SÓ NAS PEDRAS ME CONFESSO
SÓ NAS PEDRAS ME CONFESSO
only to the stone I confess myself
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© Ernesto Matos
A cidade adormece e eu assisto à sua metamorfose. Leva-me embalado com ela, para o outro lado da melancolia,
como para o outro lado da Lua, misterioso. Aqui, já aqui dentro, sinto as cortinas a descer, os círios a acenderem-se muito devagar
e os comediantes a iniciarem a encenação, essas almas taciturnas que dão silêncio à noite e hipnotizam as pedras da calçada.
A noite estava em seu pleno, chegou sem me pedir licença nem eu ter comprado o ingresso, mas não tive outra alternativa!
Resta-me agora usufruir o espetáculo até ao fim e pedir-lhe que me abrace mais uma noite,
até à última pedra da calçada que um dia a última noite com um gesto mágico iluminará.
The town falls asleep and I witness its metamorphosis. It carries me on its lullabies, to the other side of melancholy, as if it was to the other side of the Moon, the mysterious one. Here, downright inside, I feel the curtains going down, the wax-lights lightning up very slowly and the comedians starting up the beginning of the staging, those taciturn souls which bring silence unto the night and mesmerize the pavement stones. The night had reached its peak, it had come without asking me for permission, nor had I bought the admission ticket, but I had no other choice whatsoever! I have nothing left to do but enjoying the show until the end and ask it to hold me one more night, until the last pavement stone that, one day, will be lightened up by a magical gesture from the ultimate night.
© Ernesto Matos, in Calçada Portuguesa de Portugal - Sessenta e Nove Manuscritos. http://sessentaenovemanuscritos.blogspot.pt/
Exposição
50 Pedras pela Liberdade - A revolução passa pela calçada no Museu de Angra do Heroísmo
25 de abril a 12 de maio de 2024
O MUSEU DE ANGRA E AS 50 PEDRAS PELA LIBERDADE
Crónica de Mário Duarte no Diário Insular de 8 de maio de 2024
Entrevista pelas 50 Pedras pela Liberdade
Revista Penha, da Junta de Freguesia da Penha de França,
em Lisboa
Exposição e lançamento do livro na Galeria Espaço Imperfeito
50 Pedras pela Liberdade - a calçada portuguesa em revolução
29 de fevereiro a 9 de março de 2024
Exposição "50 Pedras pela Liberdade"
Er & Amigos
Associação 25 de Abril
De 18 de janeiro a 2 de fevereiro'24
Conversa com Ernesto Matos - Calçada Portuguesa
24 de novembro, 19h30
Espaço Imperfeito - Rua Coronel Luna de Oliveira, 2A - Lisboa
Revue Sigila, 51, primavera - verão 2023
"Diálogos secretos debaixo dos nossos pés. A calçada artística à portuguesa como suporte introspetivo"
Por Ernesto matos
Resumo
Muitos pavimentos urbanos portugueses são ainda executados com o processo de calçada, utilizando pequenos blocos de pedra de calcário ou de basalto, a popularmente denominada calçada à portuguesa. Em Portugal, ao longo de séculos, várias correntes ideológicas políticas, sociais ou religiosas haveriam de promover-se através deste suporte gráfico (que se tem mostrado eficaz e duradouro) à semelhança do que já tinham feito outros povos ancestrais. Mas o que nos querem transmitir esses signos, que histórias ou segredos nos contam esses conjuntos de pedras afeiçoadas nas palmas das mãos que em tapetes se vêm associando nas tonalidades de preto e branco, estendendo-se diariamente debaixo dos nossos pés, espelhando-se nos nossos olhos e refrescando a nossa mente ?
De nombreux pavements urbains portugais sont encore exécutés avec le procédé de la calçada, utilisant de petits blocs de pierre de calcaire ou de basalte, généralement dénommé calçada à portuguesa (la chaussée à la portugaise). Au Portugal, au long des siècles, divers courants idéologiques, politique, sociaux ou religieux ont été promus à travers ce support graphique (qui s’est révélé efficace et durable) à l’image de ce qu’avaient fait d’autres peuples autrefois. Mais que veulent nous transmettre ces signes, quelles histoires ou quels secrets nous racontent ces ensembles de pierres forgées dans les paumes de la main, qui se rassemblent comme des tapis dans les tonalités de noir et blanc et qui s’étendent quotidiennement sous nos pieds, se déployant sous nos yeux et rafraîchissant notre mémoire ?
Many stones paving Portuguese cities are still made by the process of “calçada”, meaning that small blocks of limestone or basalt are used. The process is generally called “calçada à portuguesa” (Portuguese-style street). Over the centuries in Portugal, various ideological, political, social or religious trends were promoted with the help of this graphic mode (which turned out to be efficient and lasting), following the example of other populations before them. But what is the purpose of these signs ? What are the stories or secrets told by these collections of stones that have been shaped by so many palms and that converge in hues of black and white as if they were carpets, stretching out every day beneath our footsteps, unfolding before our eyes and refreshing our memory ?
Convite
Para celebrar o Dia dos Açores, Joaquina Pires e Ernesto Matos, têm o prazer de convidar V. Exa.
a assistir à inauguração da exposição
70 anos de emigração portuguesa no Canadá - Pedras de Memória
Segunda-feira, 29 de maio, às 19 horas
Casa dos Açores do Quebeque. 229, rue Fleury Ouest, Montreal
Exposição 70 anos de emigração portuguesa no Canadá - Pedras de Memória
no restaurante Portus 360, dia 19 de junho 2023
A calçada artística à portuguesa presente em Curitiba
Palestra: 17 de março de 23
Faculdade SENAC Curitiba Centro
A calçada artística à portuguesa presente em Paris
Inauguração e palestra: 25 de fevereiro de 23
Exposição patente até 6 de abril 23
Cité Université International de Paris
Bd. Jourdan, 7
A nova calçada à portuguesa na Praça do Império
A calçada portuguesa a descer de nível no mesmo lugar onde se elevou à categoria de artista! Imagens de pormenor do que foi feito nestes anos de 2020 e inaugurado a 14 de fevereiro de 2023, comparado com o trabalho de 1940, revelam-nos a degradação de uma arte que já foi executada pela mestria das palmas das mãos!
