Teses e dissertações

Teses e Dissertações

Para consultar a produção científica nacional em teses e dissertações, acesse:

    Banco de Teses da CAPES

    Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações

Teses e Dissertações sobre Educação em Astronomia:

No texto abaixo encontram-se os resumos das teses e dissertações de mestrado, mestrado profissionalizante e doutorado de autores nacionais, cujo tema relaciona-se com a educação em astronomia, desde 1973, quando surgiu o primeiro trabalho neste sentido. Esta listagem iniciou-se com os estudos de Bretones e Megid Neto (2005), a qual complementamos com a busca dos demais trabalhos no Banco de Teses da CAPES, utilizando-se como palavras-chave: ensino, astronomia. Os resumos estão dispostos em ordem cronológica de produção e foram atualizados até a data em que se estava redigindo este texto (setembro de 2008).

O Banco de Teses e Dissertações sobreEducação em Astronomia (Paulo S. Bretones) procura manter completa esta lista, atualizando ao máximo possível a pesquisa. São apresentados quadros com os dados referentes a Teses e Dissertações contendo: Ano da defesa, Autor, Instituição, Grau de Titulação Acadêmica e Título. Também são disponibilizados para download os arquivos PDFs de vários trabalhos.

CANIATO, Rodolpho

Um Projeto Brasileiro para o Ensino de Física. Rio Claro, UNESP, 1973. 4v. 586p. Tese de Doutorado. (Orientador: José Goldemberg)

Busca mostrar a gênese e o desenvolvimento de "Um Projeto Brasileiro para o Ensino de Física", explicitar e justificar sua orientação geral e seus movimentos colaterais. Situa a problemática do ensino de Física no 2º grau, principalmente quanto: à falta de conhecimento dos fenômenos físicos apresentada por alunos dos diversos níveis de escolaridade, à dificuldade que apresentam na aplicação dos conceitos físicos à situações concretas e à inadequação dos Projetos de Ensino de Física estrangeiros à realidade brasileira. Descreve as linhas gerais, etapas de elaboração e metodologia de utilização do Projeto Brasileiro para o Ensino de Física. Apresenta algumas partes desse projeto e resultados de sua aplicação com professores e estudantes. Mostra uma alternativa brasileira para o ensino da Física no 2º grau, com possibilidade de aplicação imediata às condições de qualquer região do país.

NEVES, Marcos César Danhoni

Astronomia de régua e compasso: de Kepler a Ptolomeu. Campinas, Instituto de Física, UNICAMP, 1986. 242p. Dissertação de Mestrado. (Orientador: Carlos A. Arguello).

Desenvolve um programa de ensino da Primeira e Segunda Leis de Kepler, experimentando-o em diferentes grupos, situações e locais. O programa tem por base: a) estudo quantitativo dos fenômenos astronômicos ao longo do ensino como um todo, a partir da pré-escola, conduzindo ao aluno as técnicas e hábitos de observação da natureza e a formulação de perguntas geradoras; b) instrumentalização simples das observações astronômicas, procurando elaborar "criativamente" instrumentos elementares, que produzam resultados semi-quantitativos; c) apresentação das leis fundamentais como resposta às perguntas geradas nas etapas anteriores; d) instrumentalização das leis fundamentais, simplificando-as se necessário, para pô-las ao alcance das técnicas dominadas pelo aluno (matemática e experimentos) e permitir a sua utilização; e) utilização das leis, simplificadas ou não, para descrição quantitativa ou semi-quantitativa dos fenômenos físicos, previsão de situações e discussões alternativas; f) importância da visão histórica do desenvolvimento dos conceitos astronômicos e a sua inserção contínua na elaboração do material didático. Apresenta o texto produzido (editado como livro), análises críticas dos textos de ensino de 1º, 2º e 3º graus, análises e avaliações dos cursos ministrados e as sugestões decorrentes das atividades. Para o futuro, sugere a integração completa dos seis itens (que já está sendo iniciada no NIMEC - Núcleo Interdisciplinar para Melhoria do Ensino de Ciências) e a abordagem similar de temas diferentes (Óptica, Acústica, Mecânica, Eletricidade, etc.).

NASCIMENTO, Silvânia Souza do

Um curso de gravitação para professores de primeiro grau. São Paulo, Instituto de Física/Faculdade de Educação, USP, 1990. 184p. Dissertação de Mestrado. (Orientador: Ernst Wolfgang Hamburger).

Reflexão sobre um curso de extensão universitária sobre Gravitação, para professores de Ciências de 1o grau, particularmente de 5a à 8a séries. Discute a elaboração do curso e sua aplicação por diversas vezes a professores da rede oficial do Estado de São Paulo, no quadro de convênio entre a USP e a Secretaria de Educação do Estado. O tema, Gravitação, foi escolhido por abranger uma área de conhecimento, ligada à Física e a Astronomia, que desperta grande interesse entre as crianças, representando fonte de constantes perguntas em sala de aula. Para trabalhar com o conteúdo, desenvolve uma metodologia própria, procurando diversas formas de abordagem, envolvendo dramatizações, experimentos, atividades ao ar livre, observações, leituras e a utilização de filmes de vídeo. A metodologia pode ser adaptada, pelos professores, a seus alunos. A avaliação realizada na última aplicação, permite caracterizar como os professores-alunos vêem os movimentos da Terra, Lua e Sol antes e depois do curso. Pretende que o trabalho, além de uma proposta de abordagem de conteúdo, sirva como subsídio para o planejamento de cursos de extensão para professores de 1o grau.

COMPIANI, Maurício

As Geociências no ensino fundamental: um estudo de caso sobre o tema “A formação do Universo”. Campinas, Faculdade de Educação, UNICAMP, 1996. 224p. Tese de Doutorado. (Orientador: Roseli Pacheco Schnetzler).

Aborda o tema “Formação do Universo” em um processo de ensino aprendizagem desenvolvido com 18 alunos de uma 5a série do ensino fundamental, na qual o professor atuou, também, como pesquisador. Procura, então, no estudo de caso realizado, identificar e interpretar a (possível, ou não) evolução conceitual dos alunos sobre o tema em questão, à luz da mediação pelo professor. A adoção de alguns pressupostos teóricos - metodológicos de natureza construtivista apoiou a elaboração de categorias para as interações professor - aluno, aluno - aluno ocorridas no discurso sala de aula, bom como possibilitou as análises e discussões dos dados obtidos. Coleta dados por intermédio de: 1. repostas dos alunos ao questionário de levantamento de suas idéias prévias sobre a origem do Universo; 2. transcrições das gravações em fita - cassete das aulas sobre o tema; 3. produções dos alunos com relação a solicitações de tarefas e avaliações; e 4. transcrições de entrevistas com os alunos sobre as suas opiniões à respeito do processo de ensino - aprendizagem desenvolvido. Evidencia a ocorrência de evolução conceitual dos alunos sobre o tema “A Formação do Universo” e, que esta se mostra ser fortemente catalisada pela mediação do professor. Também, viabiliza um modo específico de se considerar a origem e a evolução do universo com conceituações, como por exemplo, representação de espaço e tempo, raciocínios de causalidade e o argumentar e narrar histórico.

SILVA, Ana Isabel Cardoso da

Um estudo sobre a aplicabilidade do currículo básico de ciências para a escola pública do Paraná. Marília, UNESP, 1997. 173p. Dissertação de Mestrado. (Orientador: Fernando Dagnoni Prado)

Este trabalho procura evidenciar e discutir alguns momentos básicos em relação à impantação da proposta curricular sugerida pela Secretaria de Estado da Educação do Paraná, a partir de 1990 e incorporada pelas Escolas Municipais de Sarandi, desde 1993. Através de um estudo junto aos Professores da rede municipal de ensino, constatou-se o grau ou nível de entendimento dos docentes em relação à fundamentação teórica da proposta, bem como as conduções metodológicas envolvidas na aplicabilidade destes referenciais, sobretudo em relação aos conteúdos de ciências. A partir das contatações levantadas, procurou-se articular um programa de capacitação docente, a fim de que a proposta curricular, embasada na Pedagogia Histórico-Crítica, fosse incorporada pelos professores em sua essência, ou seja, dando-se ênfase à historicidade na condução dos conteúdos de ensino. Houve algumas dificuldades por parte dos professores em relação ao domínio teórico da proposta, que foram sendo gradativamente superadas através de grupos de estudos específicos. Assim, uma nova postura pedagógica por parte dos professores concentrou-se na adequação de metodologias e linhas de trabalho com os conteúdos relativos ao primeiro eixo temático da proposta: "Noções de Astronomia", sendo que, através deste trabalho, o aluno pôde situar-se melhor em relação ao entendimento da prática social, pois o encaminhamento dos conteúdos de ensino adquire nesta postura um caráter desmitificador e desvelador da própria realidade. Nesta perspectiva, a pesquisa apresenta resultados favoráveis no trabalho com a proposta, apontando alguns avanços em relação à compreensão do professor no que diz respeito à aplicabilidade de base teórica sobre a qual está firmado o Currículo Básico para a Escola Pública do Paraná.

