conta as questões sociais, culturais e ambientais promovendo com isto a cidadania, o crescimento pessoal do educando e o seu papel na comunidade.
GRUPOS AMBIENTAIS
Os Grupos Ambientais (GAs), propostos pelo Verde é Vida, baseiam-se nos Clubes de Ciências, criados na década de 50 e difundidos no Sul do Brasil pelo Centro de Ciências do Rio Grande do Sul, a partir dos anos 70.
A atividade dos Grupos Ambientais na escola, têm por objetivo proporcionar ao educando a realização de ações socioambientais na escola e na comunidade, tornando-se agente na integração entre ambas, promovendo o desenvolvimento e o crescimento da comunidade onde a escola está inserida.
A proposta é de proporcionar aos alunos, através de orientações, o crescimento dos mesmos e promovendo atividades que desenvolvam a cidadania, o senso crítico, a união e o espírito científico, visando com isto vivenciar uma rotina de autoconscientização em respeito ao meio ambiente e o contato direto com os problemas socioambientais da comunidade local e regional.
Portanto, implantar um Grupo Ambiental na escola é promover o desenvolvimento de atividades na comunidade, tornando o aluno um agente na integração entre a escola e a comunidade, promovendo o desenvolvimento e o crescimento local.
Com ações práticas como esta, pode-se assegurar que, com um grupo interessado e comprometido com a comunidade e com as ações socioambientais, torna-se o caminho para a formação de um cidadão consciente e comprometido com o desenvolvimento desta e das futuras gerações.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) definem que é função da escola contribuir para a formação de cidadãos conscientes, aptos a decidir e a atuar na realidade Socioambiental de modo comprometido com a vida, com o bem-estar de cada um e da sociedade, local e global.
Com base nisso, a escola deve ser um local que possibilite ao educando um aperfeiçoamento dentro de seus interesses promovendo, através da educação socioambiental, a sua formação. Cabe ao professor, no seu papel de educador frente à proposta da escola e da sociedade em que está inserido, ser um facilitador demonstrando em suas atitudes um compromisso com uma educação cidadã tendo como base o processo de ensino/aprendizagem.
A escola deve dar condições ao aluno de sentir-se parte integrante desta estrutura e do processo de ensino aprendizagem, formar no educando uma consciência de valorização da sua comunidade local levando-o a ser um agente no desenvolvimento de sua comunidade com responsabilidade e cidadania. É neste contexto que entra o trabalho dos Grupos Ambientais, que devem ser desenvolvidos pela escola em parceria com a comunidade.
Dessa forma, o Grupo Ambiental passa a ter uma função importante nas ações da escola e principalmente ser um braço de apoio para a mesma, reforçando o trabalho do coordenador escolar no que diz respeito ao desenvolvimento das atividades propostas pela escola para a realização das ações desenvolvidas em parceria com o Projeto Verde é Vida da Afubra.
COMO FORMAR UM GRUPO AMBIENTAL
Os Grupos Ambientais (GAs) podem ser formados a partir do interesse de alunos, com apoio e orientação de um ou mais professores. Esses grupos podem ser:
GA Formal: Com atuação no horário de aula. Se adapta muito bem para as séries iniciais onde o professor tem uma atividade unidocente e pode orientar os alunos a desenvolverem atividades no horário de aula.
GA Informal: É o tipo de grupo que desenvolve sua atividade no horário extraclasse, ou seja, em atividade de jornada ampliada. Este grupo pode ser dividido em dois tipos:
a) Grupos Unisseriados: São aqueles formados por alunos da mesma turma.
b) Grupos Plurisseriados: São grupos formados por alunos de anos diferentes tendo em sua diretoria representantes de todas as turmas.
Cada escola pode ter quantos Grupos Ambientais achar necessário e com diferentes linhas de trabalho. Pode ser um Grupo por turma com ações específicas e ligadas ao Projeto da Escola, pode ser um Grupo de Estudos, de Matemática, de Português, de Ciências, etc. ou ser um grupo formado por alunos de diferentes idades e séries, desenvolvendo atividades de cunho ambiental, social, cultural, esportivo, etc.