Pedra de um tamanho exagerado, toda praticamente cortada ou “puxada” "ao quadrado" e onde o mais grave que desvirtua o conceito de calçada artística à portuguesa é a aplicação ali pelo meio dos painéis, de pormenores de mármores recortados à máquina! Os mestres que andaram por ali nos anos 40 do século passado, devem estar a dar voltas nos túmulos com o que se fez agora ali mesmo ao lado! Mesmo o Cottinelli Telmo que com tão brio executou aqueles desenhos e ali deixou implantar os inúmeros atributos pessoais dos mestres, coraria de vergonha ao ver ali colocado uma mixórdia de calçada portuguêsa e embrechado italiano mal aplicado. Somente as altas individualidades do poder institucional, que do chão nada percebem, no dia da inauguração aplaudiram este trabalho “para inglês ver!”. Pedras no chão, foi-se a Arte do Empedrar à Portuguesa! Parece que nem com os exemplos ali ao lado bem escarrapachados, aprendem!
Cadernos de Arte Pública
Vol 4/N1 dezembro de 2022
The artistic cooblestone at the 1998 Lisbon World Exhibition, a paradigmatic renewal in the Public Art panorama
A calçada artística na Exposição Mundial de Lisboa de 1998, uma renovação paradigmática no panorama da Arte Pública
Artigo crítico por Ernesto Matos
Um breve olhar pela Calçada Artística à Portuguesa
Palestra, dia 15/12/2022 - Instituto Français
Passear pel'A Calçada Artística nos Jardins do Palácio Marquês de Pombal
Visita guiada/palestra, dia 20/11/2022
A Calçada Artística Portuguesa com Doutoramento
Defesa, 22/09/2022
Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa
A Calçada Artística à Portuguesa no Estado Novo: Políticas culturais e urbanas entre 1926 e 1974
Ernesto Matos
Uma calçada desértica, uma calçada portuguesa na Expo 2020 Dubai
Em 2020 a pedra, de novo a ser carregada nos lastros dos nossos braços como representação da dureza e sacrifício que as costas de um povo carrega ao longo de gerações. Mas agora num lastro de calçada que deixou de ser artística, que deixou de pelo menos nos representar dignamente… mantendo-se no chão só para estrangeiro pisar, como se o calcário fragmentado, calcetado por arrumadores de pedra fosse a novidade deste século!
Onde está esse romantismo que se plantava à porta de cada edifício, da arte de Vilaça que ajudava a compor para os motivos da Av. da Liberdade, onde está o modernismo que Cottinelli que promoveu para a Praça do Império no grande labor das artísticas calçadas e dos artistas das calçadas, Telles no paisagismo urbano e ainda Nery, que trouxeram contemporaneidade às calçadas portuguesas do século XX?... Esses tempos em que a calçada artística ou também a dita de mosaico, rivalizava com as técnicas embrechadas italianas…
Pedras, são pedras, e muitas, pois claro! Como antigamente se dizia sobre os chapéus, “Há muitos!” Infelizmente agora a quantidade sobrepõe-se à qualidade… Nesta viagem tive ainda a esperança de ver aos pés do pavilhão português o que não vi em Paris de 1900. Uma calçada digna de artística à porta do pavilhão que representava o meu país…
Por um punhado de alguns milhares de quilómetros mais a leste, era interessante demonstrar nas areias dos desertos que a pedra facetada, malhetada, afeiçoada por mãos hábeis das gerações dos homens rudes e habilidosos como os antigos mestres de Fanhões, mostrassem às solas das gentes do mundo o quanto do brio este povo a oeste soube em tempos colocar, nesse aparelhamento das pedras embutidas no pó de pedra aguado, ao sabor de uma labuta milenar…
Mas que pedras tão tristes aqui... cimentadas e onde o traço do desenho não passa de um traço em linha que por ali se encontra perdido, ou a estrela de papel feita numa tinta embutida num leque importado, numa fita de plástico… ao menos olhassem o passado, ao menos inovassem com rumo ao futuro, sabendo nós, que os barcos também evoluem e os mastaréus o deixem de ser, os traquetes são agora movidos a combustível... mas as pedras que não deixem de ser pedras, de filhas das serras e das montanhas e as mãos não deixem de ser carinhosas e criativas, como tapetes de renda mágica aparelhada se tratassem para nos suportarem a alma.
Acabem com as calçadas mas não acabem com a cultura de uma arte feita com pedras da calçada.
Agora não nos venham falinhas brandas, sobre um tal Património, para enganar estrangeiros, para encher egos a alguns políticos ou calceteiros de secretária que este pavimento é uma tradição, quando a tradição foi também aqui arrumada por meia dúzia de ignóbeis ideólogos, arrumadores e coveiros de pedras da calçada artística à portuguesa nas areias de um deserto nas arábias.
Ernesto Matos
CALÇADA PORTUGUESA NA ÁUSTRIA
De 4 a 9 de maio de 2022 na localidade de Langenlois
Gartenbauschule
Formação em Calçada Portuguesa
Formadores:
Calceteiro Fernando Simões
Técnico Ernesto Matos
As balas atravessam-nos o corpo, dilacerem-nos a alma enquanto a matéria profunda continua o seu caminho. Loucos estes humanos que se pensam libertos da viagem.
Entendam que os corpos são a mais bela poesia de um intervalo cósmico onde a união das energias se agregou num instantâneo lapso fugaz, momento de descanso desta transição orbital e cosmológica. Aproveitem bem o recreio e deixem a matéria amar-se, não se desfragmentem por favor!
Er, abril, 2022
Numa rua de Lisboa, um sentimento anónimo sobre a Ucrânia, debaixo dos nossos pés
As palavras das pedras, dos poemas e das imagens
Ernesto Matos e Edgardo Xavier
Mar de Letras - RTP África
2 de março de 2022
Naves in Petris é um projeto editorial que aborda o tema da calçada artística à portuguesa através de uma linguagem poética que se estende para uma vertente gráfica e fotográfica. Para além de um tributo a esta prática de empedrar o chão e aos seus artífices, é também um levantamento feito às embarcações e suas derivantes que se encontram presentes neste tipo cultural de empedrado, aplicadas um pouco por todo o mundo. A escolha da linguagem poética para comentar as imagens fez-se através de várias perspetivas e numa multipluralidade visionária, onde António Correia e Er dão ritmo às ondas e às embarcações que os levam a navegar pelas ruas do destino onde as calçadas são o rumo para o futuro, também acompanhado por um conjunto de argonautas que se manifestaram ainda através de um artificium criativo onde a pedra da calçada foi a base para o início desta viagem.