BERALDO, Tânia Maria Lima

O ensino de conceitos relacionados com a Terra no espaço, nas séries iniciais do ensino fundamental: elementos para reflexão em torno da formação docente. Cuiabá, Instituto de Educação, UFMT, 1997. 189p. Dissertação de Mestrado. (Orientador: Sérgio Roberto de Paulo).

Refere-se a um estudo realizado em duas escola públicas de Cuiabá, durante o ano de 1996, tem por objetivo conhecer as concepções e práticas pedagógicas especificamente no que se refere ao ensino de conceitos relacionados com a Terra, nas séries iniciais do ensino fundamental. O objetivo pauta - se na necessidade de melhor compreender o trabalho pedagógico realizado nas referidas séries, uma vez que as atividades na UFMT estão diretamente relacionadas com tal trabalho. Os dados deste estudo levam ao entendimento de que as professoras ensinam conceitos relacionados com a Terra no espaço, por razões pouco claras e com métodos inspirados predominantemente em livros didáticos de ciências, os quais traduzem a compreensão de aprendizagem como simples transmissão de conhecimentos. O exame das concepções que as professoras apresentam sobre a Terra enquanto um corpo cósmico, sobre os fenômenos dias/noites e estações do ano, revela que as concepções das mesmas são bem próximas das concepções infantis, também examinadas neste estudo. Leva a perceber que as professoras não incorporam os conceitos que elas mesmas veiculam em sala de aula, ainda que venham repetindo tais conceitos por vários anos. Assim como seus alunos/as também não incorporam estes conceitos. Concluí-se que um dos fatores que tem influenciado na descaracterização do trabalho pedagógico realizado pelas professoras, é o fato de que elas não se sentem no direito de conceber seus próprios projetos de ensino. Entende-se que a cisão entre concepção e execução na escola, carece de mais atenção por parte daqueles que atuam em cursos de formação docente.

BISCH, Sérgio Mascarello

Astronomia no ensino fundamental: natureza e conteúdo do conhecimento de estudantes e professores. USP, São Paulo, SP, 1998. 301p. Tese de Doutorado. (Orientador: Yassuko Hosoume).

As concepções de estudantes e professores do ensino fundamental relativas ao universo foram investigadas em dois estudos paralelos. No primeiro, dezoito estudantes de 6-14 anos foram entrevistados individualmente numa atividade semi-estruturada durante a qual desenhavam e construíam modelos tridimensionais da Terra, da Lua, do Sol e de uma estrela. Na última etapa da entrevista, o estudante era induzido a montar um modelo tridimensional do universo através de uma viagem imaginária. No segundo estudo, sobre as concepções dos professores, os dados foram coletados em um curso de extensão universitária de 80 horas sobre Astronomia, por meio de questionários, desenhos e registro de depoimentos orais e ações durante as atividades do curso. Sua análise revelou diversas concepções e modelos distintos sobre os astros, o céu e o universo. A comparação dos resultados obtidos nos dois estudos demonstrou que a natureza do conhecimento sobre Astronomia tanto dos estudantes como de professores apresenta três traços marcantes: o realismo ingênuo, um conhecimento conceitual feito de chavões reinterpretados de acordo com o senso comum e uma representação qualitativa/topológica do espaço.

HENRIQUEZ, Gastón Alberto Concha

A mais antiga ciência e a mais nova tecnologia: ensino de Astronomia e a internet. São Paulo , USP, 1999. 233p. Dissertação de Mestrado. (Orientador: Nélio Marco Vincenzo Bizzo)

Os fenômenos da natureza têm sido uma preocupação constante da humanidade, sobretudo aqueles fenômenos do cotidiano que, de tão freqüentes, poucas vezes são compreendidos e se incorporam como naturais e óbvios, já que não se os procura observar ou descobrir seu porquê. Nosso trabalho pretendeu de certa forma fazer um chamado de atenção para a observação da realidade, e, através da sistematização de suas regularidades, indicar um caminho de obtenção de respostas. Nesta pesquisa trabalhamos com ensino de Astronomia Elementar para crianças do ensino fundamental. Nosso objetivo foi agregar o que consideramos a mais velha ciência e a mais nova tecnologia, para ajudar nossas crianças a compreender por que se produzem a seqüência dia- noite, as estações do ano e sua relação com dois dos principais movimentos da Terra: rotação e translação. Partimos da produção de um material de apoio, para que os professores e alunos participantes tivessem condições de construir, em seus respectivos centros de estudo, um observatório, uma espécie de relógio de Sol, onde era instalado um gnômon, que permitiria acompanhar o movimento aparente do Sol durante o dia. Este observatório incluía a construção da rosa dos ventos, assim na pesquisa seria medir a sombra do gnômon e sua orientação durante o dia. A construção do observatório teve por objetivo permitir que as escolas acompanhassem, durante toda a primavera ou outono, as variações climáticas, os horários do amanhecer e do pôr do Sol e que, a partir da determinação do meio dia, de medição da temperatura ambiente e do comprimento da sombra do gnômon Durante todo o período. Nesta atividade, as crianças compartilhariam descobertas e inquietações através de uma experiência comum, pois o convite era o mesmo para um grupo de escola aqui no brasil e outras escolas no exterior. A comunicação e o intercâmbio de dados entre as escolas foram efetuados via Internet, através de uma coordenação elaborada na Escola do Futuro da Universidade de São Paulo.

SILVA, Douglas Falcão

Padrões de Interação e Aprendizagem em Museus de Ciências. Rio de Janeiro, RJ, Instituto de Ciências Biomédicas, UFRJ, 1999, 283p. Dissertação de Mestrado. (Orientador: Henrique Lins de Barros).

A presente pesquisa objetiva contribuir, por meio de um estudo de caráter experimental, para a caracterização de museus de ciências como espaços de educação não-formal. A pesquisa teve como objeto a interação de estudantes com uma exposição sobre o ciclo das estações dos anos e dos dias e das noites. A avaliação foi desenvolvida em três fases distintas: 1) observação do comportamento de 70 estudantes, a fim de estudar o padrão de interação entre estes e a referida exposição; 2) aplicação de questionários antes e após a visita a 152 estudantes; 3) entrevistas cerca de 2 meses após a visita, de 21 estudantes selecionados a partir da análise dos questionários. A observação do comportamento dos estudantes revela que a exploração livre dos elementos expositivos é o tipo de interação mais frequente e o uso por imitação se constitui em um comportamento comum, a leitura além de pouco frequente está concentrada em menos da metade dos estudantes observados (os de maior idade). A comparação entre o primeiro e o segundo questionário dos 152 estudantes mostra que para o fenômeno das estações, 30% deles expressaram mudanças em seus modelos de forma a compatibilizá-los com os modelos científicos, enquanto 22% expressaram o reconhecimento de que seus modelos anteriores à visita eram destoantes em relação ao saber de referência ou passaram a expressar modelos que embora não compatíveis com o modelo científico, se caracterizam por estabelecer relações entre variáveis que expressam o desenvolvimento de uma "racionalização científica". Com relação ao fenômeno dos dias e noites, o nível de compatibilização com os modelos científicos alcançou 33%, enquanto que a racionalização científica e o reconhecimento de modelos não compatíveis como destoantes ao saber de referência alcançou 8%. Observa-se ainda que a estratégia desenvolvida pelo professor(a) para integrar a visita ao contexto escolar é um fator que pode direcionar os efeitos da visita, ao mesmo tempo, verificamos turmas nas quais os professores não desenvolveram nenhuma integração da visita ao contexto escolar e ainda assim a turma evidenciou bons resultados. As entrevistas revelam que as interpretações que os estudantes desenvolvem a partir da interação com os elementos expositivos podem não corresponder às expectativas dos idealizadores, e ainda assim serem pertinentes e criativas do ponto de vista científico. Os modelos que mais contribuíram para compatibilizar os modelos dos estudantes em relação aos modelos científicos são aqueles que despertam curiosidade e/ou introspecção e possibilidade de teste, e que possibilitam ou estimulam o uso compartilhado, independentemente da forma de comunicação, interativa ou contemplativa.

BRETONES, Paulo Sergio

Disciplinas introdutórias e Astronomia nos cursos superiores do Brasil. Campinas, Instituto de Geociências, UNICAMP, 1999. 187p. Dissertação de Mestrado. (Orientador: Maurício Compiani).