PASSO A PASSO PARA FORMAÇÃO DO GA
Para formar e organizar um GA a escola deve seguir os seguintes passos:
a) A direção da escola deve indicar o professor ou professores que irão orientar o(s) Grupo(s) Ambiental(is).
b) O Professor Orientador deverá convidar os alunos interessados e os líderes de turma para a primeira reunião.
c) O Professor Orientador organizará, junto com os alunos, a primeira reunião oficial do Grupo Ambiental para escolher o nome do grupo e sua Diretoria. Se existir a necessidade de uma eleição, esta deverá ser marcada para uma próxima reunião.
Obs. O nome do GA deve ser escolhido de maneira democrática e consciente, pois é através do nome que o grupo será conhecido.
d) A Diretoria do GA deverá ser formada por alunos e ter os seguintes cargos: Presidente, Vice-presidente, Secretário e Tesoureiro, bem como definir o número de diretores que irão organizar os Departamentos do GA e desenvolver o trabalho do grupo.
e) Após escolhida a Diretoria do GA, esta deverá definir o dia e a hora das reuniões do grupo, o número de diretores com seus respectivos cargos e as atividades que serão realizadas na escola e na comunidade.
f) Após definida a Diretoria do GA e as atividades que serão realizadas pelo grupo durante o ano letivo, deverá ser feita a inscrição do GA junto ao Projeto Verde é Vida.
Obs.: O Professor Orientador do Grupo Ambiental (GA) deverá encaminhar uma solicitação de cadastro do grupo para o E-mail verde@afubra.com.br contendo o nome do GA, o nome da escola, o município e o estado. Posteriormente, a escola receberá do Projeto Verde é Vida uma resposta confirmando a inscrição e informando o número de Cadastro do Grupo Ambiental (CGA).
O número de Cadastro do Grupo Ambiental (CGA) é a identificação oficial, bem como a confirmação que o GA está inscrito junto ao Projeto Verde é Vida.
g) O GA deverá ter uma logomarca que identificará seus participantes, seja através de crachás ou de uniforme, o que servirá como destaque do grupo junto a outros grupos da escola e ou na comunidade.
h) Todas as reuniões realizadas pelo Grupo Ambiental devem ser registradas pelo secretário em um Livro de Registros. Fica do secretário do GA e do Professor Orientador, divulgar as ações desenvolvidas pelo GA no Relatório de Atividades entregue para o Verde é Vida até o dia 31 de dezembro de cada ano.
FUNÇÃO DOS MEMBROS DO GRUPO AMBIENTAL
Um dos objetivos dos Grupos Ambientais é desenvolver no aluno o senso de responsabilidade e de compromisso com as ações na escola e na comunidade, preparando estes para a vida cidadã. A Diretoria do Grupo Ambiental deverá ser escolhida de forma democrática. Seus membros deverão ter como características: espírito de liderança, criatividade, responsabilidade, organização e compromisso com a ética, a cidadania e com os valores formados na família do educando.
Compete aos membros do Grupo Ambiental:
Professor orientador
O professor orientador deve ter claro seu papel de educador frente à proposta do GA. Deve ser parceiro, mediar e orientar os participantes do grupo demonstrando, em suas atitudes, um compromisso com a educação, a ética, a cidadania, o meio ambiente e com os interesses da escola e da comunidade escolar, bem como de manter a direção da escola informada das atividades que serão desenvolvidas pelo GA.
Sócio do GA
O Grupo Ambiental deve ser formado por todos os alunos da escola interessados em participar da diretoria do GA ou apenas fazer parte do seu corpo social. O sócio tem o direito de votar e ser votado para os cargos de diretoria do grupo, ser indicado para função de diretor, dar ideias e sugestões para a Diretoria e contribuir com a mensalidade, quando esta for instituída pelo GA.