CALÇADA PORTUGUESA - NAVES IN PETRIS - POETICA
Naves in Petris é um projeto editorial que aborda o tema da calçada artística à portuguesa através de uma linguagem poética indo para além da sua vertente gráfica e fotográfica. Para além de um tributo a esta prática de empedrar o chão e aos seus artífices, é também um levantamento feito às embarcações e suas derivantes que se encontram presentes neste tipo cultural de empedrado, aplicadas um pouco por todo o mundo. A escolha da linguagem poética para comentar as imagens fez-se através de várias perspetivas e numa multipluralidade visionária, onde António Correia e Er dão ritmo às ondas e às embarcações que os levam a navegar pelas ruas do destino onde as calçadas são o rumo para o futuro, também acompanhado por um conjunto de outros argonautas que se manifestaram ainda através de um artificium criativo onde a pedra da calçada foi a base para o início desta viagem.
Projeto de 284 páginas no formato de 165X230mm
Pedidos e informações sobre este livro: sessentaenovemanuscritos@gmail.com
Naves in Petris no programa Preço Certo da RTP 1, onde o apresentador Fernando Mendes o mostra após oferta de um concorrente de Fanhões. Março de 2022.
Revista de Marinha, março/abril de 2022
António Correia, poeta, contista e romancista com extensa obra publicada em Macau, Portugal e Brasil, e Ernesto Matos, designer gráfico e fotógrafo, mas também poeta, juntaram-se para dar à estampa esta obra de arte, muito original e interessante, feita de imagem, poesia e pedra, a que deram o nome de “Naves in petri, calçada portuguesa”.
Convidaram amigos e com eles reuniram numerosos poemas, glosando o Mar, Portugal, os Descobrimentos, viagens, navios, amor, sonho e identidade portuguesa, que para sempre permanecem desenhados e esculpidos em pedra no trabalho de arte da calçada portuguesa em tantos locais do mundo.
Folheando o livro ao acaso, ou olhando com atenção cada imagem, lendo e relendo cada poema, sem uma ordem exata, de trás para a frente, ou da frente para trás, é impossível não sentir um irresistível desejo de sair para a rua e deambular com um olhar novo, agora mais atento à formosura da arte a nossos pés, presente na calçada portuguesa tantas vezes por nós pisada à pressa e distraidamente...
Como nos diz o Cte. Ricardo Silva Inácio no seu prefácio, “(...) é por demais evidente que em quase tudo o que de grande fazemos (ou fizemos) o mar está presente. A calçada portuguesa não é exceção!”
O próprio autor António Correia, falando sobre a génese deste livro, no seu prelúdio, confessa que “(...) primeiro nasceu a luz do Mestre Ernesto e, dela, veio a imagem que foi convite irrecusável à oração da ideia de navegar sobre as ondas do sonho da viagem havida e por haver. Tantos barcos nas calçadas e eu que os não via e passei a ver(...) a muitos deles voltei para que meus pés (os) beijassem com paixão e não mais os calcassem com indiferença(...).”
Também Mestre Ernesto, logo de início, nos interpela, filosoficamente, “O que seria da vida sem a viagem?” e falando das várias “viagens” possíveis, no interior e exterior do ser humano, fala-nos também dessa viagem “(...) nas pedras da calçada, na artística, na portuguesa, que dá afinal corpo às caravelas que desbravaram mares nas rotas incertas dos oceanos, vencendo distâncias(...)”. Aqui nos revela ainda um enorme saber técnico não só de náutica, como de tudo o que diz respeito ao trabalho artístico da pedra de calçada. E conta-nos que “(...)as embarcações em calçada artística começam a surgir, principalmente, em Lisboa nos anos da década de 1930, (...) nas comemorações centenárias promovidas pelo Estado Novo (...) (e) na perspetiva de salvaguardar a memória, a pedra é, por esta forma, um dos suportes para a passagem do conhecimento e ainda, como que uma alavanca para o progresso (...)”.
E assim, ao longo destas páginas, encontraremos diferentes imagens ao lado de vários tipos de poesia, desde uma singela “Homenagem ao mestre calceteiro” de Maria Francília, (“Vai na rua o calceteiro/a escrever versos no chão/cuida a pedra o dia inteiro/ com amor parte-as à mão(...)/ e deixa poesia viva/que o homem despreza e pisa(...)”, às encantadoras “Quadras soltas na calçada” de Jorge Castro (“...veja lá tenha cuidado/ao poisar seu pé no chão/pois que as pedras da calçada/foram bordadas à mão...”), passando pela poesia mais profunda e intelectual dos dois autores, alternando qualquer deles com laivos de sentimental candura, como quando António Correia escreve “caravela a navegar no chão/ e o banco à minha espera/para a tocar com a mão”, ou “ em que pensa o poeta, ao ver o mar/ com os pés a beijar o barquinho/ desenhado na calçada?” ou ainda, por exemplo, quando Mestre Ernesto escreve “Teus lindos pezinhos como lilases/ dão realce e cor a este chão/ mas as pedrinhas nele sobrepostas/ acordam a chama do meu coração(...)”.
São 264 páginas acompanhadas por 264 imagens, todas identificadas, reunindo belas fotos de tantas ruas e locais do nosso Portugal continental, dos Açores e Madeira, Brasil e Macau.
Ao longo de toda a obra perpassa o convite a reaprendermos a andar com um passo mais lento, mais grato e mais atento, olhando a calçada que pisamos, fruto do trabalho de tantas gerações de anónimos calceteiros, “os esquecidos construtores de pétreas naves que pisamos, tantas vezes sem olhar, quase sempre sem ver...” e que à custa do seu suor, “... esculpiram a pedra, de cócoras, ao sol, à chuva, ao frio, à canícula, em dias sem tamanho, modelando barcos de tantas viagens que nem em sonhos fizeram...”.
Parabéns aos seus autores, António Correia e Ernesto Matos, a quem desejamos muito sucesso, assim como aos seus vários patrocinadores, por permitirem a todos nós e à Revista de Marinha, o acesso a uma obra tão original e interessante.
O livro está à venda por 24,80€ na livraria online Wook e no circuito comercial das livrarias. Para mais informações contactar a Editora “Mythus de Er”, e-mail sessentaenovemanuscritos@gmail.com.
