Prof. Dr. Joylan N. Maciel
Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA)
Este site contém informações pessoais e educacionais.
Perfil pessoal institucional (UNILA)
Professor e Pesquisador da Área de Computação
Professor de Pós-Graduação no Mestrado em Física Aplicada (PPGFISA/UNILA)
Professor de Pós-Graduação no Doutorado e Mestrado Interdisciplinar em Energia e Sustentabilidade (PPGIES/UNILA)
Um dos textos acadêmicos que considero é do Professor Zeferino Vaz (1908 - 1981):
Extraído de Lições para a Ciência e para a Vida: 13 Princípios Básicos.
Primeiro Reitor da Universidade de Brasília
Fundador da Universidade de São Paulo (Rib. Preto)
Fundador da Universidade Estadual de Campinas
Educador
“1) Instituições científicas, universitárias ou isoladas constroem-se com cérebros e não com edifícios. Escala de prioridades:
a) cérebros;
b) cérebros;
c) cérebros;
d) bibliotecas;
e) equipamentos;
f) edifícios. Isto é importante acentuar porque neste país acreditamos em fachadas.
2) Esses cérebros têm que trabalhar em tempo integral e ter o espírito de idealistas.
3) Não há pesquisa pura ou aplicada. Há boa ou má pesquisa.
4) A hierarquia científica deve ser estabelecida em função da criatividade e não dos títulos acadêmicos. Há doutos que não são doutores e há doutores que não são doutos.
5) A produção científica original é acelerada e multiplicada pela promoção de encontros e reuniões de cientistas de diferentes especialidades (físicos, químicos, biólogos, economistas, arquitetos, médicos) e de programas multidisciplinares. É o princípio da orquestração. O efeito estético obtido por um virtuoso tocando isoladamente jamais alcança o obtido por um quarteto de câmara ou por uma orquestra sinfônica.
6) Em instituições científicas a administração é atividade-meio a serviço dos cientistas que realizam as atividades-fim, buscando remover-lhes as dificuldades e empecilhos burocráticos.
7) O administrador ou dirigente de instituições científicas deve ser ou deve ter sido criador de pensamento original, isto é, um cientista experimentado e portanto capaz de compreender os anseios e as dificuldades dos cientistas que dirige, apoiando-os e distribuindo recursos em função da capacidade produtiva.
8) É fundamental o contato direto, sem papéis ou canais burocráticos, entre o dirigente e os cientistas, ouvindo-os, estimulando-os, obviando dificuldades e auxiliando-os ativamente a resolver inclusive problemas humanos que, por vezes, também os afligem. É anseio legítimo do cientista saber que o dirigente, reitor ou diretor, o distingue e tem consciência da importância de seu trabalho.
9) O gigantismo é patológico para indivíduos, para cidades e para instituições científicas porque torna o dirigente científico incapaz de controlar a qualidade da produção científica.
10) O cientista deve ser avaliado e prestigiado não apenas pela própria produção original mas, e sobretudo, pela capacidade de formar e estimular discípulos que lhe multiplicam a produção, acelerando o caminho da ciência.
11) O dirigente científico deve saber distinguir a meia ciência, mascarada de Ciência, mais prejudicial que a ignorância e subrepticiamente preocupada em combater a ciência verdadeira.
12) O dirigente científico deve lutar agressivamente contra a mediocridade, a rotina e a inveja. Elas constituem as três forças destrutivas, invejavelmente solidárias, que se opõem tenazmente às forças construtivas do talento, da insatisfação frente ao conhecimento adquirido e do ideal, características dos verdadeiros cientistas e que os levam a remover os horizontes do conhecimento humano.
13) Não interessa ao dirigente científico o pensamento político-ideológico dos cientistas que dirige, contanto que não usem a sua superioridade hierárquica e cultural para doutrinação de seus jovens discípulos. A experiência demonstrou que quando ideologias políticas extremistas entram pela porta das instituições científicas a ciência sai pela janela.”
Professor Zeferino Vaz (1908 - 1981)