O objetivo deste trabalho é apresentar um panorama dos cursos de graduação das Instituições de Ensino Superior (IES) brasileiras que possuem disciplinas introdutórias específicas que contemplem conteúdos de Astronomia. Faz-se um estudo sobre o histórico da Astronomia no Ensino Superior no Brasil e discutiram-se os aspectos da Astronomia Introdutória no que diz respeito aos tipos de disciplinas, seus objetivos e programas. A pesquisa foi realizada nos anos de 1997 e 1998 por meio do envio de cartas acompanhadas de questionários e envelope pré-selado para resposta para cerca de 620 cursos de todo o Brasil. Esses cursos, que potencialmente ministram disciplinas de Astronomia, foram identificados em publicações específicas do MEC. Apresenta-se, para cada curso, o total de questionários enviados e respondidos, quantos possuem disciplinas obrigatórias ou optativas de Astronomia. Foram identificados 54 cursos que oferecem um total de 60 disciplinas, distribuídas em 46 IES. São identificadas as IES e os nomes das disciplinas discriminando se estas são obrigatórias ou optativas com as respectivas cargas horárias. Os cursos são distribuídos segundo as várias regiões geográficas do país e as IES, em termos de dependência administrativa e natureza. São feitas a análise e discussão dos conteúdos das disciplinas manifestados nas ementas e programas recebidos. Os conteúdos das disciplinas de cursos de Engenharia Cartográfica, Engenharia de Agrimensura e Meteorologia foram analisados de acordo com os temas determinados pelo MEC, permitindo-se verificar em que grau os temas são seguidos e quais são acrescentados. Os conteúdos das disciplinas dos cursos de Astronomia, Física, Geografia, Ciências e Geofísica foram distribuídos por temas: História e Objeto, Astronomia de Posição, Instrumentos, Sistema Sol-Terra-Lua, Sistema Solar, Estrelas, Galáxias, Cosmologia, Céu e Constelações, Tempo e Calendário, Mecânica Celeste, Astrofísica e Ensino. Busca-se classificar e analisar os conjuntos de conteúdos com características afins. Conclui-se que o maior conjunto é caracterizado por uma grande, mas não completa abrangência de temas. Também analisou-se o corpo docente a partir das seguintes categorias: Sexo, Idade, Formação Acadêmica e Tempo que ministra a disciplina na IES. Além disso, levantaram-se os materiais didáticos utilizados e atividades práticas das disciplinas.

THOBIAS, Maria Aline Lemos Silva

A Internet e o ensino de Ciências. UNESP, Bauru, SP, 2000, 126p. Dissertação de Mestrado.(Orientador: Aguinaldo Robinson de Souza).

Este trabalho tem como objetivo questionar o presente estágio da utilização da rede Internet no Ensino de Ciências. A partir dessa e de outras questões relativas ao assunto, aborda as transformações que o computador está impondo à Educação, mudanças nos conteúdos e currículos e na formação de professores, tendo com suporte os ensinamentos dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) para o Ensino de Ciências e de outros estudiosos da Educação e da Informática, elaborou-se um projeto na área de Astronomia – O Sistema Solar -, montando, com os alunos da 5ª série do 1º Grau da Cooperativa Educacional de Pederneiras – COEDUP – uma home page. Isto vem demonstrar que o computador na sala de aula pode ser uma ferramenta eficaz na busca da mais pacífica das revoluções: o conhecimento.

MALUF, Vitérico Jabur

A Terra no espaço: a desconstrução do objeto real na construção do objeto científico. Cuiabá, UFMT, 2000. 141 p. (Orientador: José Adolfo Rodriguez).

 

Esta pesquisa é um estudo de caso sobre as representações de professores do Ensino Fundamental das Escolas Públicas de Cáceres, Estado de Mato Grosso, sobre a temática “A Terra e o Universo”. Através de uma intervenção pedagógica (Mini-cursos), foi possível os professores reverem as representações que tinham sobre a referida temática, pois, eles consideravam a Terra como um espaço topológico absoluto, e as explicações sobre os fenômenos das estações do ano, dia/noite e, da rotação e translação da Terra, eram explicadas a partir desse espaço. Outro aspecto conceitual importante, que os professores apresentavam, estava relacionado ao significado que as palavras assumiam na definição da representação de um conceito, porque as palavras eram usadas como a própria generalização do conceito. A analise teórica sobre a reconstrução dos conceitos apresentados pelos professores, foi baseada nas concepções epistemológica de Bachelard e na formação de conceitos de Vygotsky. A desconstrução conceitual do espaço topológico absoluto, só foi possível, relativizando-o. Assim, consequentemente, os professores modificaram seu perfil epistemológico, considerando este espaço como uma representação geométrica, que foi utilizado como parâmetro para as reinterpretações das diferentes formas de conhecimento que os professores faziam da Terra no espaço.

KANTOR, Carlos Aparecido

A ciência do céu: uma proposta para o ensino médio. São Paulo, USP, 2001. 116 p. Dissertação de Mestrado. (Orientador: Luis Carlos de Menezes)

Propomos a introdução de temas de Astronomia no ensino médio como parte do aprendizado de Física ou como elemento de ligação com outras disciplinas. No que tange à Física, especificamente, mostramos quais aspectos desta ciência estão diretamente relacionados com temas astronômicos e sinalizamos formas pelas quais a Astronomia poderia ser incluída. Nas relações com outras disciplinas limitando-nos a algumas sugestões e recomendações. Justificamos nossa proposta mostrando que a Astronomia é parte integrante da cultura, estando presente em obras artísticas, estimulando a imaginação humana em geral e sendo buscada pela população também como forma de lazer. Mostramos que a Astronomia está ausente das aulas do ensino médio e pouco presente nos cursos de licenciatura em Física. A formação inadequada dos professores com relação a ciência é causa e conseqüência dessa ausência. Assim, indicamos algumas alternativas para os professores que queiram suprir suas deficiências nessa campo. Sugerimos alguns temas que permitem o entrelaçamento entre disciplinas e propomos algumas alternativas que propiciam uma participação ativa dos alunos e que podem ser aplicadas pelos professores em suas aulas a fim de levar aos alunos um pouco de conhecimento sobre essa interessante ciência.

SANTOS, Luciana Tavares dos

O olhar do toque: aprendendo com o aluno cego a tecer o ensino de fisica. São Paulo, Instituto de Física, USP, 2001. 224 p. Dissertação de Mestrado. (Orientador: Luis Carlos de Menezes)

Esta pesquisa tem seu ponto central no ensino de Física para alunos cegos do nível médio. Utilizaram-se as próprias vivências, expectativas e habilidades do educando para tatear novos caminhos para o seu desenvolvimento intelectual, social e afetivo. Estabeleceu-se um diálogo com o aluno, oferecendo-lhe a posição de ator na busca do conhecimento, partindo de suas percepções táteis, auditivas e cinestésicas. Nessa participação ativa e produtiva do aluno cego, ressaltam-se fatos do cotidiano, assim como o lúdico, o espaço comum entre a Ciência e a Arte. Mereceram tratamento específico os desafios da Astronomia e de outras áreas em que a visão parece ser insubstituível. Paralelamente a isso, esboçam-se orientações ou caminhos para os professores de alunos cegos, ressaltando as dificuldades e as expectativas de uma política inclusiva. Na busca de alcançar esses objetivos, foram realizadas quatro atividades com um grupo de alunos com deficiência visual de um colégio do Rio de Janeiro.

LEITE, Cristina

Os professores de ciências e suas formas de pensar a astronomia. São Paulo, Instituto de Física, USP, 2002. 160 p. Dissertação de Mestrado. (Orientador: Yassuko Hosoume)

Uma pesquisa sobre o modo de pensar os objetos da Astronomia foi realizada com uma amostra de dezesseis professores de Ciências da rede pública de ensino de São Paulo. A metodologia de tomada de dados consiste de uma sessão em que na primeira parte o professor desenha o céu e/ou Universo e na seguinte realiza uma entrevista semi-estruturada e filmada em vídeo. A articulaçào dos elementos estraídos da análise dos dados nos permitiu compor as várias visões dos professores sobre os objetos astronômicos. A grande maioria dos professores concebem o Universo contendo: Sol, estrelas, planetas e Luas, onde o Sistema Solar é parte (considerável) do todo e algumas vezes concebem o Universo como o próprio Sistema Solar. Os objetos estão no céu ou no Universo que para muitos se restringe ao espaço que está acima da Terra. Boa parte dos entrevistados concebem a Terra como um objeto plano. Para outros a Terra é esférica, porém com um exagerado achatamento em seus pólos. O Sol, a Lua e as estrelas também foram representados diversas vezes na forma plana. Na explicação dos fenômenos: dia e noite, estações do ano, eclipses e fases da Lua observamos excessiva dificuldade na articulação das respostas. Em relação à Lua compareceram concepções desde a Lua que não gira (fixa na Terra), passando pelo oposto, onde seu movimento de rotação faz com que vejamos todas as suas faces e até a explicação de suas fases como resultado das sombras da Terra sobre a Lua. Já nas estações do ano, alguns confirmaram uma idéia bastante criticada nos livros didáticos: Terra perto do Sol é verão e longe é inverno. Muitos indicam Sol e estrelas como coisas diferentes. Em suas viagens no espaço sideral, eles freqüentemente afirmam que não fariam viagem para o Sol porque ele é muito quente, enquanto para uma estrela eles gostariam de visitar ou ainda não visitariam por ser muito fria. O desconhecimento das características científicas dos objetos que compõem o cosmo não pára aí, alguns nunca ouviram falar no buraco negro! Eles perguntavam: "qual, o buraco na camada de ozônio?" Esses resultados nos deixam bastante apreensivos e indicam a urgência de programas de formação continuada dos professores no conteúdo de astronomia, pois a proposição dos PCN's para o ensino de 5a. a 8a. séries indicam fortemente o ensino desse conteúdo.