Exposição Pedras da Liberdade
Fundação Saramago / Lisboa
Abril'21
Jornal Público - Fugas
27 março 2021, p. 10-11
Evolução -Curitiba F6001 - Ernesto Matos
Art/archaeology | Arte e arqueologia nas pedras da calçada
projeto de Doug Bailey
A cultura popular na pavimentação artística da Praça do Império
na Exposição do Mundo Português, de 1940
Link:
Revista Boletim de Minas
Vol. 54, 2019/2020
Labyrinthus in Petris
A calçada portuguesa nos percursos da ancestralidade
Ernesto Matos
Exposição "Arte na Calçada"
A "Arte na Calçada" é uma exposição de Ernesto Matos e amigos dedicada (tal como o próprio nome indica) à arte aplicada na calçada portuguesa. Nesta exposição estão ainda incluídas as obras de arte de alguns artistas de Montalegre que participaram mostrando a sua criatividade e, na sua maioria, inspirando-se em temas de Barroso.
Esta exposição está patente no Ecomuseu de Barroso - Espaço Padre Fontes, em Montalegre.
https://pt-pt.facebook.com/pg/ecomuseu/photos/?tab=album&album_id=3973303059349302&ref=page_internal
15 de janeiro a 14 de março de 2021
Fotos: Ecomuseu de Barroso
Ao amigo do coração, Zé da Clara
1937 Pintéus (Loures) 2020 A-das-Lebres (Loures)
Calceteiro de profissão, mestre de coração!
Ao longo da sua carreira profissional teve o gosto de se ir aperfeiçoando, e nomeadamente com o instinto também de aprendizagem, pois seria graças aos muitos mestres calceteiros com que ele confraternizou e trabalhou, que desenvolveu a arte e perícia de manipular e afeiçoar na palma das suas mãos essas pedras que nos dão hoje a sustentabilidade de caminharmos pelos passeios tatuados com a carga cultural das gerações que falam a língua portuguesa.
Foi com orgulho que o ouvimos falar dessa aprendizagem, dos seus mestres, também, que o fortaleceriam para o futuro ou mesmo da responsabilidade perante os fiscais municipais que o obrigavam a não se vergar e a desenvolver a arte de um sustento. Um legado passado, embora duro, como a pedra, mas eterno por sua vez.
Homem das artes no seu pleno, do desenho à anedota, da simpatia à alegria, de saber receber, não só com as pedras da rua mas também com as pedras da sua porta que se mantinha aberta como o seu coração, para os que pela calçada tinham paixão.
Tantas vezes nos abriu o seu coração que este se eternizará de pedra, sem dúvida! De pedra te tornes, onde quer que estejas, para que sejas, eterno também, nos nossos corações.
Obrigado pela companhia e sabedoria que nos transmitiste durante a tua vida.
Ernesto Matos
Novembro de 2020
45 Pedras da Liberdade
Liceu Camões, 9 de novembro de 2019
Integrado no 2º Fórum Liberdade e Pensamento Crítico
Calçada Portuguesa na Universidade do Algarve
Biblioteca do Campus da Penha
Até 31 de outubro de 2019
Também com a participação do mestre Zé Fernando,
no dia da palestra, 9 outubro de 2019
Dois coelhinhos em calçada iluminam Macau
O Festival Internacional de Lanternas Urbanas já vai na 4a edição. Aqui não há betão mas estruturas super ligeiras contra tufões.
Inaugurada a 13 de setembro. A Festa da Celebração da Lua, vai na sua 10ª edição, e é no pátio do atelier do Arqtº Carlos Marreiros
e já é a mais bonita e popular festa do género em Macau, por ocasião da festa do Bolo Lunar. A exposição de lanternas” Carlos Marreiros e Amigos” já vai na 15ª edição e é internacional também.
A exposição contem nesta edição com duas peças em calçada portuguesa, feitas pelo Designer Ernesto Matos.
Uma delas, uma lanterna onde consta no seu interior um coelho, uma introspeção às profundezas do nosso eu, da nossa luz interior,
da luz que se reflete das próprias pedras e elementos da calçada que pisamos diariamente. Vale a pena espreitar, desfrutar da luz dos nossos passeios.
Fotos de Arqto. Carlos Marreiros
Cerveja dedicada a Fanhões Capital do Calceteiro
A Páscoa de 2019 trouxe-nos uma novidade, não mais uns ovos achocolatados embrulhados em folha de alumínio prateado
com formas de coelhinhos, mas desde Abril uma nova cerveja embrulhada num rótulo dedicado a estes
profissionais da pedra das nossas calçadas. Deixem por favor este ano os coelhinhos em paz,
procurem as "bejecas à calceteiro", mas bebam e martelem com moderação, há para todos, bastas procurá-las
no sítio certo, Fanhões!
O Presidente da Junta de Freguesia de Fanhões, Jorge Simões a mostrar a novidade ao mestre calceteiro Zé da Clara
O mestre Zé da Clara a olhar para uma garrafa na sua galeria
E por ela própria já caminhou até Lisboa, para se refrescar nas ondas do Rossio...
com uma estrela/assinatura do mestre Fernando Simões
... e balançar nas Cordas Entrelaçadas dos Restauradores
Uma cerveja à calceteiro para dar força ao martelo!
Scriptum in Petris Presidencial
A coleção Scriptum in Petris conta já com a participação do mais alto chefe da nação portuguesa,
uma pedra da calçada assinada pelo Presidente da República Portuguesa
Prof. Doutor Marcelo Rebelo de Sousa.
O nosso bem haja ao Presidente dos Afetos!
Exposição “Arte da Pedra”
Junta de Freguesia de Fanhões (Loures)
Com pedras de artistas realizados por população de Fanhões
e pedras da coleção de Ernesto Matos
De 16 de novembro a 21 de dezembro de 2018
De 2ª a 6ª feira: das 8h30 às 12h30 e das 14h00 às 18h00
Largo da Igreja 2670-709 Fanhões
A vertiginosa caminhada da evolução, das calçadas e da vida. Do fogo à pedra, da pedra ao fogo lançados num foguetão de papel.
"A evolução - Curitiba F6001"
Ernesto Matos, 2018
Pedra de basalto e pedaço de um chip
Palestra e exposição Calçadas Portuguesas - Petit pavê
A arte sob os nossos pés
29 de agosto, às 18h30
Local: FAE Business School
Curitiba - Brasil
Ações de desenho em sala na FAE
Ações de fotografia nas ruas de Curitiba
Com o Arquiteto Key Imaguire Junior
Curitiba e as suas calçadas espelhadas
Ernesto Matos e o público assistente pelas ruas calçadas de Curitiba
Ernesto Matos e o Arquiteto Key Imaguire Junior
Exposição
Calçada Portuguesa e de pedras de artista
Scriptum in Petris
Évora Monte - de 4 de agosto a 22 de setembro'18
Os artistas Sérgio Matos e Adriana Oliveira
Uma sessão exterior de autógrafos com pedras da artista Letícia Larin
Livro
Calçada Portuguesa - Scriptum in Petris
Ernesto Matos
Sessenta e Nove Manuscritos
Projeto literário que aborda o tema da calçada portuguesa através das suas pedras como formas de arte, como forma de interpretação e diálogo com elas próprias em que cada
interveniente convidado manifestou-se livremente e dando à pedra algo de si, tal como as pedras nos dão as suas formas, a sua dureza, a sua beleza, o seu mistério,
ou o seu corpo para que diariamente nos transportem nesta passagem in sic transit gloria mundi.
