Fungos
Decomposição de poluentes
O nosso projeto
Os cogumelos podem ser bastante benéficos para a nossa saúde assim como para o meio ambiente, uma vez que têm a capacidade de decompor diversos materiais como também poluentes. Um desses é o plástico que é uma das maiores ameaças para o nosso planeta, devido à sua lenta degradação no meio ambiente.
O nosso projeto interdisciplinar entre biologia e química de 12º ano envolve o estudo do cogumelo ostra, um fungo que tem a habilidade de degradar o polietileno, um dos tipos de plástico produzido em maior quantidade no mundo, utilizado na produção de embalagens, como por exemplo sacos de plástico.
Para além do estudo da decomposição do polietileno, o nosso projeto tem o objetivo de divulgar mais espécies de fungos, encontrados no Algarve, assim como métodos de produção sustentável de cogumelos.
Saída de campo - Identificação de cogumelos
Hypholoma fasciculare
Morfologia
Chapéu: Apresenta uma cor mais escura no centro.
Dimensão: tamanho variado, 2-7 ∅
Cor: amarelo-enxofre
Lâminas: Inicialmente apresentam uma cor amarela-enxofre progressivamente ao amadurecer adquire uma coloração verde-oliva.
Pé: Este apresenta uma cor semelhante à do chapéu mudando a sua cor ao longo do pé para uma cor acastanhada. Tem 5-10mm de diâmetro e 5-12cm de comprimento.
Odor/Sabor: Este tem um cheiro comum a cogumelo mas com um sabor bastante amargo. No entanto este cogumelo não é comestível e se ingerido pode causar dores intensas no estômago.
Ecologia: É sapróbio, alimentando-se de troncos caídos e outras madeiras mortas de árvores de folhas largas e menos comumente de coníferas. O fungo pode frutificar a uma longa distância do tronco da árvore em decomposição da qual o micélio se alimenta.
Inocybe geophylla, var. lilacina
Chapéu com mamelão pontiagudo. Tamanho pequeno, 2-3 cm.
Lâminas apertadas, livres, ventrudas, cor cinza-pálido, virando para marrom, aresta esbranquiçada.
Cor ocre-amarelada ou avermelhada, margem excedente.
Cutícula sedosa, cor lilás-violeta.
Pé longo, fino, curvado, com superfície prunosa, cor lilás, com evidentes restos de cortina.
Carne escassa, esbranquiçada. Cheiro espermático desagradável.
Esporos lisos.
Ecologia: Florestas de coníferas (Pinus pinaster) e frondosas (encho, sobreiro, castanheiro). Verão - Outono.
Comestibilidade: tóxica
Trametes versicolor
O Género Trametes caracteriza-se pela sua configuração achatada e frágil
Chapéu: desenvolve em forma de leque, de margem fina e ondulada. Superfície aveludada e visivelmente zonada em tons cinzentos e pardos, com borda clara.
Dimensão: 2,5 - 8 cm em largura
Cor: versicolor = muitas cores
Poros e tubos: cor branca ou creme.
Esporada: branca
Ecologia Parasita troncos de árvores, em florestas caducifólias. Produz podridão branca, decompondo suas enzimas a matéria orgânica fraca ou morta.
Comestibilidade: Sem interesse culinário. Espécie medicinal, como terapia imunovina
Coprinus disseminatus
Chapéu: Pequeno 0,5-1,5 cm, de ovóide a campanulado, sem chegar a aplanar, margem estriado
Cor: variável, de esbranquiçada a cinza cinza, ocre claro ou amarelado, mais escura no centro.
Cutícula seca, normalmente glabra, canelada e crestada, com estrias abundantes e profundas que vão até o ápice. Lâminas aderentes, espaçadas, ventrudas, de esbranquiçadas a pretas.
Pé: curto 1,5-3 cm, quase cilíndrico, oco, fino, frágil, pubescente sob a lupa, esbranquiçado.
Carne: muito fina e muito escassa, frágil, não deliquecente, inodora.
Esporada pardo púrpura escura, esporos elípticos, lisos, com poro apical.
Ecologia: Florestas diversas, onde saprófita todo o tipo de tocos e suas proximidades, pois às vezes sai sobre raízes enterradas. Gregária e cespitosa, forma grandes e belos agrupamentos. Fungo muito comum e abundante.
Primavera e Outono.
Comestibilidade: Comestível, mas carne insuficiente, que também enegrece cedo.
Coltricia Perennis
«Coltricia» = assento.
Chapéu: largo 2-8 cm , mais do que um fungo parece um pedaço de casca de árvore que adorna o chão da floresta. Acaba achatado. Superfície tomentosa, opaca, zonada concentricamente de cores castanho a pardo-avermelhado (borda mais clara).
Tubos curtos e poros esféricos virando a ângulos, cor cinza-pardo.
Pé: curto, 1-4 cm alto, central, sólido, pardo-amarelado.
Carne dura, coriácea. Cheiro e sabor sem contraste.
Esporada marrom-dourado, esporos elipsoidais, lisos, não amiloides.
Ecologia: Solo de florestas de frondosas e coníferas. Solitária ou gregária.
Comestibilidade: Sem interesse culinário, muito coriácea
Leccinum lepidum
Bilhete atraente pelo seu grande tamanho e coloração.