SOBREIRA, Paulo Henrique Azevedo

Astronomia no ensino de Geografia: análise crítica nos livros didáticos de Geografia. São Paulo, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, USP, 2002. XXX p. Dissertação de Mestrado. (Orientador: Maria Elena Ramos Simielli).

Pesquisa acerca dos temas de Astronomia que constam nos livros didáticos de Geografia. Nos últimos anos o Ministério da Educação - MEC estabeleceu critérios para a análise de livros didáticos, visando melhorar a qualidade dessas obras. Foram analisados exclusivamente, os temas de Astronomia nos livros didáticos de Geografia da 5a série recomendados pelo MEC no Plano Nacional do Livro Didático – PNLD 1999, e constatou-se grande quantidade de erros conceituais nos textos e nas ilustrações. Verificou-se que os autores de obras didáticas de Geografia têm dado considerável atenção à Astronomia, assim como os Parâmetros Curriculares do Ensino Fundamental para a Geografia do Terceiro Ciclo. As obras foram submetidas aos critérios classificatórios do MEC que permitiram o exame da qualidade desses livros quanto aos aspectos tipográficos, metodológicos, específicos de conteúdos e gerais deles e dos manuais dos professores. Os temas selecionados e avaliados estão na interface dos estudos geográficos e astronômicos, que pode ser denominada por Cosmografia, são eles: a orientação geográfica, as estações do ano, os movimentos da Terra e as marés. Os erros das obras analisadas foram apontados e corrigidos. Propôs-se que os estudos cosmográficos veiculados pelos livros didáticos empreguem termos e ilustrações corretos e adequados. São apresentadas também propostas para a confecção de modelos tridimensionais e a realização de atividades práticas, para cada um dos temas, adequadas ao nível cognitivo do Terceiro Ciclo.

MEES, Alberto Antonio

Astronomia: Motivação para o Ensino de Física na 8ª Série. Rio Grande do Sul, Instituto de Física, UFRGS, 2004. 123p. Profissionalizante - Ensino de Física. (Orientadora: Maria Helena Steffani)

Este trabalho relata as atividades desenvolvidas em duas turmas de 8ª série da E. E. de Educação Básica Estado de Goiás de Santa Cruz do Sul, RS, tendo como tema, Astronomia: motivação para o ensino de Física na 8ª série. Através de um levantamento bibliográfico sobre a história dos programas de ensino de ciências do Rio Grande do Sul, conseguimos compreender o motivo do uso do livro didático de ciências como fonte quase exclusiva de apoio à sala de aula. O embasamento teórico do trabalho acontece em cima de abordagens construtivistas, destacando Piaget e os períodos gerais de desenvolvimento cognitivo; Vigotsky e a interação social e as teorias de aprendizagem significativas de Ausubel e de Novak. Avaliação prévia do conhecimento dos alunos, a Física e o Universo, comparação entre o tamanho dos planetas e o Sol, atividades em grupo, uso da informática, visita ao planetário e práticas realizadas no laboratório de Física estão entre as atividades que relatamos neste trabalho. Percebemos pela empolgação dos alunos, pelos relatos por eles escritos, pela avaliação das aulas e do professor por parte dos alunos, pelos comentários positivos dos pais e direção da escola, que o tema tratado se mostrou pertinente para introduzir os estudos de Física na 8ª série e também pelo leque de conteúdos que podem ser trabalhados a partir da Astronomia, como a luz, calor, e até os movimentos, que na maioria dos livros-texto de ciências aparece como assunto introdutório à Física.

NOGUEIRA, Christiano

O papel da mediação de Vygotsky no aprendizado da 3ª lei de Kepler. Paraná, Universidade Federal do Paraná, 2004. 97p. Dissertação de Mestrado - Educação. (Orientadora: Izaura Hiroko Kuwabara)

Neste trabalho, investigou-se a aprendizagem de determinados conceitos físicos por alunos de diferentes idades. Como hipótese, consideramos que alunos que possuam um conjunto de conceitos já formulados podem formular outros mais avançados com a ajuda de um mediador. Este mediador podendo ser o professor ou outro colega, aliados a recursos materiais, permitirá a formulação dos novos conceitos de forma mais significativa conforme o nível de formação do próprio mediador. Para isto, foi comparado o aprendizado dos alunos quando havia um professor mediador utilizando-se de dados empíricos, em relação ao aprendizado de alunos nas mesmas condições, porém prevalecendo a mediação entre os próprios alunos e também em relação aos alunos que estudaram em sala de aula com seus respectivos professores regentes. Nestas investigações, detectou-se que os alunos, mesmo com idades diferentes, são capazes de aprender os conceitos que normalmente são ensinados em séries escolares posteriores a que eles estão. Detectou-se também que os papéis da mediação aliados a dados empíricos permitem um aprendizado muito mais significativo se comparado com procedimentos normalmente utilizados em sala de aula. A partir destes dados verificou-se que a escola atual, no que se refere aos conceitos aqui abordados, por estar inserida em uma sociedade capitalista não permite o desenvolvimento de todas as potencialidades a que são capazes os alunos, pois estes aprendem de uma forma mecanizada, na qual o uso do intelecto é mínimo. Isto nos aponta para a necessidade de desenvolvimento destas potencialidades através de uma formação histórico-social.

CAMPOS, José Adolfo Snajdauf de

Um Estudo Exploratório sobre o uso de Ambientes Virtuais não Imersos em 3D no Ensino de Astronomia. Rio de Janeiro, UFRJ, 2004. 200p. Dissertação de Mestrado - Informática. (Orientador: Fábio Ferrentini Sampaio)

Este trabalho é um estudo exploratório realizado com alunos de graduação, de disciplina introdutória de Astronomia, com o objetivo de verificar se o emprego de realidade Virtual não imersiva facilita a compreensão de conhecimentos e fenômenos astronômicos. A pesquisa usou o estilo do "quase-experimento", dividindo os alunos em duas turmas de doze alunos. Na turma experimental, os alunos construíram quatro modelos 3D de fenômenos astronômicos, que envolviam conhecimentos de sistemas de coordenadas astronômicas, fenômenos associados à rotação da Terra em torno do seu eixo e em torno do sol, e circunstâncias de ocorrência de Eclipses do Sol e da Lua. Os modelos foram construídos usando um software de edição em VRML. Na turma de controle, os mesmos fenômenos e conhecimentos foram ministrados aos alunos de forma expositiva, como empregado tradicionalmente nas salas de aula. Paralelamente, aplicou-se o questionário ILS, desenvolvido por Felder e Soloman, para identificação dos estilos de aprendizagem dos alunos, cujo objetivo era verificar se havia alguma influência da concordância entre os estilos dos alunos e de ensino, usados em sala de aula. Como instrumentos de coleta de dados foram usadas duas entrevistas, uma prova com respostas em aberto, um questionário e a observação de comportamento em sala feita pelo professor. Os resultados mostram que: a) houve um melhor desempenho dos alunos que empregaram a realidade virtual, em especial quando o maior assunto envolvia conhecimento espacial; b) os alunos da turma experimental apresentaram maior motivação e maior interação entre eles e com o professor, quando comparados com os da turma de controle; c) os alunos da turma experimental, com uma participação ativa na construção dos modelos, tiveram um desempenho melhor do que os alunos que participaram passivamente; d) para alunos da turma experimental, houve evidências de que a correlação entre o estilo de processamento ativo dos alunos e do ensino, propiciou um melhor desempenho. As conclusões do estudo foram: a) o uso da Realidade Virtual 3D levou a um aumento da motivação e da cooperação entre os estudantes; b) o uso de modelagem 3D propiciou um melhor desempenho dos estudantes, indicando uma melhor compreensão dos fenômenos e conceitos da Astronomia espacialmente relacionados; c) a consciência entre o estilo de aprendizagem de processamento ativo de alunos, com o estilo de ensino envolvendo atividades colaborativas, usada na turma experimental, favoreceu um aumento no desempenho.

BARROS, Osvaldo dos Santos

Etnoastronomia Tembé-Tenetehara como matriz de abordagem (etno)matemática no ensino fundamental. Pará, Universidade Federal do Pará, 2004. 154p. Dissertação de Mestrado – Educação em Ciências e Matemática. (Orientador: Iran Abreu Mendes)

Utilizando a leitura da cultura Tembé-Tenetehara como matriz de explicação da Astronomia científica para propormos, a partir de sua interface com a Matemática escolar, estratégias de aproximação dos conteúdos escolares de Matemática, as atividades que desenvolvemos cotidianamente, tendo em vista a articulação diagonal entre saberes gerados no contexto da sociedade e da cultura e os saberes científicos disseminados pela escola.