Foram para este projeto convidados vários artistas plásticos de renome nacional e internacional, bem como algumas escolas do país e gente, gentes
que aceitaram o desafio de se "confessar", afinal, numa simples pedra da calçada.
180 páginas, 20 X 20 cm
Alea jacta est
Na Agenda Cultural de Lisboa https://agendalx.pt/2018/07/20/os-livros-de-agosto/
A Calçada Portuguesa e o Fado, ligados no Rossio
Com pintura de Leo Ferreira
Coleção de 24 postais Calçada Portuguesa Lux Platearum - 2018
Fotos de Ernesto Matos - Pinturas de Teresa Portela - Textos de António Correia, Ernesto Matos, Purificação
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Apoio: ACDPrint
Revista Macau, dezembro de 2017
Uma calçada, duas culturas
O fotógrafo Ernesto matos esteve em Macau para apresentar duas novas obras
sobre a presença da calçada portuguesa no mundo.
À MACAU, o autor destaca a interculturalidade dos
"tapetes rendilhados" nesta região asiática.
Por Catarina Domingues
Com visita de Ernesto Matos à comunidade
Calçada Portuguesa em destaque
Jornal Lusopresse, (Montréal - Québec - Canadá) de 23 de novembro de 2017
Exposição | Exibithion
Universidade de San Jose
Exposição de fotografia de Ernesto Matos "Calçada Portuguesa no Mundo"
Biblioteca Dr. Martin Luther King Jr.
De 2 de dezembro'17 a 30 de janeiro de 2018
Ilha do Pico, Lages, Museu dos Baleeiros
exposição de fotografia de Ernesto Matos e de pedras de vários artistas
incluindo cerca de 150 pedras trabalhadas por alunos de 3 escolas desta ilha
até 18 de novembro'17
Para quem andar por Macau, exposição de fotografia de Ernesto Matos, pintura de Teresa Portela e poesia por António Correia
12 de outubro'17
A calçada portuguesa no mundo e Ernesto Matos em Portugal Desconhecido, Canal História
Livro Calçada Portuguesa - LUX PLATEARUM
Ernesto Matos - António Correia
São, agora dois os autores que se debruçam sobre este tema, Ernesto Matos (fotógrafo, investigador e designer) e António Correia (poeta, contista e novelista).
Ambos os autores fazem um périplo pelas melhores calçadas a nível mundial, dão-lhes ritmo, dão-lhes luz através das lentes e das palavras escondidas no meio das pedras, no meio de nós.
Conferência A Calçada Portuguesa no Mundo
por Ernesto Matos
Museu Oriente 24 de março 2017
Calçada Portuguesa no Mundo em 21 postais
De Lisboa ao Hawai e ilhas do mundo
Por Ernesto Matos
Calçada portuguesa numa volta ao mundo através de 20 pacotes de açúcar da Delta Cafés.
Nada melhor que despertar com um bom café logo pela manhã
e dar a volta ao mundo pelos caminhos deixados pela cultura nacional.
Com imagens de Ernesto Matos, de Lisboa a Honolulu, de São Miguel a Macau...
2016
http://jtm.com.mo/local/calcada-portuguesa-mais-doce-nunca/
CALÇADA PORTUGUESA MAIS “DOCE” DO QUE NUNCA
28 OCT, 2016
De manhã, depois do almoço ou ao final do dia, apreciar a calçada portuguesa passou a estar na palma da mão dos amantes de café e, sobretudo, dos que gostam de o beber com açúcar.
Esta oportunidade é oferecida pela Delta Cafés, em parceria com Ernesto Matos, autor da obra “Calçada portuguesa no mundo”
Catarina Almeida
Depois de ter lançado o livro “Calçada portuguesa no mundo”, Ernesto Matos avançou para mais uma iniciativa de divulgação daquele legado tão tipicamente português.
Presente em todo o mundo, a beleza da calçada portuguesa pode ser apreciada literalmente na palma da mão, a qualquer hora do dia, desde que se esteja a beber café e se adicione açúcar.
“Após ter colaborado numa emissão de selos dos CTT, também com a temática da calçada portuguesa apresentei um projecto à Delta Cafés no sentido de mostrar a um público mais
abrangente a beleza que se encontra debaixo dos nossos pés”, contou Ernesto Matos ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU.
Durante dois meses, em 20 pacotes de açúcar estão representadas fotografias de calçada portuguesa captadas por Ernesto Matos na Europa, África, América e Ásia, incluindo Macau.
“A China está representada com a imagem de Macau, que também saiu em pormenor no selo dos CTT e tem estado representada nalgumas das exposições que tenho feito”, explicou o designer.
No que respeita ao território, estão a circular pacotes de açúcar com dois calceteiros que ajudaram a embelezar as ruas de Macau com a calçada portuguesa. “O pacote de açúcar com
dois calceteiros, dando assim alguma visibilidade a estes artífices, mostra o Fernando Simões (residente actualmente em Macau) e Manuel Barbosa, aquando numa calçada no Qatar, e que t
rabalhou muitos anos em Macau, sendo um dos que elaborou, além de outros locais, o Largo do Senado. Ambos os calceteiros ensinaram muitos trabalhadores macaenses”, sublinhou.
Lonha Heilair e Ernesto Matos durante a abertura da exposição e da palestra Calçada Portuguesa no Mundo
n'A Voz do Operário, dia 8 de outubro de 2016
A Voz do Operário acolhe a exposição “A calçada portuguesa no mundo”. Na inauguração, uma palestra seguida de debate, revelou que a arte de “tecer tapetes com pedras” está presente em praticamente todo o mundo, levada desde o início do século passado por portugueses. Imortalizada numa canção de Ary Barroso, “Aquarela do Brasil”, inspiradora
de filmes de Walt Disney, a calçada portuguesa tornou-se mundialmente conhecida por revestir o calçadão de Copacabana, Rio de Janeiro.