Diretoria
A Diretoria do Grupo Ambiental será formada por alunos matriculados no educandário e terão cargos de Presidente, Vice-presidente, Secretário e Tesoureiro. A Diretoria deverá ser escolhida pelos sócios do GA através de uma eleição democrática e transparente. E, posteriormente, ser empossada com mandato de um ano, podendo ser reconduzida quantas vezes for necessária.
São responsabilidades dos membros da Diretoria do GA:
Presidente: O Presidente do Grupo Ambiental deverá ter o espírito de liderança, responsabilidade e criatividade e terá como função presidir as reuniões e os trabalhos a serem desenvolvidos, bem como representar o GA em atividades quando convidado ou convocado. Este cargo é atribuição de um aluno que terá a responsabilidade de liderar o grupo em suas atividades na escola e ou na comunidade.
Vice-presidente: O Vice-presidente do GA assim como o Presidente deverá ter um espírito de liderança, responsabilidade e criatividade e terá como função auxiliar o Presidente em suas atividades e substituí-lo quando este estiver ausente ou impossibilitado de desenvolver sua função de Presidente.
Secretário: O aluno que ocupar o cargo de Secretário deverá ter a organização como perfil, pois sua função será de fazer e organizar os documentos do GA (livro de registros, correspondências, relatórios, relação de alunos colaboradores, etc.) e substituir o Vice-presidente quando este estiver ausente ou impossibilitado de desenvolver sua função como substituto do Presidente.
Tesoureiro: O aluno que ocupar o cargo de Tesoureiro deverá ter a responsabilidade como perfil, pois sua função será de fazer a contabilidade das finanças do GA, controlar o livro caixa e cobrar a mensalidade dos sócios quando esta atividade for implantada pelo Grupo Ambiental.
Diretores
Os Diretores do Grupo Ambiental não são cargos eletivos e sim cargos indicados pelo Presidente e sua diretoria e serão formados por alunos sócios do GA. Assim como a Diretoria, devem ter um espírito de liderança, responsabilidade e criatividade para exercerem suas funções. O GA pode ter quantos diretores forem necessários. Estes cargos só serão criados pela Diretoria do GA se houver a necessidade, pois, suas atividades estão ligadas aos objetivos e ações que o grupo realizará durante o ano letivo.
São considerados cargo de diretor do GA:
a) Diretor Social: O Diretor Social tem a função de promover atividades sociais para os alunos do GA e do educandário. As atividades deste departamento podem ser divididas em duas. A primeira é a de responsabilidade social: ações como realizar campanha do agasalho, coleta de alimentos, campanha do lacre da latinha e tampas plásticas, etc. A segunda está ligada à realização de eventos sociais e de lazer como festa jovem, baile do GA, piqueniques, acampamento anual e Acampa Dentro, bem como participar e promover o Intercâmbio Verde é Vida, etc.
b) Diretor Cultural: O Diretor Cultural tem a função de promover atividades culturais na escola como o Festival Interno da Canção, Festival de Dança e Teatro, promover o resgate histórico e cultural da escola e da comunidade, etc.
c) Diretor de Meio Ambiente: O Diretor de Meio Ambiente tem a função de estimular atividades de sensibilização e de proteção ambiental, promover atividades como a separação do lixo na escola (Projeto LixoZeronaEscola), bem como realizar estudos e debates entre os alunos do GA e do educandário sobre a proteção e preservação ambiental. Coordenar e auxiliar a escola na Coleta de Óleo Saturado da Afubra (COS) e da Bolsa de Sementes do Verde é Vida, da Afubra.
d) Diretor de Esportes: O Diretor de Esportes é responsável pela organização das atividades esportivas e de lazer do GA como a realização do Recreio Dirigido, Jogos Internos do GA, Olimpíadas Rurais, Jogos da Juventude, participação e organização de gincanas, etc.