LANGHI, Rodolfo

Um estudo exploratório para a inserção da Astronomia na formação de professores dos anos iniciais do Ensino Fundamental. São Paulo, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho/Bauru, 2004. 240p. Dissertação de Mestrado – Educação para a Ciência. (Orientador: Roberto Nardi)

A pesquisa identifica alguns padrões relativos às perspectivas dos professores dos anos iniciais do Ensino Fundamental em relação ao ensino da Astronomia e analisa suas reflexões sobre uma possível inserção deste tema na formação inicial e continuada de docentes. A preocupação com o tema é justificada em função do caráter interdisciplinar da Astronomia, uma vez que esta interage facilmente com praticamente todas as disciplinas, possuindo grande potencial educativo, além de se constatar empiricamente uma grande difusão de concepções de senso comum referentes aos fenômenos astronômicos. O estudo, de natureza qualitativa, é norteado por uma revisão crítica da literatura na área e a análise dos discursos de uma amostra de docentes dos anos iniciais do Ensino Fundamental. As enunciações desses docentes sobre temas astronômicos e suas inquietações em relação ao ensino da Astronomia são interpretadas segundo os princípios e procedimentos da análise do discurso em sua linha francesa, conforme divulgado no Brasil por Orlandi (1999). Os resultados apontam para a existência de falhas na formação dos docentes em conteúdos de Astronomia e, por outro lado, indicam algumas sugestões metodológicas para a prática de ensino sobre o tema. Assumindo a posição de que os conteúdos são preponderantes no desenvolvimento de competências nos estudantes e embasadas em resultados de pesquisas em Educação em Ciências e nas sugestões metodológicas decorrentes dos discursos dos sujeitos entrevistados, as conclusões desse estudo fornecem subsídios para a elaboração de um programa de educação continuada e/ou inicial, visando uma mudança de postura na prática pedagógica dos docentes.

QUEIROZ, Alex Sander Barros

Propostas e Discussões para o Ensino de Astronomia nos 1º e 2º Ciclos do Nível Fundamental e na Educação de Jovens e Adultos. Rio Grande do Norte, UFRN, 2005. 99p. Profissionalizante – Ensino de Ciências Naturais e Matemática. (Orientador: Luiz Carlos Jafelice)

Este trabalho propõe e discute metodologias e atividades práticas para o ensino de Astronomia nos 1º e 2º ciclos do Nível Fundamental. As propostas apresentadas foram aplicadas junto a alunos de escolas da região metropolitana de Natal (RN), inclusive estudantes do Ensino Normal (antigo Magistério) e do Ensino Pedagógico do instituto de Formação Superior Presidente Kennedy, e, em particular, junto a professores e alunos da Escola Municipal Djalma Maranhão, no Bairro de Felipe Camarão II, inclusive analisando alguns livros didáticos adotados por estas instituições. Foram sistematizados vários elementos com que nos defrontamos durante essa experiência didático-pedagógica apontando princípios, conteúdos, reflexões e procedimentos relacionados ao ensino de Astronomia para aqueles níveis de ensino. Visamos com isto tornar tal experiência acessível àqueles interessados em desenvolver abordagem semelhante envolvendo tanto os temas aqui tratados, como outros relativos a Astronomia, para aqueles níveis de ensino. Os recursos e práticas implementados visam contribuir para a efetiva realização de um ensino interdisciplinar e contextualizado, conforme as orientações propostas pelos Parâmetros Curriculares Nacionais. Para garantir ampla acessibilidade ao que é proposto neste trabalho, pretendemos disponibilizar como página de Internet os procedimentos, materiais e textos que desenvolvemos.

SOBRINHO, Antônio Araújo

O Olho e o Céu: Contextualizando o Ensino de Astronomia no Nível Médio. Rio Grande do Norte, UFRN, 2005. 84p. Profissionalizante – Ensino de Ciências Naturais e Matemática. (Orientador: Luiz Carlos Jafelice)

No presente trabalho estuda-se o comportamento dos instrumentos ópticos a partir do olho humano, considerado o mais importante dentre os instrumentos de observação visual. O trabalho se desenvolve a partir de uma análise dos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (PCNEM), de como os textos didáticos trabalham a óptica e a Astronomia e faz uma proposta didática para o ensino de óptica fundamentado nos equipamentos de astronomia. O propósito é que os experimentos aqui propostos possam ser aplicados no Ensino Médio, dentre da realidade educacional das escolas públicas ou privadas de nosso Estado e também do País. Tal proposta foi aplicada e discutida como parte de um projeto de treinamento mais amplo na Escola Estadual Professor Francisco Ivo Cavalcanti, em Natal, no ano de 2003. Na ocasião trabalhou-se com uma equipe interdisciplinar de professores do ensino médio, na qual foram aplicados dois módulos: Óptica básica e a História da Óptica, no primeiro momento e Instrumentos Ópticos em Astronomia, no segundo. Em outra oportunidade, com estudantes de segundo ano do nível médio, no Centro Federal de Educação Tecnológica do Rio Grande do Norte, o trabalho realizado e os temas abordados foram semelhantes. Em ambos os casos, a contextualização e os fatos históricos, que propiciam um melhor conhecimento e compreensão de que o olho é o início e o fim de qualquer estudo relacionado com a visão, foram destacados. Para atingir os objetivos foram usados materiais de fácil manuseio e aquisição. Técnicas e procedimentos didáticos contextualizados com a realidade vivencial de estudantes e professores também se fizeram presentes. Os recursos e práticas implementados se mostraram relevantes na contribuição de uma efetiva realização de um ensino interdisciplinar e contextualizado de acordo com o que reza os PCNEM. Enfatiza-se a integração da teoria com a prática durante todo o desenvolvimento da proposta por considerar-se que tal procedimento tende a facilitar o processo de ensino-aprendizagem, bem como afazer o estudante sentir a aplicação do conhecimento no dia-a-dia.

COSTA, Gilvana Benevides Costa

Uma Abordagem Humanística para o Ensino de Astronomia no Ensino Médio. Rio Grande do Norte, UFRN, 2005. 109p. Profissionalizante – Ensino de Ciências Naturais e Matemática. (Orientador: Luiz Carlos Jafelice)

Tendo como inspiração desenvolver práticas de Ensino de Física, sobretudo de Astronomia, no Ensino Médio, a presente dissertação de mestrado propõe aulas e atividades cuja finalidade maior é a integração entre o indivíduo com o cosmo, normalmente tão dissociados nas concepções da sociedade moderna atual. As atividades aqui apresentadas têm como referências os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), a Filosofia Holística, a concepção das Inteligências Múltiplas e elementos de História e Filosofia da Ciência para se tratar a origem do Universo. Como base teórica da metodologia adotada, o estudo das Inteligências Múltiplas, proposto pelo norte-americano Gardner evidenciou que o indivíduo é dotado de muitas capacidades que proporcionam caminhos pra o conhecimento, o qual não precisa se dar unicamente pela via racional, já tão valorizada nas pedagogias habitualmente praticadas, aumentando o leque de atuação de docentes. Por sua vez, o reconhecimento da necessidade de uma educação holística e integradora, enxergando que o todo pode ser muito mais que a mera soma das partes e, sobretudo, valorizando aspectos espirituais do ser humano, ajudando a ligar o indivíduo com o cosmo, do qual, na verdade, aquele nunca esteve separado, embora a cultura ocidental reforçava, cada vez mais, uma artificial separação entre ambos, As atividades aqui elaboradas foram postas em prática em um curso de capacitação para professores do Ensino Médio na Escola Estadual Professor Francisco Ivo Cavalcanti, Natal - Rn. Elas são, também, uma reflexão para que a prática docente seja mais que se atingir um conteúdo, mas capacitar o estudante com habilidades, valores e uma verdadeira atitude que o permita um aprender a aprender que permaneça para toda a vida. Essa capacidade agregar-se-á ao conteúdo verbal, aos procedimentos e às atitudes que sirvam de ferramentas para os estudantes, afim de que eles possam utilizá-las no seu processo de aprendizagem, principalmente para aqueles que não irão seguir os estudos em uma formação acadêmica.