Poucos são, porém, os que conhecem a origem de “partir pedras” para decorar passeios e praças. Ernesto Matos, designer gráfico, percorreu mais de um século em imagens e muitos milhares de quilómetros para descobrir a calçada portuguesa em locais tão distantes quanto Malaca, Newark e Macau e em outros mais próximos como Sevilha e Barcelona.
Com vários títulos publicados sobre a calçada portuguesa, Ernesto Matos acaba a revelar que esta é, mais do que o fado ou o cante, a presença artística portuguesa mais antiga e mais espalhada pelo mundo. Daí que questione: “calçada portuguesa património da humanidade?”.
Presente no debate, Lonha Heilmair, sócio de A Voz e co-autor com Ernesto Matos do livro Homines Petrae que conta a arte de “bordar o chão” através das pedras extraídas nas pedreiras de Fanhões, concelho de Loures, e do artista Mestre Zé da Clara, habitante de Fanhões e calceteiro toda a vida, insistiu na necessidade de preservar esta arte que é “muito diferente de colocar pedras brancas ao longo dos passeios”. Com críticas à falta de rigor e qualidade com que hoje Lisboa, berço da calçada portuguesa após o terramoto de 1755, trata as suas calçadas – “espalhando pedra branca até onde outrora estava preta” – Manuel Barbosa, calceteiro que ainda vai dando formação pelo mundo fora, anota que há “mais qualidade no trabalho que é feito fora do que no que é feito dentro. Cá, querem tudo rápido e depressa”, ao que o Mestre Zé da Clara acrescenta: “cá a calçada portuguesa vai-se perdendo por interesse e por incúria. Vai como vai o resto do mundo”. “A calçada portuguesa no mundo” está exposta na sede de A Voz do Operário até ao dia 21 de outubro.
Calçada Portuguesa no Mundo na Califórnia e na RTP Internacional
http://www.rtp.pt/play/p2116/e249667/hora-dos-portugueses
14 fotografias de Ernesto Matos
para edição de selos Calçada Portuguesa
CTT 2016
Livro
Calçada Portuguesa no Mundo - Stellis Undis Contactis
The Portugueses Cobblestone in the World
por Ernesto Matos
Este livro mostra o lado metafísico e filosófico de analisar as calçadas, inclui aliás nomes como Frederich Nietzsche, Lena Vesica, António Correia, Brites Inácio e outros escritores e poetas
que abordaram as calçadas de uma forma diferente, fazendo metáforas através das suas palavras. Foram convidados calceteiros, arquitetos, artistas e até o homem que faz os martelos.
Foi-lhes dada assim voz, alma e corpo. Existe também um sentido muito crítico do que se está a passar atualmente, o artista Rigo afirma mesmo que "pisar betão é um crime".
Visões importantes que fazem acordar as pessoas, alertando-as sobre a beleza do chão que pisam e estarão prestes a deixar de a pisar.
As histórias que são contadas pelas pedras da calçada
Jornal Tribuna de Macau
1 junho 2016
Calçada Portuguesa no Mundo - Stellis Undis Contactis na Agenda Cultural de Lisboa
http://www.agendalx.pt/literatura/calcada-portuguesa-no-mundo-0#.V3-7WdIrIdV
"Herança e beleza a nossos pés"
Jornal Metro edição Lisboa 27 de julho 2016
http://www.readmetro.com/en/portugal/lisbon/20160727/
Calçada Portuguesa em Macau inspira livro e documentário sobre a calçada no mundo
a lançar em breve
http://jtm.com.mo/local/calcada-portuguesa-de-macau-em-livro-documentario/
Largo do Senado em Macau
Livro sobre a calçada Calçada Portuguesa de Ernesto Matos já se encontram à venda na Livraria Portuguesa de Macau
Rua de S. Domingos, 16-18 澳門板樟堂街16-18號地下
Macau
+853 2851 5915
A minha homenagem aos Homines Libertatis que nos deixaram em Paris a 7 de janeiro de 2015
Je Suis Charlie em calçada portuguesa
Ernesto Matos
Livro "Fanhões Homine Petrae"
Por Ernesto Matos e Lonha Heilmair
Sessenta e Nove Manuscritos' 14
152 pág. Capa dura
Homines
Substantivo masculino no nominativo do plural
Gloriosa espiral que rodopia em catadupas e sequências sobre as misteriosas partículas de todas as letras do alfabeto quântico. És pai e mãe de todas as fábulas e fábrica de todas as cores e ainda inventor dos dias e das noites e das horas do teu sentido de eternidade fictícia que tanto queres conquistar, quanto Vulcano que martela o ferro na busca da obra perfeita, quanto tu, ó calceteiro, que malhas na pedra para construíres o teu caminho, que te levará ao encontro de ti próprio na mais profunda poeira desse caminho cósmico que não deixas de edificar.
Petrae
Substantivo feminino no genitivo do singular
Fragmentos de sonhos que os corais deixaram nestas colinas de areias douradas e que o sol acariciou nas longas manhãs de céu claro e pelos prolongados beijos e abraços fraternos que as ondas compactaram nessa grande planície subterrânea. Estás assim renascida para os meus olhos e para o meu caminhar por esta terra bendita, outrora horizonte paradisíaco de palmeiras e safiras, de anémonas e sereias reluzentes e agora, agora a serra eleva-se sobre ti para além do mar e do rio ao encontro da Lua e das muitas outras Luas de Saturno.
Lena Vesica
Livro "Fanhões Homine Petrae"
destacado na Agenda Cultural de Lisboa, fevereiro de 2015
Exposição Calçada Portuguesa no Mundo
Ilha Graciosa - de agosto a outubro'14
Livro "Graciosa - Calçada a Mosaico" | Graciosa Island - Paved in Mosaic
Por Ernesto Matos
Sessenta e Nove Manuscritos' 14
152 pág. bilingue - Capa dura
Com textos e poemas de Almeida Garrett, Ana Matos, António Pedroso, Ernesto Matos
Francisco Moniz Bettencourt, Morihira e de Pedro Miranda Albuquerque
Vista do Toledo, na ilha de São Jorge, a Graciosa parece um animal marinho emergido para respirar à flor das águas. Ilha de relevo doce e manso, contrastando com o relevo
das demais ilhas suas irmãs, espraia rente ao azul profundo do Atlântico os matizados tons verde-pálidos da vegetação que acaba por raiar o louro na estiagem.