Cutícula viscosa com umidade,
Cor variável de ocre amarelado a mais escuro (marrom ou pardo).
Tubos amarelo-citrinos que se tornam castanhos ao corte.
Poros amarelo-vivo, desde jovem.
Pé de alto porte, amarelo, com grânulos amarelos que escurecem ao amadurecer.
Carne compacta de cor branco-amarelada, que ao corte se torna rosada e depois cinzenta.
Ecologia: Florestas e mato mediterrâneo: carvalhos, sobreiros, jaras, medronheiros. Também ao lado de orquídeas. Outono e primaveras chuvosas. Espécie um pouco rara, pois está muito localizada em carvalhos e similares.
Comestibildade: Comestível.
Helvella crispa
Morfologia
Chapéu: forma de sela irregular, com 2 ou 3 lóbulos dobrados. Margem fina, livre, incurvada e ondulada irregularmente. Dimensão: pequeno 2-5 ∅
Cor: cor branco-creme-amarelado
Lâminas: Superfície himenial muito encaracolada sob o chapéu, «crispada» com dobras e ondulações irregulares, lisa e pruinosa
Pé: alto, 3-12cm , robusto, oco, cilíndrico, um pouco alargado na base, com dobras ou «costas» longitudinais e muito profundas (aspecto de veias lenhosas), deixando entre elas cavidades esbranquiçadas profundas
Carne: em forma de lâmina fina, frágil, elástica, esbranquiçada. Cheiro fúngico fraco e sabor doce
Esporada: Esporos elípticos, lisos.
Ecologia: Sob frondosas (encinas, sobreiros, choupos). Solos alcalinos.
Comestibilidade: Comestível
Lycoperdon perlatum
Morfologia: Balões brancos. Membrana exterior revestida de glândulas ou pérolas, facilmente desprendidos. Ao desenterrar o pé, ele assume o aspecto de uma pêra. Com a idade, a gleba branca e firme, torna-se uma massa espiral pulverulenta, muito escura, que ao pisar sai pelo orifício ou opérculo superior, em forma de densa fumaça de esporos lançados no ar.
Ecologia: Todos os tipos de florestas, com predileção por coníferas. Em todos os ecossistemas. Todas as estações.
Comestibilidade: Pode-se comer quando jovem, quando a gleba é branca, embora não tenha valor culinário.
Lactarius atlanticus
Morfologia
Chapéu: convexo a achatado e embudado (às vezes mamelonado), borda não estriada, incurvada, irregularmente ondulada
Dimensão: 4-8 ∅
Cor: vermelho tijolo
Cutícula: Cutícula brilhante, seca, um pouco rugosa, cor telha (vermelho-tijolo)
Látex: branco, aquoso, escasso, amargo
Lâminas: entre adnatas e um pouco decorrentes, anastomasadas (coladas entre si), cor amarelo-laranja
Pé: 5-10 cm , cor semelhante ao chapéu, cilíndrico, curvado, com a base característica por estar coberta de pequenos (1-3 mm.)
Carne: Carne esbranquiçada, cheiro desagradável de chicória, perceveje ou hera, sabor doce
Esporada: ocre-creme, esporos globosas, reticuladas.
Ecologia Sob carvalho, sobreiro. Matorral, floresta baixa. Climas atlânticos e mediterrânicos. Solos básicos.
Comestibilidade: comestível de baixa qualidade
Clavulina cf. cristata
Forma de um pequeno prego e é fornecido com uma crista ou penacho.
Carpóforo de tamanho médio-pequeno em forma de coral, de 2-5 de altura e largura variável (conforme sai isolado ou fasciculado).
Cor branca ou creme em tronco (curto, grosso, carnudo), ramos (cilíndricos, esmagados) e pontas (frágeis, em forma de dentes pontiagudos que formam pequenas cristas). Muitas vezes é parasitado por outros fungos que lhe dão tonalidades violeta.
Carne branca, escassa, quebradiço. Cheiro muito fraco e sabor suave com sabor final amargo.
Esporada branca.
Ecologia: Sob coníferas (pinus pinaster) e frondosas (alcornoque, chopo). Outono e Inverno. Frequente, mas pouco abundante. Em toda a Europa.
Comestibilidade: Não comestível geralmente, pode causar distúrbios gastrointestinais.
Produção sustentável de cogumelos
Existem várias técnicas de produção de cogumelos, sendo a maioria métodos simples que podem ser realizados em casa, de forma sustentável, com apenas alguns materiais. Os cogumelos mais fáceis de produzir são, por exemplo, o cogumelo comum, o ostra, o shiitake e o portobello.
Materiais:
Cogumelos
Recipientes - Frasco/balde/saco
Substrato - Borras de café/cartão/palha...
Faca
Álcool
Papel de filtro
Caixa ou saco preto
Procedimento:
Ferver o substrato (palha/cartão/borras de café) para o esterilizar.
Cortar os cogumelos em pedaços pequenos (1 cm).
Esterilizar o recipiente com álcool.
Após o arrefecimento do substrato, colocar uma camada no fundo do recipiente, seguido por alguns pedaços de cogumelo, repetir até metade do recipiente está cheio.
Cobrir frascos com papel, deixando alguns buracos para entrada/saída de oxigénio.
Guardar num local escuro e húmido, a cerca de 20ºC.