FURTADO, Luiza de Marilac Vasconcelos

O mundo é o lugar: um estudo das representações dos professores sobre os fenômenos astronômicos. São Paulo, Faculdade de Educação, USP, 2005. 111p. Dissertação de Mestrado. (Orientadora: Sonia Maria Vanzella Castellar)

Neste trabalho está assentado nos estudos do Movimento das Concepções Alternativas (MCA) e discute a formação de professores a partir do processo de aprendizagem numa perspectiva construtivista, isto feito, à luz da epistemologia bachelardiana e piagetiana. Para tanto tivemos como objetivo analisar as representações dos professores sobre os fenômenos astronômicos: dia/noite, estações do ano e fases da lua. A questão principal foi verificar como uma atividade didática pode provocar mudanças epistemológicas nos professores com impacto na sua prática. Os aspectos metodológicos da pesquisa foram trabalhados dentro de uma reflexão qualitativa (LUDKE & ANDRÉ, 1986) e também de uma abordagem interpretativa (ERICKSON, 1989); a coleta dos dados foi realizada por meio de oficinas envolvendo material de baixo custo, sendo o registro feito graficamente e por escrito em forma de hipóteses. A análise dos dados revelou um conhecimento docente sobre os fenômenos estudados, mesclados de realismo ingênuo e representação do espaço marcadamente topológica e noções conceituais fragmentadas e desarticuladas de uma estrutura conceitual; outra característica deste saber é a influência cultural e as definições contidas em livros didáticos. Na conclusão tecendo recomendações para a ação pedagógica na formação docente que, acreditamos deva partir do entendimento do processo cognitivo e epistemológico que constitui a base de sustentação do conhecimento docente.

PINTO, Simone Pinheiro

Formação continuada do professor: analisando uma prática pedagógica a partir de uma oficina de astronomia. Rio de Janeiro, FIOCRUZ, 2005. 127p. Dissertação de Mestrado – Ensino em Biociências e Saúde. (Orientadora: Deise Miranda Vianna)

A formação dos profissionais de educação deve ser a base de qualquer tentativa de construção de um projeto de educação. São exigidos do professor conhecimentos e habilidades que, na maioria das vezes, não são ensinados durante o curso da sua formação. Em um país onde a falta de conteúdo na formação dos professores de uma maneira geral é uma realidade se faz mais do que necessário criar formas de reverter esse processo. Uma dessas formas são os cursos de formação continuada, que podem ser desenvolvidos com pequena, média e longa duração, que devem ser analisados e estudados, principalmente no que diz respeito a mudanças de comportamento na prática docente. O Projeto Praça da Ciência Itinerante atua com formação continuada de curta duração, atendendo professores do ensino fundamental, assim como alunos das escolas de formação de professores, com atividades temáticas elaboradas em forma de oficinas, congregando diferentes instituições de ensino e divulgação de ciências do Rio de Janeiro. Uma dessas oficinas desenvolvida pelo Espaço UFF de Ciências e Museu de Astronomia, intitulada “Observando o Céu/Compreendendo a Terra”, será o objeto de estudo no desenvolvimento desta pesquisa. Muitos grupos já realizaram e realizam atividades de formação continuada de curta duração, no entanto qual a real contribuição desses modelos na transformação da prática escolar dos professores? E, se existe, em quais níveis essas contribuições podem ser percebidas? Esta pesquisa tem por objetivo principal avaliar se ocorre mudança na prática docente dos professores que participaram da oficina “Observando o Céu/Compreendendo a Terra” e, se sim, em quais níveis essas mudanças podem ser percebidas. Esse tipo de oficina sensibiliza de alguma forma a grande maioria dos participantes, porém é impossível precisar, sem um estudo profundo e detalhado se os professores participantes transformam de alguma maneira aquele momento de sensibilização em mudança de comportamento docente, seja ela conceitual, na prática pedagógica e no questionamento da veracidade das fontes de informação.

SCHMITT, Cesar Eduardo

O uso da Astronomia como instrumento para a introdução ao estudo das radiações eletromagnéticas no ensino médio. Rio Grande do Sul, Instituto de Física, UFRGS, 2006.113p. Profissionalizante – Ensino de Física. (Orientador: Basílio Xavier Santiago)

Este trabalho relata a utilização de tópicos ligados à Astronomia, como motivação educacional, a fim de inserir o estudo das radiações eletromagnéticas, com abordagem na Física Moderna. Em geral, a bibliografia atual disponível trata deste assunto (sob o título “ondas eletromagnéticas”) no capítulo relacionado a “ondas”, dentro da física clássica, não abordando assim, conceitos da física moderna: dualidade onda partícula, quantização da energia, efeito foto-elétrico, lei de Planck, etc. O tema foi abordado utilizando atividades práticas: observação do Sol, observação do céu com telescópio, simulação computacional através de applets disponíveis na Internet, atividades de laboratório, sempre partindo de aspectos relacionados à Astronomia. A proposta foi aplicada em uma turma de terceira série de ensino médio, do Instituto Estadual de Educação de Sapiranga, cidade do Vale do Rio dos Sinos. Este trabalho foi embasado pela teoria de Aprendizagem Significativa de Ausubel e de Novak, e pela teoria de mediação de Vygotsky. A partir dos dados colhidos através de testes comparativos, entrevistas e depoimentos dos alunos foi possível detectar que os alunos estiveram motivados para a aprendizagem, sendo que alguns inclusive passaram a se interessar mais pela disciplina de Física. Ao finalizar a aplicação desta proposta de trabalho, foi concebido um CD, com textos, simulações e sugestões para aplicações em sala de aula.

NEITZEL, Clifford Luciano Vinicius

Aplicação da Astronomia ao Ensino de Física com Ênfase em Astrobiologia. Rio Grande do Sul, Instituto de Física, UFRGS, 2006. 133p. Profissionalizante – Ensino de Física. (Orientador: Basílio Xavier Santiago)

Neste trabalho, criticamos a forma como alguns temas básicos da Física são expostos e são estudados ao longo do Ensino Médio. O assunto escolhido por nós foi a “Aplicação da Astronomia ao Ensino de Física com ênfase em Astrobiologia”. Este projeto tem como objetivo introduzir e estimular os alunos do 2º ano do Ensino Médio ao campo da Astronomia, utilizando-se de conhecimentos pré-adquiridos de Física da primeira série do Ensino Médio, e com ênfase em um tema bastante atual e em forte desenvolvimento, a Astrobiologia. O desenvolvimento do projeto proporcionou então o aprendizado de novos conceitos e áreas de Física, ainda não formalmente estudados. O projeto aborda desde um histórico da Astronomia, passando por um panorama geral da Astronomia contemporânea, até a sua relação com outras disciplinas, como Física, Química e Biologia, usando como eixo a Astrobiologia. Nestes contextos foram introduzidos conceitos básicos de diferentes áreas da Física, incluindo aquelas que são abordadas no decorrer dos dois últimos anos do Ensino Médio. Este projeto resultou na produção de um CD, onde está contido todo o material aplicado nas aulas com o formato “PowerPoint”. O CD inclui também explicações detalhadas para o professor sobre cada aula, sendo que estas notas de aula estão no formato de texto mais usual, “Microsoft Word”. Dessa forma, professores terão em mãos um roteiro de fácil acesso para que possam se orientar em suas aulas. Obtivemos resultados bastante significativos após a aplicação deste projeto. Tais resultados são demonstrados nas tabelas e gráficos apresentados no decorrer desta dissertação foram considerados satisfatórios por nós, demonstrando com clareza que a necessidade de atualizarmos e inovarmos o conhecimento em Física torna-se um fato notório. Com este trabalho, esperamos poder contribuir estimulando a criatividade e a curiosidade dos alunos para um tema merecedor de toda a nossa atenção.

LEITE, Cristina

Formação do professor de Ciências em Astronomia: uma proposta com enfoque na espacialidade. São Paulo, Faculdade de Educação, USP, 2006. 274p. Tese de Doutorado. (Orientadora: Yassuko Hosoume)

Trata-se do desenvolvimento e da avaliação de um curso de formação continuada no tema da Astronomia, dirigido aos professores de Ciências da escola pública de São Paulo. Cerca de treze atividades foram articuladas, levando-se me consideração o desenvolvimento de elementos da espacialidade, como proporções e mudanças de perspectivas. A principal razão desse enfoque está na grande dificuldade dos professores em relação ao que Piaget chama de ‘centração’ ou ‘não coordenação’ de perspectivas, ou seja, um apego ao ponto de vista único e primeiro, com ausência de articulações entre o que eles vêem e aquilo que estudam. Dessa forma, o embate entre as observações primeiras e, algumas vezes, ingênuas dos professores e o conhecimento cientifico em questões fizeram parte de todas as atividades do curso. Algumas das atividades do curso são: debates sobre a forma da Terra e dos demais astros, movimentos da Lua e da Terra na explicação dos fenômenos, a construção em escala das dimensões ‘tempo’ e ‘espaço’ no estudo das proporções e da dinâmica de movimento dos planetas no Sistema Solar, visita a um planetário e estudo de um programa simulador da observação celeste. Também fez parte do curso a discussão sobre o aprendizado dos professores em relação à forma, às proporções e, principalmente, ao estabelecido estabelecimento de conexões entre o todo e a parte, relativas não apenas aos objetivos astronômicos como às relações entre eles através dos fenômenos. Participaram da pesquisa dez professores de Ciências que já tinham ministrado conteúdo de Astronomia no ensino fundamental. Uma construção tridimensional do Universo através de uma maquete, realizada individualmente, foi utilizada como pré-teste. No final do curso, em re-olhar avaliativo de cada professor sobre a sua construção inicial fez parte da avaliação do curso. O material de analise, além dos pré e pós-teste, foram gravações em vídeo das atividades e gravações e áudio das avaliações diárias dos membros da equipe de pesquisadores. Verificamos que os temas que necessitamos de mudanças de perspectivas mais freqüentes foram os mais difíceis de serem compreendidos, como as fases da Lua, em que os movimentos tanto da Lua quanto da Terra nos obrigam a rever constantemente suas posições relativas. Os professores relatam em vários momentos que sua percepção em relação à Terra, à Lua, às estações do ano e às proporções do Sistema Solar melhorou muito e que a natureza tridimensional das atividades foi importante para a compreensão da composição espacial dos astros, tornando a concepção destes mais real e dinâmica para eles. Observamos, pela natureza das reflexões dos professores, que este curso ultrapassou a dimensão do conteúdo, possibilitando a eles re-pensarem a sua prática docente ao tomar consciência das habilidades e das dificuldades inerentes a estufo da Astronomia.