Ilha estirada, ilha ao Norte, ilha branca, fugida ao rebanho das ilhas, um pouco fora das rotas estreladas e do bulício do comércio das ilhas, aparenta ser a mais singela,
a mais brindada de sol e assim foi nomeada de graciosa ilha, a Graciosa.
Visitar a Graciosa é tomar contacto com a realidade atrás descrita, experimentar um lugar fora do tempo, um animoso lugar de beleza simples e pacifica que aguarda
a descoberta dos seus singelos mosaicos e das calçadas desenhadas e embutidas como se fosse pela mão de um genial pintor ou de um esmerado escultor.
O livro – nas fotografias e nos textos – fala-nos desta ilha e desta sensibilidade: a ilha palmilhada pelo Ernesto Matos, visitada pela sua inconfundível objetiva, por vezes
em fotos retalhadas como pedras colocadas ao lado umas das outras; a ilha sentida por dentro e sugerida nas palavras dos poemas e dos poetas inscritos nas páginas
simples do livro a esta graciosa ilha dedicado.
Seen from Toledo, on São Jorge Island, the Graciosa Island resembles a sea creature emerging to breathe on the surface of the waters. With its smooth and gentle relief,
Graciosa sets itself apart from its sisters by stretching the nuanced pale-green colours of its vegetation, turning goldlike during the drought, against the deep blue of the Atlantic Ocean.
This white, northern and stretched island, escaped from the flock of islands, slightly out of the celestial routes and the agitation of the maritime trade, appears to be the most simple and sunny of all.
It was therefore named the gracious island, the Graciosa
To visit Graciosa is to contact with the above described reality, to experience a place beyond time, a vivid land of simple and peaceful beauty
that awaits the discovery of its mosaics and inlaid paved drawings, as if handmade by a brilliant painter or diligent sculptor.
This book – in its pictures and texts – talks about this island and this sensibility: the island covered by Ernesto Matos, seen through his unmistakable lenses,
sometimes in chopped pictures like stones placed side by side; the island felt from within, and suggested by the poems and poets included in the modest
pages of the book dedicated to this gracious island.
© Lena Vesica
http://www.agendalx.pt/literatura/graciosa-calcada-mosaico#.U_3U8sVdW-k
Artigo fotográfico para revista do Jornal de Leiria, julho 2014
Homenagem ao Calceteiro Português
Design de Ernesto Matos
Portfólio Calçada Portuguesa nos Açores
Revista de bordo Sata / Azorean Spirit
março / abril 2014
Trajecto pela calçada portuguesa – Oeiras - Portugal
Em cada passo uma distância no tempo,
em cada pedra fragmentada mil outras vivem dentro de mim
para mostrarem o caminho que me falta percorrer
numa corda cada vez mais curta
que se vai desenrolando a caminho do céu
local de todos os encontros ... estas pedras e eu e tu
também aqui fragmentada
na construção do teu corpo, da tua alma
perdidos neste espaço longínquo
que se abeirou um dia de mim.
Uma flor para ti, doce princesinha. © Ernesto Matos
Selo CTT "Donzela de Pedra" impressão 2012 - Imagem de Ernesto Matos
Lisboa
Deslumbramento
Abro a janela, a minha janela ocular, todos os dias. Mas nem todos os dias a minha janela se abre no mesmo lugar,
por isso se fizeram os dias, os dias diferentes, e cada dia é um dia, tal a minha janela que abre cada dia num dia e
lugar diferente. Hoje abriu-se aqui e ontem abriu num lugar que guardei, já nem sei onde, anda por ai, se me recordar dir-vos-ei.
A minha janela abre sonhos, que guardo incessantemente no quarto da janela. Só quando durmo é que fecho a janela para
abrir a porta do quarto que dá para a arrecadação. Ó, e que arrecadação! É maior que a ampla visão da janela, pois lá
cabem todos os sonhos que a janela me deu nesses abre e fecha constantes. A janela não passa de um sonho, mesmo
toda aberta que ela esteja. O processo é simples, são somente fragmentos de não sei de quê que entram por ali a dentro
e depois empurro-os para a arrecadação e disso vocês fazem um mistério, dão-lhe nomes e mais não sei o quê,
com deuses importantes e tudo, mas eu acho isso tão banal e etéreo que nem ligo, talvez alguém um dia ligue, mas
duvido que haja alguém lá mais para a frente, mais lá para a frente, quero eu dizer. Entretanto restam-me estas linhas,
traços, pontos, simulação de cores, grinaldas em espirais entrelaçadas em ferros forjados, embebidos na calçada do
deslumbramento de uma janela aberta num pestanejar. À noite sim, é que vai ser viver de novo o mundo verdadeiro!
© Ernesto Matos
Funchal - Portugal
Viseu - Portugal
Angra do Heroísmo - Ilha Terceira. Portugal
- A pedra é negra, tão negra que os meus olhos não alcançam esse poço sem fundo,
mas o branco sobressai com tanta energia vinda do céu que quase estremeço,
a pedra negra é tão negra e tão bela que me deixa dançar no seu leito.
© Ernesto Matos
Horta - Ilha do Faial. Portugal
Maputo. Moçambique
- A entrada do Museu Nacional de Arte, com tapete de influência Maconde, de Cabo Delgado
Projecto em parceria com a Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto
Ilha de Moçambique - Moçambique
- Vista da praça onde se encontra a estátua de Vasco da Gama, a partir da torre sineira do Palácio de São Paulo
Cidade de Pedra e Cal
Ponta Negra - Ilha Terceira - Açores - Portugal
projecto gráfico de Ernesto Matos
(do livro Calçada Portuguesa no Mundo - per orbem terrarum et marem vastum)
Lisboa - Portugal
Matosinhos - Portugal
"Cidade de ruídos virginais
As suas pessoas vagueando pelas ruas
Que dançam verticais
A calçada pisada, a calçada sentida
Uma euforia secreta, imperturbável
Olhos fechados por dentro para ninguém ver
Ser invisível para invadir"
© Patrícia Andrade, in Cidade (parte II) Sinistro & Patrícia Andrade (CD)
http://www.youtube.com/watch?v=smshM3mUUmk
Lisboa - Portugal
Sesimbra - Portugal
Onde os olhos do gatos se abrem como o nascer do sol e as pedras brotam flamejantes partículas do céu e eu, observador de gatos,
e de pedras adormecidas nos caracóis doirados de Ouroboros.
