Olá, amigo!

Seja bem-vindo ao meu site. Sou desenhista autodidata. Nasci no dia 15 de outubro de 1961, na cidade de Piracicaba (São Paulo, Brasil). Sou o caçula de oito filhos.

Não me lembro quantos anos tinha quando comecei a desenhar, os poucos desenhos que restaram daquela época trazem marcado a minha idade de seis anos, mas com certeza comecei a rabiscar mais cedo, pois fui inspirado a começar a desenhar por ver que um tio, meu irmão Araken e minha irmã Heloísa, também desenhavam. De algo, porém, tenho certeza: se tivesse me dedicado mais, desenhado sem esmorecer, hoje a qualidade dos meus desenhos seriam muito superiores.

A maioria dos meus desenhos foram feitos com lápis preto Faber-Castell 2B, 4B e 6B sobre papel de boa ou má qualidade, poucos foram feitos com lápis de cor ou com nanquim. Atualmente, uso lápis Staedtler. Se você prestar atenção verificará também que a maioria dos meus desenhos são retratos. Outro detalhe que vale ser ressaltado é que apenas uns quatro são originais, como aquele que dei o título de "Sob o Voo do Roncelho". Todos os outros são reproduções de fotos, ou seja, a foto ficou ao lado do papel de desenho. Não confunda com colar, que seria colocar um papel transparente por cima da foto e depois tracejar o contorno.

Pintura a óleo só experimentei umas três vezes, nunca gostei muito. Em 2009, a pedido de uma das minhas irmãs, iniciei um retrato de Jesus sorrindo; usei tinta acrílica numa tela enorme. O desenho a lápis do rosto de Jesus sorrindo que fiz na tela ficou bonito. O resultado das primeiras pinceladas, porém, foram tão ruins que desisti desta tinta. Fiquei pasmo, não compreendia porque aquela tinta não se mesclava uma cor com outra; não conseguia obter as tonalidades que desejava. Como nunca frequentei faculdade de belas-artes, e também não encontrava a solução nos poucos fascículos sobre pintura que possuia, nem mesmo na internet, tive que me conformar com meu fracasso e abandonei a pintura. O quadro ficou guardado durante vários anos, até que, em 2020, cansado de ficar limpando poeira, traças e teias de aranha do quadro, perdi a paciência e levei o quadro na calçada. Poucas horas depois, vi que alguém levou o quadro embora. 

A minha grande paixão, entretanto, é a escultura. A modelagem com argila só experimentei umas poucas vezes. O melhor trabalho que fiz foi um cavaleiro medieval ajoelhado. Modelei o cavaleiro amparando, em seus braços, uma mulher morta. Atrás dele coloquei seu cavalo com uma das patas levantadas. Esta escultura (nunca tirei uma foto) já estava pronta quando certa madrugada fui acordado por um pequeno barulho em meu quarto; acendi a luz, olhei para o local onde imaginava ter vindo o som e vi meu cavalo tombado — suas patas não suportaram o peso do corpo e se quebraram. Para não deixar o cavalo pesado demais, tinha escavado o corpo dele, preenchendo a cavidade com pedaços de jornal, mesmo assim as pernas não aguentaram o peso. A partir desse dia tomei conhecimento de quanto era ignorante em manusear a argila. Apesar de frustradíssimo, a escultura ficou guardada em cima de um armário por vários meses na esperança de que algum dia eu encontraria uma solução para as pernas frágeis do cavalo. Infelizmente, na noite de março de 1999, quando uma tempestade caiu sobre Piracicaba, as águas invadiram a garagem da minha casa, atingindo cerca de 90 centrímetros de altura, e o armário onde estava minha amada escultura tombou e minha obra, cuja argila nunca tinha entrado num forno, virou lama.

É por amar tanto a escultura que sempre achei ter nascido na época errada, pois nos tempos atuais tenho paixão por outras coisas além de artes plásticas. Gostaria de ter nascido no século XV ou XVI e passar a vida esculpindo em mármore como fez Michelangelo.

Após ver todos, ou quase todos, os meus desenhos você vai parar e dizer: "O quê, só isso?". Sim, infelizmente é só isso. São poucos desenhos que fiz no decorrer da minha vida, alguns que fiz durante a minha infância só são possíveis de serem vistos hoje porque meu irmão Araken Martins (1950-2016, artista plástico) teve o bom senso de guardá-los para mim, outros foram encomendas e não guardei cópias. A explicação para tão poucas obras deve ser pelo fato de eu não ter um ateliê, um espaço razoavelmente amplo para trabalhar sossegado, sem a interferência de encargos domésticos corriqueiros que não tenham relação com arte. Desenhar no meu pequenino quarto não é lugar para um artista desenvolver seu potencial.

Abaixo, dou três conselhos àqueles que desejam ser bons desenhistas. Garanto que se você segui-los, jamais irá se arrepender.

Hildebrando Martins de Almeida