e) Diretor de Operações: O Diretor de Operações terá a função de dar suporte operacional às demais diretorias, ajudar na organização da Hora Cívica da escola, da participação do GA nos Desfiles Cívicos, na organização diária do Pavilhão Nacional. Auxiliar na organização do recreio dirigido para os alunos das series iniciais e finais, participar e promover cursos de recreação e primeiros socorros, etc.
f) Diretor de Educação: Cabe ao Diretor de Educação incentivar a pesquisa científica entre os alunos do GA e do educandário, organizar com os professores e com os alunos grupos de estudos de português, literatura, ciências, matemática, geografia, astronomia, etc.
g) Diretor de Desenvolvimento Econômico: A este Diretor cabe a função de promover atividades de desenvolvimento econômico e financeiro, buscando melhorias para a vida dos alunos, incentivando o seu desenvolvimento, de sua família e da comunidade. São atividades como participar da Feira Rural da escola ou da comunidade, contribuir com a organização do Bar pedagógico e da Microempresa Escolar (MEE).
COMPROMISSOS DOS MEMBROS DO GRUPO AMBIENTAL
Consigo mesmo
Os alunos do Grupo Ambiental deverão ter compromisso com seu crescimento pessoal, formação do seu caráter, identificando suas potencialidades físicas, intelectuais, sociais e espirituais como um cidadão responsável, promovendo a sua consciência pessoal, o seu próprio desenvolvimento, o de sua família e sua comunidade.
Com a Família
O aluno do Grupo Ambiental deverá seguir as orientações e valores ensinados por seus pais, orgulhar-se de sua família e do papel desta na comunidade, bem como buscar caminhos para participar da organização e decisões para as melhorias de convivência no ambiente familiar.
Com a escola
Na sua relação com a escola, o aluno do GA deverá exercer função muito importante, sendo um apoiador das ações socioambientais, auxiliando professores e direção nas atividades de sensibilização executadas na escola e na comunidade, promovendo uma boa relação social, cultural e ambiental. É função do GA criar um canal de comunicação entre os alunos e a escola e esta com a comunidade.
Com a comunidade
Cabe aos alunos do Grupo Ambiental, dentre suas atividades, divulgar e realizar na comunidade as ações propostas pelo grupo e pela escola, desenvolvendo, assim, a consciência socioambiental de cada cidadão, a preocupação com o meio ambiente, com o desenvolvimento local e com a sustentabilidade.
Com o meio ambiente
É função dos alunos do GA, proteger o meio ambiente em todas as suas ações; sensibilizar a comunidade para a importância da preservação do ambiente local e/ou regional, bem como orientar as pessoas quanto à degradação do meio ambiente e promover ações que visem à proteção dos recursos naturais, assegurando com isso a preservação e o cumprimento das leis ambientais. Neste aspecto, o trabalho do GA é muito importante no que diz respeito aos cuidados com vida do Planeta Terra promovendo uma qualidade de vida para esta e para as futuras gerações.
Com a ética e a cidadania
Os alunos do GA têm como compromisso a conscientização pessoal e a valorização da ética e da cidadania. Como bons cidadãos, devem respeitar as pessoas, as leis, o meio ambiente e, principalmente, ter uma conduta exemplar frente à sociedade e à valorização da vida, promovendo, dessa forma, a ética, a moral, os valores, a qualidade de vida da sua família e da comunidade na qual está inserido.
CAPACITAÇÃO DO GRUPO AMBIENTAL
Para capacitar os Grupos Ambientais, cabe à escola através do Professor Orientador, organizar um curso que vise a preparação dos membros do GA para as atividades previstas e definidas pelo grupo nas ações que serão desenvolvidas na escola e na comunidade. Para isso, é necessário que a escola firme parcerias com empresas e entidades locais e/ou regionais que possam auxiliar na formação e orientação destes alunos. Este curso pode ser feito na forma de palestra ou oficina em horário de jornada ampliada, proporcionando ao educando um complemento ao processo ensino aprendizagem.