© Ernesto Matos
Tenerife - Espanha
Angra do Heroísmo - Portugal
Um trajecto pela calçada portuguesa - Pequim - China
(do livro Calçada Portuguesa no Mundo - per orbem terrarum et marem vastum)
Bocage nas terras de Gêngis Khan
Que caminhos são estes que nos direccionam por labirintos mitológicos e que universo é este que silenciosamente também caminha por passeios
de pedra consistente, elaborados nos confins da nossa consciência?
Que coisa é esta de levar tudo atrás de nós? Levamos connosco o cão, o gato, os pastéis de nata, as formas floreadas das janelas para o sol entrar,
a calçada para receber os amigos, as cores alegres nas fachadas de azulejos que reflectem a luz numa sensação primaveril… a poesia que o fado declama pelas
ruelas de uma saudade exasperada em qualquer ponto do mundo... © Ernesto Matos
S. Salvador da Bahia - Brasil
(do livro Calçada Portuguesa no Mundo- per orbem terrarum et marem vastum)
Farol, iluminante destino da terra erguida, vencida ao mar. Passeios, conquistas em poéticas rimas
aclamadas por conquistadores do oceano de culturas musicais.
- Pela Barra adiante, depois da Av. Atlântica, Iemanjá…
San Francisco, California. EUA
Tenderloin National Forest
Trajecto pela calçada portuguesa – Shanghai - China
- Em redor do Pavilhão de Macau, representado na Expo Shangai 2010
Florianópolis - Brasil
Ergue-se da terra a tua alma, ilusionista do lápis! Quem te olha, agora esculpido na pedra vê-te germinar em longos traços de geometria solta,
libertas chamas de euforia que nem o tempo apagará. Ao poético desenhador de Florianópolis, Hassis.
Rossio - Lisboa - Portugal
Mirandela - Portugal
Newark. New Jersey. EUA
Interior do Restaurante Vila Nova do Sol Mar
Amarante - Portugal
Porto - Portugal
(do livro Calçada Portuguesa no Mundo - per orbem terrarum et marem vastum)
Praga - República Checa
(do livro Calçada Portuguesa no Mundo - per orbem terrarum et marem vastum)
Mas que praga! O béu-béu atrevido, atiçado vai esganiçando debruçado, tal rebuçado enervado,
quando mastigado e atirado ao passeio.
© Ernesto Matos
Lisboa - Portugal
(do livro Calçada Portuguesa no Mundo - per orbem terrarum et marem vastum)
Mundos por baixo dos meus pés, mundos de cultura ancestral que nos conduzem num breve olhar pela cidade.
Gregas, liras, contrastes revolvidos
em diáfanas maneiras esvoaçantes que me absorvem a cada instante de percepção visual.
A cidade mítica que se passeia na ancestralidade, mesmo aqui em baixo, dos nossos pés que levitam aereamente.
Do eléctrico 28 na Rua da Conceição
Macau - China
(do livro Calçada Portuguesa no Mundo - per orbem terrarum et marem vastum)
Embalado eu neste quintal, vejo o sol e invento o mundo a passar no meu movimento circundante, debaixo das
energias cósmicas observo explosões momentâneas e registo-as em processos também fugazes.
Delirantes sensações de mentiras líricas, fazedoras de sonhos, etéreos.
© Ernesto Matos
- Ainda com a velhinha Nikon F3 e debaixo de uma humidade e temperatura escaldante na movimentada Avenida Almeida Ribeiro,
vou disparando pela rua
como quem observa estrelas para encontrar constelações.
Foz do Arelho - Portugal
Tomar - Portugal
A bicicleta é um transporte que nos carrega no percurso da vida. E se esse percurso for colorido, mesmo a preto e branco, salpicado de vais e vens de energia
cósmica que saltita como crianças nos jardins celestes? Não dará mais gosto percorrer esse percurso onde se é criança permanente?
Macau - China
(do livro Calçada Portuguesa de Macau)
Pavimento em calçada na Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Fanhões
Durante a rodagem do documentário "Fanhões, Homens da Pedra"
Telmo Matos a filmar o mestre calceteiro José da Clara - agosto'12
Praia - Santiago - Cabo Verde
(do livro Calçada Portuguesa no Mundo - per orbem terrarum et marem vastum)
Águeda - Portugal
Lisboa - Portugal
Li hoje quase duas páginas
Do livro dum poeta místico,
E ri como quem tem chorado muito.
Os poetas místicos são filósofos doentes,
E os filósofos são homens doidos.
Porque os poetas místicos dizem que as flores sentem
E dizem que as pedras têm alma
E que os rios têm êxtases ao luar.
Mas flores, se sentissem, não eram flores,
Eram gente;
E se as pedras tivessem alma, eram cousas vivas, não
eram pedras;
E se os rios tivessem êxtases ao luar,
Os rios seriam homens doentes.
É preciso não saber o que são flores e pedras e rios
Para falar dos sentimentos deles.
Falar da alma das pedras, das flores, dos rios,
É falar de si próprio e dos seus falsos pensamentos.
Graças a Deus que as pedras são só pedras,
E que os rios não são senão rios,
E que as flores são apenas flores.
Por mim, escrevo a prosa dos meus versos
E fico contente,
Porque sei que compreendo a Natureza por fora;
E não a compreendo por dentro
Porque a Natureza não tem dentro;
Senão não era a Natureza.
Alberto Caeiro, in "O Guardador de Rebanhos - Poema XXVIII"
Estremoz - Portugal
Marcho nestas pedras como quem quer conquistar a cidade, a cidade delineada de pedras e céu. Estou neste centro e desloco-me como um astro que visita regularmente o sol,
a lua e os restantes planetas a que pertenço, aqui neste bairro subo e desço as avenidas, as ruelas e os jardins bombardeados por uma intrigante radiação cósmica.
Bem me tento refugiar ou fugir para longe, mas não consigo, a matéria de que sou feito prende-me… dou alguns passos nestas ruas da cidade que habito e volto, volto sempre,
volto sempre ao mesmo lugar onde nasci, à trincheira da minha existência. São estas pedras que me atraem, que me enfeitiçam e que faço já parte delas como as conchas, as anémonas
ou os corais que outrora também foram enfeitiçados e que habitam agora dentro das suas próprias cidades petrificadas. Quanta vida se deixou render para hoje me sustentar,
para hoje espelhar a cidade? Amanhã eu voltarei, talvez definitivamente a casa e repousarei tranquilamente num bloco de calcário, de lioz, de xisto, de mármore… que importa?
E uma nova estrela brilhará num outro dia, e uma nova lua, e… dará luz a uma nova cidade com um outro nome qualquer.
Ernesto Matos
Estoril - Portugal