ELIAS, Daniele Cristina Nardo

Um projeto de intervenção nos espaços de exposições do planetário do parque Ibirapuera. São Paulo, Universidade Cruzeiro do Sul, 2006. 118p. Profissionalizante – Ensino de Ciências e Matemática. (Orientador: Luiz Henrique Amaral)

Este trabalho apresenta resultados do projeto de pesquisa-intervenção que vem sendo desenvolvido no Planetário do Parque Ibirapuera (SP), cujo objetivo é a implantação de um ambiente de aprendizagem motivador, desafiador ao público e indutor da popularização de conteúdos relacionados à Astronomia, Astrofísica e Cosmologia por meio da exposição de objetos e experimentos da área. Apresenta-se neste trabalho a concepção básica e os critérios utilizados do ponto de vista pedagógico para as indicações dos objetos e experimentos que estão sendo expostos. Assim, esse trabalho trata de uma descrição que busca nos fundamentos pedagógicos da aprendizagem significativa e teoria sócio interacionista de Vigotsky uma justificativa para a distribuição dessas exposições e experimentos no espaço interno e externo ao Planetário de São Paulo e a Escola Municipal de Astrofísica (EMA). Partindo-se da estrutura de mapas conceituais fundamentados na teoria de aprendizagem significativa, buscasse a melhor forma de apresentar, distribuir e expor objetos e experimentos de Astronomia de maneira mais eficiente em termos de uma aprendizagem significativa, valorizando-se a aproximação e interação do público com as exposições e os experimentos.

LIMA, Everaldo José Machado de

A visão do professor de Ciências sobre as estações do ano. Londrina, Universidade Estadual de Londrina, 2006. 150p. Dissertação de Mestrado. (Orientadora: Rute Helena Trevisan)

No dia-a-dia escolar, é comum encontrar professores que vêm para as aulas de ciências com concepções prévias, que podem diferir substancialmente das idéias a serem ensinadas, dificultando o aprendizado de futuros conceitos científicos. Pretende-se discutir o ensino das Estações do Ano, uma vez que se observa grande tendência do professor de ciências em ensinar, e dos alunos em aprenderem as concepções alternativas do cotidiano, trazidas para a sala de aula. Este trabalho tem por objetivo analisar o estudo das estações do ano e as representações dos professores do ensino fundamental, avaliando as suas dificuldades em determinar o sentido correto dos conceitos e observando a metodologia que utilizam no ensino. Com essa análise, foi possível verificar que os conceitos nascem dos sentidos atribuídos às palavras. Tendo como foco da pesquisa o professor que utiliza de conhecimento prévio no decorrer de suas aulas, procurou-se entender, por meio de cinco entrevistas semi-estruturadas, a relação que os professores tinham com os conteúdos relacionados no ensino das estações do ano, seus significados e suas interpretações. No desenvolvimento da pesquisa foi necessário recorrer a um levantamento bibliográfico sobre as concepções alternativas, presentes no ensino de astronomia. O estudo esteve alicerçado na formação dos conceitos descrito por Vygotsky (1998) e na análise do discurso de Orlandi (1997).

MEDEIROS, Luziânia Ângelli Lins de

Cosmoeducação: uma abordagem transdisciplinar no ensino de astronomia. Rio Grande do Norte, UFRN, 2006. XXp. Profissionalizante – Ensino de Ciências Naturais e Matemática. (Orientador: Luiz Carlos Jafelice)

Este trabalho propõe uma abordagem transdisciplinar que integra exercícios da psicologia transpessoal e ensino de astronomia, visando possibilitar ao sujeito reincluir o céu na sua vivência diária, expandir sua consciência ambiental e eventualmente vivenciar a unidade ser humano-cosmo. Esta proposta pretende colaborar para suprir a carência em educação de iniciativas que promovam uma integração do conhecimento científico e da experiência humana que transcenda os objetivos materialistas e fragmentadores do sistema educacional atual. Fruto dessa carência, também a formação dos professores é precária no que se refere a uma abordagem integralizadora e transdisciplinar. Além disto, faz-se necessário propor alternativas para que os educadores possam lidar de modo mais assertivo com a crise ambiental e antropológica que vivenciamos, o que também abordamos nesta pesquisa. Nossa hipótese de trabalho é que conteúdos de astronomia, quando trabalhados segundo um enfoque holístico-antropológico e relacionados com práticas da psicologia transpessoal, podem vir a ser um eficiente veículo cultural-acadêmico, capaz de propiciar uma expansão de consciência e mudanças na concepção de mundo dos sujeitos em questão. Tais mudanças se fazem necessárias para que a existência de uma vida mais solidária, justa e ecologicamente equilibrada comece a prevalecer no planeta. O método utilizado em parte da coleta de dados foi o etnográfico, uma vez que uma interpretação de caráter antropológico está inextricavelmente associada a este tipo de intervenção educacional, a qual vai envolver de modo natural tanto etno-visões do universo, como elementos culturais específicos. O universo desta pesquisa foi inicialmente um grupo de estudantes da disciplina de Astronomia (Curso de Licenciatura em Geografia/UFRN), onde realizamos observação participante, entrevistas semi-abertas e as primeiras práticas vivenciais mencionadas. Após o tratamento dos primeiros dados coletados com esse grupo inicial, elaboramos um curso de extensão universitária, Laboratório em Cosmoeducação, e o oferecemos a professores do 1º e 2º ciclos do nível fundamental da Escola Estadual Alceu Amoroso Lima, localizada na zona Norte de Natal. Valorizamos nesse curso a auto-experimentação, para que os professores enriquecessem o seu repertório de vivências pessoais, estimulando reflexões meditativas e eventuais mudanças na concepção de mundo e na prática pedagógica dos mesmos. A atitude transdisciplinar permeou toda a nossa ação educacional, visto que esta abordagem transcende as fronteiras disciplinares, visando essencialmente o desenvolvimento integral do ser humano. O processo nos tem revelado o quanto a prática de “olhar o céu”, no sentido de reincluí-lo na vida diária, provoca um processo de expansão da consciência e de reintegração do eu em um patamar de inter-relação ambiental mais amplo. De acordo com os resultados alcançados, ficou evidente a ocorrência de mudanças conceituais e existenciais em relação à visão de mundo dos professores participantes, reforçando a idéia de que a interface entre o ensino de astronomia e as práticas de psicologia transpessoal pode contribuir para a recuperação de uma relação holística entre o ser humano e o cosmo e inspirar o surgimento de uma ética mais abrangente, fundamentada em princípios universalistas, equânimes e sustentáveis.

CASTRO, Marcus Vasconcelos de

Uma proposta de um ambiente virtual colaborativo para o ensino de astronomia. São Paulo, Universidade Cruzeiro do Sul, 2006. XXp. Profissionalizante – Ensino de Ciências e Matemática. (Orientador: Carlos Fernando de Araújo Jr.)