A capacitação dos membros do GA fica atrelada às necessidades e aos objetivos definidos pelo grupo promovendo junto a suas participantes atividades de capacitação como:
Administração: Convidar um administrador para ministrar uma palestra sobre administração e gestão, proporcionar aos alunos do GA um conhecimento sobre como dirigir, gerenciar o Grupo Ambiental e organizar as finanças do grupo, bem como desenvolver todas as atividades propostas pela Diretoria durante o ano letivo.
Gestão Pública: Convidar um representante do executivo e ou legislativo para ministrar uma palestra sobre democracia, eleições, o papel dos poderes constituídos (executivo, legislativo e judiciário) do município, estado e Brasil, proporcionando aos alunos um conhecimento sobre o funcionamento da administração pública.
Primeiros socorros: Com auxílio de um profissional da área da saúde, a escola pode promover dentro do curso de capacitação, uma palestra sobre primeiros socorros, mostrando as ações a serem tomadas em caso de acidente.
Educação para o trânsito: Contatar com o Centro de Formação para Condutores (CFC) do município para que este ministre uma palestra sobre legislação do trânsito, direção defensiva, segurança no trânsito e o papel de cada um como condutor de automóvel, motociclista, ciclista ou pedestre.
Recreação e lazer: Convidar um professor de Educação Física para falar sobre recreação e lazer, proporcionando aos alunos do GA informações sobre como organizar um recreio dirigido com atividades lúdicas, jogos, dança; como organizar e realizar um acampamento, um piquenique, etc.
Civismo: Convidar um membro da polícia militar para ministrar uma palestra sobre valores cívicos e regras de organização do Pavilhão Nacional, de forma a proporcionar aos alunos do GA um conhecimento sobre civismo e sua importância para a formação cidadã.
Educação ambiental: Durante o curso de capacitação para os membros do GA é importante firmar parceria com um profissional da área de educação ambiental para proferir uma palestra sobre meio ambiente, sua importância para a vida do Planeta Terra, bem como, mostrar caminhos e ações que o GA pode seguir para desenvolver atividades de sensibilização na escola e na comunidade.
Ética e cidadania: Em um curso de capacitação do GA é importante realizar uma palestra mostrando o papel de cada um enquanto cidadão, levando em conta suas atitudes na escola, na família e na comunidade. Nesta palestra podem-se discutir questões como cidadania, ética, moral, valores, compromisso, responsabilidade, etc.
Legislação: Contatar com um profissional da área do Direito para falar sobre os aspectos legais ligados ao desenvolvimento do município e da comunidade escolar. Nesta palestra podem ser citados temas como o Código Florestal, o Código de Postura, ECA, a Lei Orgânica do Município, etc.
Responsabilidade social: Convidar um Assistente Social para ministrar uma palestra sobre assistência comunitária, convivência comunitária e campanhas sócio comunitárias como Campanha do Agasalho, Campanha do quilo de alimento, etc.
Relacionamento: Contatar com um profissional da Psicologia para este ministrar uma palestra que enfoque temas como relacionamento interpessoal, educação sexual, amizade, convivência familiar, etc.
Obs. Outros temas podem ser incluídos no curso de capacitação dos alunos do GA. Isso deve ser feito conforme o interesse dos alunos, as necessidades e objetivos do Grupo Ambiental.
COMPETÊNCIAS E ESPECIALIDADES DOS MEMBROS DO GA
Competência é o conjunto de aptidões para realizar determinadas funções, tarefas e trabalhos. É adquirida por meio da aquisição de conhecimento e torna-se ainda mais potencializada quando colocada em prática. As competências desenvolvidas pelos membros de GA têm como objetivo transformar o ambiente escolar de forma a proporcionar aos alunos uma melhor qualidade de ensino e de convivência na escola.
