Dia dos fieis defuntos
(1 de Novembro)
1 Luís Filipe Santos (texto editado e adaptado).
– Fonte 2 In Alto Douro – Terra de vinho e de gente, A.L. Pinto da Costa, Edições Cosmos, 1997 (texto editado)
Dia de Finados ou Fiéis Defuntos(2 de Novembro)
“(…) O dia 2 de Novembro era o dia de Finados. De véspera ainda, as mulheres dirigiam-se ao cemitério para enfeitarem as suas campas, mausoléus ou jazigos com ramos, flores, panos e velas, em tigelas, círios ou castiçais.
Em Carlão (Alijó) colocavam lá também um vaso com água benta, para que os amigos do falecido que aí quisessem rezar pudessem aspergir o seu túmulo com uma ramo de oliveira.
Já no dia de manhã cedinho, havia na igreja um terno de missas pelas almas que ainda sofriam no Purgatório. Quase ninguém faltava. Em Larinho (Torre de Moncorvo) cantava-se, durante a derradeira missa, este cântico:
Triste dia em que o mundo
Deverá ser abrasado,
Por David profetizado,
Naquele abismo profundo.
Nem sois terra nem sois pó,
Nem sois cinza nem sois nada,
Sois uma triste caveira
Que o mundo traz enganada
Lá vai o juiz p’ró trono,
Lá vai dar sua sentença,
Ditosa daquela alma
Que tem feito penitência.
Abre-te, ó livro selado,
Onde tudo está escrito,
Lá não há-de escapar nada,
Nem o mais leve delito.
Pecador, que vais passando,
Reflecte bem como estou.
Eu já fui como tu és,
Tu serás como eu sou.
Concluído o terno, os participantes encaminhavam-se, em cortejo, para o cemitério paroquial. Era a procissão das Almas.
Em Vila Real, a procissão, que antes se fazia dentro do recinto do cemitério de São Dinis, começou em 1926 a fazer-se a partir da Sé e presidida pelo Bispo.
1 Luís Filipe Santos (texto editado e adaptado) – Fonte
2 In Alto Douro – Terra de vinho e de gente, A.L. Pinto da Costa, Edições Cosmos, 1997 (texto editado)
Chegados ao campo-santo, o sacerdote lia solenemente os responsos pelos falecidos. Para tal fim se colocava, em algumas terras, durante as missas, um pequeno cesto para recolher dinheiro para eles.
No fim da cerimónia, o povo rezava pelos seus defuntos.
Dizia-se em Coura (Armamar) que, no dia 2 de Novembro, as almas vinham pernoitar ao cemitério onde estavam sepultados os corpos que foram seus.
(…)” 21 Luís Filipe Santos (texto editado e adaptado) – Fonte
2 In Alto Douro – Terra de vinho e de gente, A.L. Pinto da Costa, Edições Cosmos, 1997 (texto editado)
Dia11 de novembro.
Este dia é uma das celebrações que marcam o outono, e a tradição exige celebrar-se a data com um magusto, que consiste em castanhas assadas. A tradição é tão popular que o Dia de São Martinho também é lembrado como o Dia do Magusto.
As pessoas costumam se reunir para celebrar a data comendo castanhas, o magusto, e beber o vinho novo, produzido com a colheita do verão anterior.
A lenda conta que certo dia, um soldado romano chamado Martinho estava a caminho da sua terra natal.
O tempo estava muito frio e Martinho encontrou um mendigo que lhe pediu esmola. Para protegê-lo um pouco do frio, Martinho rasgou a sua capa em dois e deu uma metade ao mendigo.
Nesse momento, o tempo aqueceu. A mudança no tempo terá sido a recompensa a Martinho, graças a sua bondade com aquele homem.
Por norma, na véspera e no Dia de São Martinho o tempo melhora e o sol aparece, tal como sucedeu com São Martinho. Este acontecimento é popularmente conhecido como o “verão de São Martinho”.
Martinho de Tours, São Martinho, nasceu em 316. Foi militar, bispo e tornou-se um santo padroeiro dos mendigos, alfaiates, peleteiros, soldados, cavaleiros, curtidores, restauradores e produtores de vinho. Faleceu em 397.
Por S. Martinho, semeia fava e o linho.
Se o inverno não erra o caminho, tê-lo-ei pelo S. Martinho.
Se queres pasmar o teu vizinho, lavra, sacha e esterca pelo S. Martinho.
No dia de S. Martinho, vai à adega e prova o vinho.
No dia de S. Martinho, castanhas, pão e vinho.
No dia de S. Martinho, com duas castanhas se faz um magustinho.
Dia de S. Martinho, fura o teu pipinho.
Dia de S. Martinho, lume, castanhas e vinho.
Pelo S. Martinho, todo o mosto é bom vinho.