A Astronomia é um tema que pode oferecer uma grande possibilidade de abordagens para envolver o aluno em discussões científicas. Entretanto, há uma grande deficiência no conhecimento do conteúdo de Astronomia, visto que alguns professores apresentam algumas concepções equivocadas mesmo após ter concluído o curso de graduação. Os mesmos parecem utilizar somente métodos de ensino centrados no professor, cabendo aos alunos uma posição passiva, com pouca motivação. Nesse contexto, o aprendizado resume-se a uma reprodução memorizada do conteúdo visto em sala de aula, com pouco ou nenhuma discussão sobre os assuntos estudados. O presente trabalho apresenta o processo de construção de um Ambiente Virtual Colaborativo para o Ensino de Astronomia denominado AstroClass, que deverá ser utilizado pela Escola Municipal de Astronomia (EMA) em suas atividades de complementação cultural e extensão cultural, e pretende aumentar a motivação do estudante utilizando-se de concepções construtivistas e interacionistas. AstroClass foi construído com base na análise de ferramentas atualmente utilizadas no ensino mediado por computador. Tais ferramentas são categorizadas de acordo com os processos de autoria por elas suportados, classificados como: autoria estática, dinâmica e híbrida. Objetiva-se, com isso, a melhoria do processo ensino-aprendizagem, através de um ambiente que seja capaz de suportar atividades educacionais baseadas em uma visão construtivista do ensino, com recursos educacionais que promovam os processos de interpretação de conteúdos, incentivando a busca do conhecimento e contribuindo para uma auto-formação crítica que deverá ser compartilhada e discutida. Nesta pesquisa foram realizados dois estudos de caso: inicialmente um estudo de caso com um grupo de professores utilizando um instrumento avaliativo, analisando-se os aspectos relevantes de qualidade, usabilidade e eficiência do ensino/aprendizagem do projeto. O segundo estudo foi realizado com alunos de 5º série que além de verificar os aspectos utilizados no estudo com o grupo de professores, avaliou-se o conhecimento construído após o contato com o ambiente, através de questionários aplicados antes e depois dos alunos utilizarem o ambiente. Os resultados comprovam a possibilidade da utilização do AstroClass como auxílio a uma melhor compreensão de conhecimentos relacionados a Astronomia, influenciando positivamente a motivação do alunos.

LIMA, Maria Luciene de Souza

Saberes de astronomia no 1º e 2º ano do Ensino Fundamental numa perspectiva da letramento e inclusão. Rio Grande do Norte, UFRN, 2006. XXp. Profissionalizante – Ensino de Ciências Naturais e Matemática. (Orientador: Luiz Carlos Jafelice)

Este trabalho propõe-se a discutir metodologias e atividades didático-pedagógicas para o ensino de Astronomia no 1º e 2º ciclos do Nível Fundamental, numa perspectiva de letramento e inclusão. As propostas apresentadas foram desenvolvidas em uma turma da Escola Estadual Alceu Amoroso Lima, Zona Norte de Natal, com crianças a partir dos seis anos de idade, dentre as quais duas portadoras de necessidades especiais. Esta pesquisa visa demonstrar que é possível desenvolver com essas crianças os conteúdos de Astronomia, enquanto elas participam do processo de letramento e inclusão. Com isto, busca-se uma contribuição teórico-prática para que os Parâmetros Currriculares Nacionais incluam os referidos conteúdos no 1º ciclo do ensino fundamental. Para a realização desta pesquisa foi inicialmente proposta uma Astronomia Vivencial. Posteriormente diversas oficinas foram realizadas (argila, rasgadura, papel crepon, massa de modelar, cartolina e gastro-lúnica). Todas as atividades propostas estavam baseadas na conjunção de conteúdos, o que caracteriza a interdisciplinaridade. Através da abordagem que adotamos e das práticas que propusemos, constatamos que tanto as crianças ditas normais, como as portadoras de necessidades especiais, ao mesmo tempo em que se apropriaram do nosso código de escrita, desenvolveram e incorporaram naturalmente uma relação cotidiana próxima com as coisas do céu, aprenderam muitas informações sobre estas, além de construírem conteúdos atitudinais, procedimentais e conceituais.

SOBREIRA, Paulo Henrique Azevedo

Cosmografia Geográfica: a astronomia no ensino de Geografia. São Paulo, USP, 2006. 239p. Tese de Doutorado. (Orientadora: Maria Elena Ramos Simielli)

 

Esta pesquisa relaciona o Ensino da Astronomia ao Ensino da Geografia e aborda um grande cabedal de temas que expressam relações importantes entre os conhecimentos terrestres e os celestes. Estudou-se um campo que faz parte da Cosmografia e que se constitui em uma releitura na área de Geografia, para o qual se propõe a designação de "Cosmografia Geográfica", ao invés do nome "Cosmografia", simplesmente, ou "Geografia Astronômica". O termo "Cosmografia" está em desuso, e suas atribuições foram incorporadas pela Astronomia, Cartografia, Náutica e pela Geografia, no entanto, sua função pedagógica no Ensino de Astronomia permaneceu ativa nos ensinos de Matemática e de Geografia no Brasil, ao longo dos séculos XIX e XX.Analisou-se a presença da "Cosmografia Geográfica" na Geografia brasileira, para se estabelecer um conjunto mínimo inovador de temas cosmográficos para se ensinar em Geografia, de acordo com o que se pôde examinar: em livros didáticos nacionais e estrangeiros de Cosmografia entre (1845-1971), em livros didáticos brasileiros de Geografia dos Ensinos Fundamental e Médio, aprovados no Plano Nacional do Livro Didático - 2002 (PNLD), nas sugestões dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN's) e dos programas das disciplinas de Astronomia ou Cosmografia dos cursos Superiores de Geografia no Brasil. Depois há uma rápida abordagem sobre o atual Ensino de Cosmografia no exterior.Esta tese apresenta duas propostas de modelos de disciplinas de "Cosmografia Geográfica" para licenciaturas em Geografia. Estas disciplinas seriam compostas por temas e atividades práticas para professores de Geografia, que abrangem poucos conteúdos vinculados a um conjunto de temas mínimo mais próximo da realidade da "Cosmografia Geográfica" do século XXI, e que se constituam por atributos humanos e naturais (fisiológicos e físicos), tais como: a lateralidade, a luz ou a iluminação ou a incidência de radiação solar, a gravidade e as escalas de análise. Dentre os tópicos estabelecidos nesta investigação, há a atuação da Humanidade no Espaço Cósmico ou Exterior, que deverá ser explorado nas escolas pela "Cosmografia Geográfica". Por outro lado, a ação do Homem no Espaço Exterior também deverá ser estudada, discutida e analisada pela Geografia Política acadêmica, nos próximos anos, pois este assunto envolve o desenvolvimento e a cooperação internacional para o uso de tecnologias da 3a Revolução Industrial, a produção de lixo espacial e o cumprimento de tratados internacionais no âmbito do espaço sideral.

BRETONES, Paulo Sérgio

A Astronomia na Formação Continuada de Professores e Papel da Racionalidade Prática para o Tema da Observação do Céu. Campinas, Instituto de Geociências, UNICAMP, 2006. 302p. Tese de Doutorado. (Orientador: Maurício Compiani).

 

Este trabalho analisa o avanço propiciado por um projeto de formação continuada para professores do ensino fundamental com o tema observação do céu em Astronomia, levando-se em conta as especificidades do conhecimento, o referencial do professor reflexivo e as práticas de tutoria. Para isto, foi realizado um curso de Astronomia para professores de Ciências e Geografia de 5ª a 8ª séries, com 46 horas, promovido em 2002 pelo Instituto Superior de Ciências Aplicadas (ISCA) em Limeira. Após o curso foi estabelecido um grupo de estudos e realizadas cinco reuniões. Os dados foram obtidos por meio de avaliações, entrevistas, relatos dos participantes e registros das aulas e reuniões. São apresentados movimentos de sugestões de atividades extraclasse, ações pessoais dos participantes sem seus alunos, relatos de ações extraclasse e desenvolvimento de conteúdos astronômicos em aula, ações na prática pedagógica e reflexões dos participantes junto ao professor/pesquisador na avaliação de tais movimentos. Foram investigadas as mobilizações em ações e concepções dos participantes e o papel da racionalidade prática ao longo do programa. Verificou-se que o tema da observação do céu tem características específicas na Astronomia que levam a uma prática escolar também específica em que os conteúdos e procedimentos por serem calcados na observação e sua representação solicitam uma prática escolar baseada na racionalidade prática. Mesmo um curso de formação de professores baseado inicialmente na racionalidade técnica, ao dar conta da observação do céu, adentra na racionalidade prática e no desenvolvimento próprio de princípios que norteiam a aquisição e o ensino dos conhecimentos referentes à observação do céu. Também se verificou que, para a observação do céu, o modelo da racionalidade prática no referencial do professor reflexivo e ações de tutoria levam à aquisição de conhecimentos, mudanças de concepções e ações extraclasse. Evidenciaram-se os aspectos da prática como ponto de partida, eixo e sua relação com a teoria. Particularmente ao conteúdo de movimento diário da esfera celeste, estabeleceram-se os princípios de relação da altura do pólo com a latitude geográfica, obliqüidade, continuidade do movimento, circularidade, tridimencionalidade e ciclicidade. Também se evidenciaram os aspectos de criatividade e desenvolvimento do pensamento prático dos participantes, com fatores que levam à caracterização de saberes plurais, que têm temporalidade e mostrando que a aquisição de conhecimento é seletiva, ou seja, situada e hierarquizada.

 

Este texto é parte integrante da tese de doutoramento:

LANGHI, R. Astronomia nos anos iniciais do ensino fundamental: repensando a formação de professores. 2009. 370 f. Tese (Doutorado em Educação para a Ciência). Faculdade de Ciências, UNESP, Bauru, 2009.