Para desenvolver as competências dos integrantes do Grupo Ambiental deverá ser oferecido um curso de capacitação e conhecimento dos assuntos de interesse dos membros do GA. Este curso definirá as especialidades de cada um dentro do seu interesse pessoal, proporcionando ao aluno conhecimento nas diferentes áreas seja social, cultural, esportiva, comunitária, etc.
As especialidades são aptidões especiais que cada membro do Grupo Ambiental terá para desenvolver suas atividades como dirigente ou membro do GA. Portanto, são especialidades do Grupo Ambiental:
Especialidade administrativa: Este especialista tem a competência de realizar as atividades administrativas, econômicas e financeiras do Grupo ambiental. São funções do Presidente, Vice-presidente, Secretário, Tesoureiro e pelo Diretor de Desenvolvimento Econômico.
Especialidade ambiental: Este especialista tem a competência de desenvolver atividades ligadas ao meio ambiente, incentivando a separação e coleta do lixo na escola, realizar atividades de sensibilização de preservação e proteção ambiental e dos recursos naturais.
Especialidade social: Este especialista tem a competência de desenvolver atividades ligadas ao desenvolvimento social, promovendo campanhas e atividades de sensibilização e de responsabilidade social.
Especialidade em educação: Este especialista tem a competência de organizar e realizar atividades de educação como a criação de grupos de estudos, incentivar a pesquisa científica, promover o intercâmbio dos GAs, etc.
Especialidade cultural: Este especialista tem a competência de desenvolver atividades ligadas ao desenvolvimento cultural, realizando atividades culturais ligadas a arte, a dança, a música e ao resgate histórico e cultural da escola e da comunidade.
Especialidade esportiva: Este especialista tem a competência de organizar e estimular os alunos do educandário a participar de atividades esportivas internas da escola e na comunidade.
Especialidade cívica: Este especialista tem a competência de auxiliar na organização das atividades cívicas desenvolvidas na escola e na comunidade, bem como auxiliar na organização do Pavilhão Nacional da escola.
Especialidade em recreação e lazer: Este especialista tem a competência de organizar e realizar atividades de lazer como o Recreio Dirigido, piqueniques, acampamentos, etc.
Especialidade em primeiros socorros: Este especialista tem a competência de organizar o atendimento de primeiros socorros na escola e nas atividades realizadas pelo GA na comunidade.
Obs. Outras especialidades podem ser criadas pela Diretoria do Grupo Ambiental com base nas atividades e objetivos desenvolvidos pelo GA ao longo do ano letivo.
Créditos
Entidade Responsável
Associação dos Fumicultores do Brasil
Execução
Verde é Vida
FERNANDES, José Leon Macedo. Manual dos Grupos Ambientais. Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra). Santa Cruz do Sul. RS.
Diagramação e Ilustração Márcio Leal.
Revisão Luciana Jost Radtke.
1. Cidadania. 2. Liderança 3. Responsabilidade.
Bibliografia:
- BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais (PCNs). MEC/SEF. Brasília. 1998. 174 p.
- BRASIL, Escoteiros do. Princípios, organização e regras. Movimento Escoteiro no Brasil. Curitiba. PR. 10ª Ed. 2017. 179 pg.
- DELIZOICOV, José Demétrio. Metodologia do ensino de ciências. Ed. Cortez. São Paulo. 1994. 207 p.
- FERNANDES, José Leon Macedo. Agenda 21 Verde é Vida, uma proposta para a Agenda 21 escolar. Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra). Santa Cruz do Sul. RS. 2008. 25 pg.
- FERNANDES, José Leon Macedo. SILVA, Loreci Pereira da. Manual da Brigada Ecológica. Centro Municipal de Ciências (Cemuci). Butiá. 2000. 36 p.
- MANCUSO, Ronaldo. Clubes de Ciências, criação, funcionamento, dinamização. SE/CECIRS. Porto Alegre. 1996. 365 p.
- MÜLLER, Jacson. Educação/ambiental, diretrizes para a prática pedagógica. FAMURS.
É permitida a reprodução desta publicação, no todo ou em parte, desde que citada a fonte.